Ultra Music Festival Miami estreia em novo local com pontos positivos e negativos
Para a sua 21ª edição, o Ultra Music Festival agitou bastante as coisas. Forçado a se afastar de sua célebre casa em Downtown Miami, Ultra mudou-se para o expansivo Virginia Key Beach Park no último final de semana com oito grandes palcos. Conhecido por sua produção de primeira linha e muito LED e luzes que vão desde os grandes palcos aos mais intimistas, o Ultra certamente tinha altos padrões para atender. Vamos passear um pouco pelos palcos e falar sobre nossas experiências.
Resistance Island
O “Resistance Island” marcou o festival, como uma vitória para os amantes de Techno. Sem dúvida, a decisão deles de expandir seu conceito do Resistance para não apenas três palcos durante 2 dias e 2 palcos no terceiro dia (como era no Bayfront), mas ter toda uma ilha para eles, foi sensacional. A ilha, dedicada exclusivamente aos sons de techno, tech house e house, reinou suprema durante todo o fim de semana e teve a presença do poderoso e renovado Megastructure, palco do Carl Cox. Cada dia do festival de três dias teve um set novo do próprio rei Cox, permitindo que os frequentadores do festival se deleitassem em sua maestria em três ocasiões separadas. Uma das noites, ele tocou a track honorária ‘Firestarter’, como uma dedicação ao falecido e grande Keith Flint.
Sets maciços de Charlotte de Witte, Adam Beyer e Maceo Plex também mantinham as multidões rugindo no paraíso underground, apesar das reclamações dos participantes sobre uma longa jornada dos portões principais até a Ilha Resistance. (Frequentadores do festival fizeram uma caminhada de cerca de 40 minutos de ponta a ponta.) Os organizadores do festival conseguiram superar a confusão do primeiro dia que deixou 60 mil participantes do festival lutando para acessar os ônibus que deveriam tirá-los da Virginia Key Beach Park para as principais zonas de Miami.
Aqueles que foram capazes de escapar do Megastructure foram tratados com apresentações especiais no palco “Refletor”, uma das mais recentes adições. Os destaques incluíram um raro “B3B” com Nicole Moudaber, Paco Osuna e Dubfire, enquanto em outros lugares o Testpilot (o pseudônimo de techno de Deadmau5), Black Coffee, e Sasha e John Digweed ajudaram a dar as boas-vindas ao novo palco. Além de claro das duas apresentações maravilhosas de Joris Voorn e da nossa querida ANNA. Ambos estarão no Brasil na sexta, dia 12, para tocar em São Paulo.
O terceiro palco foi chamado de “Arrival”. Alguns podem ter reconhecido o conjunto familiar, que também é conhecido como Burning Man’s e Carl Cox’s Playground Sound camp, trazendo vibrações propícias para o oásis de pilares que cuspiam fogo ainda mais house e techno. Nesse palco o épico B2B dos duos Solardo e Camelphat aconteceu e deixou todos os fãs extasiados.
A área principal
No Marine Park de Miami estava localizado os Mainstage, o UMF Radio (que teve gravadoras como hosts), o Live Arena (que se transformou no ASOT no domingo), e Ultra Worldwide. Esses 4 palcos já existiam no Bayfront Park e mantiveram suas essências. Com a diferença de disposição e capacidade para o público, neles se apresentaram os maiores nomes da indústria eletrônica.
No Mainstage, os sets do Alesso, Zedd, Tiesto e Nicky Romero chamaram nossa atenção. Muita qualidade e nostalgia marcaram os sets deles! A estrutura de LED e formato das placas deixaram o palco muito lindo, sempre deixando os ultranauts de boca aberta! As entradas das Ultra girls acontecia sempre durante o dia. O espaço para o público era muito maior e nós ficamos bem perto do palco e tinhamos espaço pra dançar. Bem diferente do Bayfront.
Destaque para a apresentação do Deadmau5 no Live Arena, que revelou seu novo palco Cube 3.0 para sua estréia mundial no Ultra, dando ao novíssimo palco um sólido começo de sua próxima jornada pelo mundo. Por lá também no domingo, aconteceu o ASOT stage de Armin van Bureen, que claro, tocou um set maestral de 3 horas e meia! Algo que nos chamou muito a atenção. Ele repôs a falta de Eric Prydz, que não foi a Miami devido problemas de saúde.
No UMF Radio vimos Lost Frequencies e o B2B de Dubvision e Raiden. Ambos os sets estavam com um grande público de fãs dos projetos que deixaram a vibe sensacional!
O Meio Ambiente – “Leave No Trace”
Além disso, este ano, a Ultra conscientemente levou em consideração o impacto ambiental da produção do festival em sua nova casa, Virginia Key. Os organizadores do evento implementaram uma nova iniciativa para se concentrar na prevenção da poluição, na conservação da natureza, na redução de resíduos, no envolvimento da comunidade, nas estratégias de recursos responsáveis e na mitigação do tráfego. Com isso, o impacto ambiental foi minimizado e os esforços da Ultra servirão como um exemplo para os festivais globais a seguir.
Conclusão
Apesar de alguns desafios de um novo local, a Ultra manteve suas expectativas globais como um dos principais festivais do mundo, criando uma nova aventura inesquecível em seu espaço e organizando vários sets de DJ intemporais este ano. Resta saber como a Ultra enfrentará esse mesmo local no ano que vem e voltará ao Virginia Key Beach Park, mas é seguro dizer que o festival chegou a um novo período de vida além da sua casa no centro da cidade. Com mais de 170 mil pessoas, pode-se dizer que o Ultra Miami ganhou a maioridade nos EUA com seus 21 anos.