Agora é pra valer: Spotify desmonetiza todas as músicas com menos de 1.000 streams em sua plataforma
- Conteúdo autoral / por Caio Pamponét -
Após anunciar em 2023 uma nova política de pagamentos, o Spotify finalmente colocou em prática uma importante mudança em sua plataforma: a remoção dos royalties de todas as tracks que não passam de 1.000 plays.
Uma outra novidade é que a empresa está exigindo um número mínimo de ouvintes únicos para que os royalties sejam aplicados a uma música, ou seja, será necessário uma quantidade predeterminada de contas diferentes escutando a track para que ela comece a monetizar. Essa medida, segundo o Spotify, vem para driblar os bots e plays falsos que têm surgido na plataforma.
Sons usados para relaxamento que não representam 'músicas', como o "white noise" (ruído branco), tiveram sua monetização reavaliada. Essas gravações precisam agora de um tempo maior para gerarem receita (antes era somente 30 segundos).
As novas regras foram recebidas com descontentamento por algumas figuras do setor musical. É o caso da United Musicians and Allied Workers (UMAW), organização independente de artistas criada para unir músicos e reinvidicar direitos musicais - a UMAW declarou que 1.000 streams pode ser muito exagerado, afetando 86% de todo o conteúdo da plataforma.
As of April 1st, Spotify has demonetized any track on the platform that receives less than 1000 streams per year. That’s an estimated 86% of tracks on the platform. This new policy will impact small artists the most — the same artists that Spotify claims to support.
— United Musicians and Allied Workers (@UMAW_) April 3, 2024
Em contrapartida, um post do blog oficial do Spotify revelou que a grande maioria dos streams da plataforma são de músicas que passaram de mil reproduções - cerca de 99,5%. Além disso, a empresa alega que essas faixas que não monetizaram terão um resultado de distribuição melhor a partir de agora.
Enquanto a pressão pública e política por melhores pagamentos de royalties só aumenta, a empresa tem buscado diversas formas de gerar receita para cobrir seu déficit de anos - desde 2018, o Spotify acumula prejuízo financeiro. A situação é tão agravante que neste mês de abril, há relatos da plataforma estar revisando o preço de suas assinaturas.
Diante de um terreno ainda instável como as plataformas de streaming, nos resta acompanhar o desenrolar das atualizações e torcer para que a indústria musical não seja prejudicada de forma impactante.
Imagem de capa: Reprodução.
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.