Sexo frágil? Vai achando… DJs contam como é ser mulher na cena eletrônica!
Dia 08 de março é o Dia Internacional da Mulherada! Nós, que não ficamos atrás de ninguém, viemos para deixar tudo melhor e mais alegre (além de mais bonito, não é? rs.). Reunimos depoimentos de DJs e mulheres que trabalham na cena contando um pouco sobre como é ser do sexo “frágil” – que de frágil não tem nada – no mercado da música eletrônica no Brasil.
Se prepara que a beleza não é tudo aqui não, se não bastasse serem lindíssimas, nossas gatas fazem as pistas pegarem fogo com os seus talentos! Dá uma olhada!
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“Nunca foi fácil…. estou no mercado há quase 10 anos e já presenciei muitas situações. No começo havia um super preconceito, quando mulheres estavam tocando, era comum ouvir: fulana só está alí porque é bonita, aquela lá, é só porque está saindo com beltrano e a outra faz virada de 15 segundos e fica dançando… por conta de algumas, era comum pegar a cabine “meio alterada”, os caras sacaneavam os equipamentos, só pra gente passar sufoco, rs.
Uma vez, me lembro que tinha uns 5 caras atrás de mim, para ver se eu trocava os cds ou se era set mixado, rs… Posso dizer que até hoje, AINDA rola uma discriminação, que podemos confirmar se analisarmos a presença feminina em grandes festivais, muitas vezes não chega a 5% do line up. Isso sem contar uma minoria alí, que adora caçar os mais irrisórios defeitos, (desde atacar a técnica por conta do uso de pen drive, o modo de se vestir, até os que criticam a forma de apresentação… se você está animada demais, passa a ser suspeito, rs) mas na verdade, essa galera sempre me impulsionou a ser mais perfeccionista e dedicada com o meu trabalho.
Vivo fazendo cursos, atualizações, assistindo tutoriais, tudo isso sempre me atraiu muito. Posso garantir que, todo profissional em qualquer área só se destaca através de merecimento e capacidade de adaptação. Nenhuma das meninas/mulheres que estão quebrando tudo por aí, estão lá só por causa disso ou daquilo… e sim porque tiveram que trabalhar o dobro para ter o respeito. Hoje quando vejo que, temos um time bom de mulheres atuantes na cena, sinto um puta orgulho, porque diante de diversas dificuldades, todas nós temos conseguido superar as barreiras. Feliz Dia da Mulher para todas nós!!!”
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“Sou DJ há 8 anos. Todos os assuntos referentes à carreia de DJ levam ao universo masculino, mas as minhas experiências na área sempre foram positivas. Tenho postura e foco e tudo sempre funcionou muito bem. O mercado está aberto à tudo.
Vale arriscar e conquistar o seu espaço, mesmo que pequeno. DJs mulheres sempre foram minoria mas isso não quer dizer que não tenha oportunidades. Tem que ter atitude para ser DJ, independe do sexo. Feliz dia internacional da mulher e do DJ!”
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“Trabalhar na cena artística brasileira, independente de ser homem ou mulher, é um desafio diário. São muitas as variáveis que colocam uma DJ/Produtora em destaque dos demais. E para que essa diferenciação aconteça, é preciso constante dedicação em pesquisa, produção e network.
Nosso mercado é diferenciado pelo grande tamanho, porém, nossos ciclos são muito rápidos o que leva muita gente a desistir. Enfim, ser mulher, no meu caso, nunca me fez pensar diferente dos homens em termos de carreira: pelo contrário, sou super focada e invisto o meu melhor em tudo que faço.”
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“Tenho duas formações e joguei tudo para cima pela minha carreira de DJ e não me arrependo, já viajei muito, conheci quase todos os estados do Brasil, outros Países e pude conhecer muitas pessoas bacanas. Dizem que quem ama o que faz não trabalha, sinto isso! Porém ser mulher na cena eletrônica ainda é como ser engenheira ou qualquer outra profissão exercida na sua maioria por homens. Esse ano faço 15 anos de carreira e quando comecei tinham muito menos mulheres que hoje, portanto tive que quebrar muitos tabus, hoje melhorou muito, mas ainda sei de Djs que sofrem preconceito.
Imagine que o line dos grandes festivais tem uma porcentagem mínima feminina e sem contar que as vezes ainda vejo DJs tendo que provar que tocam de verdade ou que produzem mesmo, porém tem os dois lados da moeda, hoje temos muitas mulheres que fazem um trabalho com qualidade, de grande visibilidade e que fizeram essa desconfiança diminuir e são respeitadas, porém de contra partida também surgiram muitas profissionais ruins que acabam rotulando toda a classe. Isso acontece por machismo, pois se um DJ homem erra os outros não levam a fama por ele, mas se uma mulher erra aff, já rotulam todas as outras. Não estou generalizando, pois também têm muitos homens que não pensam assim e que acreditam no nosso trabalho e inclusive tenho grandes amigos DJs que me ajudam.
Só sei que só ficam nesse mercado as mulheres que realmente amam a música e todo o trabalho que uma DJ tem que fazer, pois não é fácil encontrar espaço ao sol, mas quando isso acontece é maravilhoso. Admiro todas as mulheres que tanto batalham pela música eletrônica, parabéns e muito sucesso para todas…”
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além de ser um trabalho! É um estilo de vida. Amo música eletrônica, amo festas, baladas, pessoas reunidas e o desafio de prender a atenção do público através da música, da minha energia, manter a pista entusiasmada, alegre, vibrante “livre dos problemas” rotineiros da vida, indo além da diversão… é uma maneira de “mexer” com as pessoas e aliviá-las da pressão do dia a dia mesmo que por algumas horinhas, mas que faz toda a diferença pra “recomeçar. Além disso, é lindo participar de encontros de amor e de amizade. Fazer parte, de alguma forma, da vida dos outros de modo positivo e construtivo é gratificante.
pouquíssimas mulheres no mercado, então fui muito criticada por machistas, que diziam que eu tocava só porque sou bonita. Nunca me deixei abalar por negatividade, me apeguei a quem sempre me apoiou e fui aprimorando o meu trabalho. A minha carreira é tão consolidada que mesmo vivendo duas gestações toquei até o nono mês em ambas e retornei ao palco em menos de 15 dias.
em tudo que há verdade, amor, esforço e boa intenção existe recompensa. Hoje me sinto recompensada e muito grata a tudo que os meus fãs, parceiros e seguidores me proporcionam.”
“Ultimamente sinto uma ascensão incrível da mulher em várias vertentes e não só na música eletrônica, isso é histórico pra mim! Nós sempre lutamos pelo nosso espaço tendo que provar por duas vezes que realmente sabíamos o que estávamos fazendo.. a conquista de uma representa a de milhares que também merecem. Eu sei que não é fácil, mas exatamente isso faz a gente forte!
estamos vivendo um momento de empoderamento feminino, a gente se apoia.. é apoiada!É maravilhoso poder dividir as coisas com quem sente que nem a gente! Pra mim é uma honra poder ser mulher, honrar isso, e comemorar nosso dia mesmo que eu ache que ele tenha que ser em todos! Isso é só mais uma data pra gente lembrar do quanto somos especiais e o quanto nós já fizemos pelo mundo.. Cada uma na sua arte mas com o mesmo propósito. Tamo junta!PARABÉNS SUAS FODAS!”
minoria que somos comparada à imensidão masculina que é esse meio, mas enxergo isso como oportunidade. Independente de gênero, acredito que sempre existe lugar para quem é comprometido, persistente, e acredita no que faz de coração.
“Caramba, não estava botando muita fé, mas você arrebenta! Superou todas as expectativas!”.
nada nem ninguém deve fazer você mudar de ideia!”
é um pouco desproporcional em comparação aos homens. Meu primeiro contato profissional com a música aconteceu desde a minha infância nas aulas de ballet que duraram 9 anos, porém em um determinado momento tive de escolher entre virar profissional ou fazer minha sonhada faculdade de Direito e então escolhi abandonar a dança e a música.
tive como inspiração alguns homens, mas também grandes profissionais mulheres. Nina Kraviz, por exemplo, que além de dj e produtora é dançarina, modelo e cantora em um clipe de sua própria música! Tem algo mais incrível do que isso? Para mim, esse é um exemplo que ultrapassa todas as barreiras do machismo e mostra o valor, a versatilidade e a força que a mulher tem dentro da arte e que prova o quanto ser mulher é maravilhoso apesar de todo preconceito que existia no passado (e que ainda existe hoje em dia).
união das mulheres tendo como objetivo melhorar nossa situação moral dentro de qualquer cargo que queiramos ocupar e de qualquer coisa que desejemos fazer! O dia das mulheres não é resumido em apenas 24 horas e sim nos 365 dias que vivemos INTENSAMENTE todos os anos!”
ter a competência e uma percepção com público diferente e divertida, um conhecimento musical abrangente para surpreender os clubes, festas e festivais. Eu acredito que estas são algumas das ferramentas que nós DJs mulheres podemos levar para a pista de dança!”
Eu gostaria dizer que é fácil ser mulher na cena eletrônica, gostaria de dizer que nossa técnica, comprometimento e a simpatia feminina são super reconhecidos. Mas eu estaria sendo exagerada, a verdade é que ser mulher numa cena basicamente masculina, exige o dobro de dedicação, de atenção, de firmeza, de comprometimento. Somos femininas, temos o nosso tempo e ao mesmo tempo, podemos ser fortes e intensas como um trovão. Fico imensamente feliz que nós mulheres, cada vez mais, estejamos conquistando espaço. Estamos sendo “ouvidas” e fico feliz porque o espaço é grande e cabe o talento de todos, ou melhor de todas.”
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Ser mulher na música eletrônica é algo muito gratificante pra gente. Cada vez mais temos mais mulheres ocupando espaço em um mercado onde é predominantemente masculino. É muito bom fazer parte deste time e também poder levar música e alegria para as pessoas. Nós amamos o que fazemos e queremos sempre ver mais mulheres seguindo esses trilhos.
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Realmente a proporção de homens é bem maior nos eventos (onde eu acabo trabalhando mais diretamente)… na cena em si, vejo que as mulheres ficam com o trabalho mais ligado a organização da informação (logística, financeiro, vendas, pré produção) enquanto os homens ficam com a parte mais prática, de por a mão na massa. Na agencia a maior parte do time é mulher!