Nome importantíssimo na história do disc jóquei no Brasil, Sonia Abreu foi a primeira mulher DJ deste país. Em 1964, aos 13 anos, já estava envolvida com a música em banda covers. Três anos depois, veio a primeira experiência com a discotecagem em São Paulo. Ainda nos anos 60, trabalhava na rádio Excelsior (atual CBN), e aos 18 anos teve que sair de casa (pois o pai não aceitava seu trabalho com a música). Em 1977, estreou no Papagaio Disco Club e se consolidou como pioneira das cabines na cena feminina. Três anos depois, fundou uma rádio móvel dentro de um ônibus, chamada “Ondas Tropicais”, levando música para diferentes cantos em São Paulo (e mais tarde também chegou ao litoral de SP e Rio de Janeiro em um barco).
Produtora musical, pesquisadora musical, radialista, colunista, sonoplasta, DJ… Sônia quebrou tabus, enfrentou preconceitos, explorou territórios ineditos e abriu espaço para a entrada das mulheres na cena disc jóquei. Um legado de extrema importância e que jamais será esquecido.
Na tarde desta segunda-feira (26), a DJ deixou as pistas. Internada desde sexta-feira (23), ela faleceu aos 67 anos ao ter uma fadiga respiratória em decorrência da esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa.
Sua história pode ser conhecida no livro “Ondas Tropicais”, escrito por Claudia Assef e Alexandre de Mello.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3