O mês de fevereiro do Brasil é conhecido mundialmente pelo seu Carnaval. Isso não é novidade para ninguém. A questão aqui é que o aspecto do Carnaval que conquistou tanto a atenção do mundo é o samba – o que leva muita gente a acreditar que essa época se resume a isso. É claro que isso não é verdade; Carna Eletro, Carnaval na Laroc, blocos eletrônicos espalhados por todo Brasil (com direito a trio elétrico), Camarote Salvador, Green Valley, e P12 são bons exemplos de que de fato existem programas para os amantes da eletrônica nessa época. E não apenas programas – grandes festivais também rolam por aí. E hoje viemos falar de um deles: o Rio Music Carnival!
Aguardada por muitos, a 8ª edição do já tradicional RMC aconteceu entre os dias 5 e 9 de fevereiro deste ano, na Marina da Glória, espaço tradicional de realização do evento. Foram 5 dias que certamente ficarão fixados eternamente na memória dos presentes, repletos de todos os mais variados gêneros da música eletrônica. Teve música para todos os gostos!
Os preços estavam no padrão do Rio de Janeiro – uma água custava R$8, a cerveja, Skol Beats, R$12…Na média! O evento contava ainda com diversos foodtrucks, tanto na pista premium quanto na comum. Tinha pipoca, pizza, burgers… E muito lugar para sentar e recarregar as energias ao lado de seu lanchinho. Tudo muito bem localizado; até a pista comum contava com diversos bares e caixas, o que evitou bastante o tumulto e filas com os quais estamos acostumados. Ponto pro RMC!
A pista premium contava com banheiros de verdade, bem limpos e organizados, enquanto na pista comum tinha-se acesso apenas a banheiros químicos; mas nada que comprometesse a diversão da galera. O camarote ficava ao lado do palco, e tinha até ventiladores espalhando gotículas d’água para combater o calor do verão carioca. Genial!
No primeiro dia de evento tivemos ninguém menos que o grande Axwell como destaque. Como de costume, o sueco detonou com seu set bem pesado, com bastante electro e muitos de seus sucessos atuais, e claro, hits do antigo grupo sueco Swedish House Mafia, o que basicamente fez com que as reações do público se alternassem entre “queixo caído”, “chorando de nostalgia”, e “pulando incontrolavelmente”. Impossível de se esquecer!
Tocaram também Rafael Delgado e Rodrigo Vieira, que aqueceram a pista com muito estilo. Os Naza Brothers encerraram a noite com bastante EDM, pra não deixar ninguém ir pra casa desanimado!
No sábado, foi a vez do baile de máscaras da Skol Beats, com muito Deep House, Techno, e Nu Disco comandando a cena. A atração principal foi Vintage Culture, DJ brasileiro que vem crescendo cada vez mais nos último anos. Pra você ter ideia, o cara tocou em três estados diferentes só nesse dia… Haja disposição! Bakermat destruiu a pista com seu som bem característico – teve até saxofone -, e a noite foi encerrada por Amanda Chang, que também vem se destacando bastante na cena de nosso país.
Em 2016, a organização do RMC decidiu inovar, e aproveitando o ritmo do funk que é tão forte na cena carioca, resolveu convocar o popular Dennis DJ para ser a atração principal da noite de domingo. Dennis é conhecido por suas ótimas mixagens de funks populares e de hits famosos de house music. O DJ tem o costume de começar as suas músicas com os funks mais famosos, e então inserir os drops de house que levam a platéia ao delirio. Certamente algo único, né? E por essas e outras, o domingo acabou sendo o dia que mais atraiu público à Marina da Glória.
Na segunda-feira de carnaval, o festival atraiu mais uma vez os amantes do deep house e techno com a clássica Love Sessions, que já é uma das maiores festas underground da cena carioca. Desta vez, os produtores aprenderam com o erro da última edição, no Rider Weekends, e providenciaram uma after para os fritos de plantão que não se contentaram com o encerramento ao amanhecer! A after rolou no quiosque Zero Nove, no Aterro do Flamengo, bem pertinho da Marina. Inclusive, um mapa que mostrava como chegar lá foi distribuído pela própria organização da festa. Mandaram muito bem!
Antes da atração principal, Gabe esquentou a galera com um deep fino e empolgante. Já o popular Alok, o grande nome da noite, levantou bastante o público com seu set um pouco no seu próprio estilo, como ele mesmo diz, com muito deep house, future house, e EDM. A atração mais esperada da noite pelos amantes do Low, Kolombo, também não decepcionou com seu Techno.
A terça-feira, dia 09/02, e último do festival, foi o momento mais aguardado por muitos. Alan Pinheiro, Raul Mendes, Rodrigo Shá B2B Carol Legally aqueceram a pista, enquanto o grande público desse ia chegando. Jakko, uma das maiores promessas nacionais – que inclusive já tocou no TomorrowWorld em Atlanta -, conquistou incontáveis corações na plateia com seu set de altíssima qualidade, que começou já com Opus, de Eric Prydz, provando que de fato vale a pena continuar de olho nessa fera! Kill the Buzz abriu a pista com muita confiança, tocando Life is Calling, sucesso de Sick Individuals. Foi com muito carisma que ele conseguiu elevar ainda mais o nível de energia do público para a entrada da tão aguardada grande atração da noite.
A tal grande atração da noite, é claro, foi o DJ e produtor holandês Hardwell, famoso “Melhor do Mundo” por duas vezes consecutivas, que atualmente segura o segundo lugar do ranking. A apresentação de Hardwell foi simplesmente indescritível – pedrada do começo ao fim. Com uma qualidade inalcançável por boa parte dos habitantes de nosso planeta, Hardwell definitivamente faz jus aos seus títulos. Seu set, como sempre, estava repleto de um electro pesado mesclado com progressive house, junto aos seus inúmeros sucessos, como Apollo, Off the Hook, Dare you, e muitos outros… O que acabou fazendo com que não somente seus fãs, mas todos os presentes, delirassem a cada drop. E, é CLARO, ele tocou o seu épico remix de “Baile de Favela”, que deixou sua vinda ao Brasil ainda mais memorável do que nunca.
No geral, um evento que valeu cada minuto. Imagine só quantas amizades não foram feitas, quantos amores não foram desencadeados, quantas situações se provaram inesquecíveis… O que é ótimo para fortalecer um pouco a cena eletrônica do Rio de Janeiro, que não é tão forte quanto em outros lugares do país. Isso é RMC! Aguardamos ansiomente pela próxima edição!