Inicialmente um festival de bandas, o Ressonar chega à 11º edição — Organic Edition — buscando as raízes que o tornaram referência de arte, cultura e rave na região. O evento deve reunir 12 grupos e mais de 80 DJs na primeira lua cheia do Ano Novo, entre os dias 9 e 13 de janeiro. Com novo mapa, os organizadores esperam um público de duas mil pessoas nos campos gerais de Piatã-BA, a cidade mais alta do Nordeste.
A programação completa do Ressonar será divulgada ao longo de novembro, de acordo com o idealizador, Uirá Meneses. Até lá, os organizadores vão anunciando os highlighs da programação nas redes sociais. As bandas Mato Seco (SP) e Caeté Raiz (BA) e os DJs Virtual Light (Canadá) e Kadum (PR) são os primeiros anunciados.
“É sempre um desafio produzir o Ressonar”, diz Uirá. “Desta vez, queremos focar na essência do evento, com uma curadoria voltada para o que de melhor está sendo produzido na Chapada Diamantina, mas sem perder de vista a importância da música eletrônica”, ele explica. Além de incluir mais artistas locais na programação, o festival mudou a disposição das pistas, tendas, camping e praça de alimentação.
Segundo Uirá, também a decoração deve ser diferente neste anos, remetendo à história da região. “Da Chapada Diamantina saíram, na época do garimpo, as maiores quantidades de diamantes do mundo. Nesta próxima edição queremos fazer uma alegoria sobre o assunto. Os palcos terão o design como se fossem grandes pedras preciosas polidas. O diamante, que por muitos anos foi a riqueza maior da Chapada, agora vira palco de um festival com apelo ambiental”, conta o produtor.
Trance Temple, Budda Hall e Yoga Village são as áreas de música do Ressonar. Após testar uma edição com dez dias de duração, os organizadores voltam ao formato original de cinco dias. “O Ressonar é uma vivência única, voltada para um público bem diverso, que ama a natureza, camping, música, comunidade, permacultura, cultura alternativa e underground”, conta Uirá.
Realizado em Lençóis (BA) desde 2008, o Ressonar foi transferido para Piatã há três anos. Mais plano e aberto, o local surpreendeu organizadores e público por oferecer melhorias significativas em termos de instalações, acampamento e espaço de convivência. “Se existe algo parecido com o céu pra mim é como o Gerais de Piatã”, diz Uirá. A cidade de 10 mil habitantes, com três hospedarias e uma rodoviária de porte médio, tem atrativos turísticos que podem ser visitados durante o evento. O Pico do Barbado (o mais alto do Nordeste, com mais de dois mil metros) está a 40 km do centro; as Cachoeiras do Patrício e do Cochó e as fazendas de café são outros atrativos do turismo local.
Uma opção para quem prefere não acampar no festival é se hospedar em Lençóis ou Seabra, a 180 km e 90km de distância, de onde sairão vans diariamente. A oferta de hotéis, pousadas e albergues, além de restaurantes e outros serviços turísticos, é maior em Lençóis, considerada a porta de entrada do turismo na Chapada Diamantina. O percurso, no entanto, é de pelo menos duas horas até o festival.
Produzido a cada ano na lua cheia de janeiro, o Ressonar nasceu de uma rede de artistas, místicos, ambientalistas e realizadores que, juntando seus ideais e fantasias, decidiram criar um festival. O evento completa a agenda cultural da Chapada Diamantina, que inclui festivais de blues, jazz, circo e teatro.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3