Wade e Criterio Music: O sucesso por trás de um dos nomes mais poderosos do Tech House mundial
A música eletrônica vive de ciclos. Estilos nascem, explodem, se massificam e morrem, substituídos por novas tendências que prometem ser a próxima grande coisa. Nesse contexto, precisamos destacar o que Juan Carlos Cruz conseguiu com a Criterio Music: ele criou algo genuinamente novo sem soar forçado. Wade, como é conhecido artisticamente, transformou uma festa no Fabrik de Madrid em janeiro de 2020 numa das labels mais respeitadas da música eletrônica atual.
Primeiro veio a festa, um "all night long" que lotou o Fabrik com mais de 10 mil pessoas numa noite que pode ser considerada histórica. Só depois, em novembro de 2021, nasceu a label homônima, com o respaldo da Universal Music Spain. Wade entendeu que, antes de lançar música, precisava provar que tinha uma proposta sólida. E a resposta do público confirmou que tinha.
O primeiro lançamento da Criterio, "Passion", deixou bem claro a sonoridade que ele apostaria. Wade pegou o flamenco que cresceu ouvindo nas ruas de sua cidade natal, próxima a Sevilha, e o combinou com tech house de forma orgânica. Não é world music nem tech house com tempero étnico — é um som que Wade definiu como "underground mainstream ou mainstream underground", usando exatamente essas palavras no release oficial da faixa, além de descrever o DNA do selo como “un tech house híbrido, masivo y muy bailable para clubs y festivales”.
Passion já ultrapassou a marca de 11 milhões de plays
Essa abordagem explica por que a Criterio consegue funcionar tanto nos clubs conceituais quanto nos maiores festivais do planeta. O catálogo da label inclui nomes como Miguel Bastida, Shilla, Rello, Trace, Paskman e Roxe, artistas que compartilham a mesma busca por um tech house que mantenha a personalidade. Wade criou um som que preserva a credibilidade underground enquanto se faz milhares de pessoas dançarem, sofisticado sem ser pretensioso.
A expansão da label para a América Latina seguiu a mesma lógica de afinidade musical. Wade encontrou no Brasil e nos países vizinhos uma energia que complementa sua proposta sonora. Artistas como Vitor Vinter, Lucas Bahr, Zerky, Watzgood e Sudden Heat entraram no catálogo da Criterio porque representam a mesma busca por autenticidade que define a label. Hoje, ele está explorando um lado mais underground do tech house, se distanciando um pouco dos hits mais melódicos e comerciais, o que se reflete também nos seus sets.
A relação de Wade com o Brasil começou em 2016 numa apresentação em Cuiabá e evoluiu consistentemente. Suas passagens pelo D-Edge, Rock in Rio e o showcase da Criterio no Gate22 em setembro de 2023 construíram uma base sólida que vai além da relação artista-público. Wade desenvolveu uma compreensão do mercado brasileiro e da energia do público daqui, além de já ter assinado grandes palcos com a Criterio, como no Ultra Brasil e no Ultra Peru.
A apresentação de Wade no Tomorrowland Brasil, no dia 11 de outubro, no palco Crystal Garden, e no Greenvalley, foi a consolidação de um projeto que provou ser possível manter a integridade artística enquanto se conquista relevância. Dividir o palco com os maiores DJs do mundo — tocando antes de Meduza e James Hype, por exemplo — mostra que ele está no mesmo patamar que outros gigantes em termos de profissionalismo, apelo musical e capacidade de atrair grandes públicos.
Sua volta ao Brasil confirma que essa abordagem encontrou espaço por aqui, onde a pista sempre soube reconhecer quando a música vem de um lugar genuíno. Agora, pela frente, Wade embarca em uma extensa turnê, com datas por toda a Europa, América do Norte e uma tour na Austrália, com seis grandes apresentações confirmadas.
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Imagem de capa: Divulgação.
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