Pesquisa britânica conclui que 80% dos clubes fecharão as portas até março sem o auxílio do governo
Já faz quase 1 ano que os clubes de todo o Reino Unido tiveram que ser fechados devido à pandemia do coronavírus. Com isso, a Associação da Indústria da Noite (NTIA), buscou mais de 100 clubes para entender a gravidade da atual situação da indústria noturna no país e descobriu que 80% dos clubes britânicos terão que fechar definitivamente até março sem apoio financeiro apropriado do governo local e uma estratégia pouco clara para a reabertura dos locais.
Dos 100 clubes noturnos pesquisados, a NTIA constatou que 88% dos clubes no Reino Unido estão com mais de dois meses de aluguel em atraso, 86% foram forçados a fazer demissões – com mais de 65% fazendo com que mais de 60% de sua força de trabalho fosse demitida antes do final de 2020 – e 43% ainda não tinham recebido qualquer tipo de apoio financeiro ou subsídio do governo.
Michael Kill, o CEO da empresa responsável pela pesquisa, disse que os britânicos estão “à beira de perder uma instituição cultural”, que o governo não deu nenhum apoio ao setor e não reconheceu seu valor econômico e cultural.
“Considere isto como uma Indústria”, continuou ele. “Enfrentamos adversidades extremas durante esta pandemia batalhando contra as dificuldades financeiras, o aumento das restrições regulatórias, as mudanças de planejamento críticas aos negócios, os serviços financeiros virando as costas para nós e a contínua recusa dos líderes deste país em mencionar os clubes noturnos na narrativa – isto não é negligência, esta é uma intenção de colapsar intencionalmente o nosso setor.”
Drew Burke, diretor do clube Hangar em Birmingham, acrescentou: “Isto tem afetado não apenas os empresários, mas o pessoal que depende de seus salários, as cervejarias que fornecem bebidas aos locais, o cliente que anseia por interação social e uma liberação dos deveres de trabalho e de vida doméstica, e assim por diante, criando um enorme efeito dominó que não está sendo consertado. Sem locais e clubes noturnos, um enorme vazio social se apresenta causando despedimentos em massa e um enorme influxo sobre a saúde mental.”
Enquanto o governo do Reino Unido tem se manifestado sobre o apoio financeiro oferecido a tudo, desde locais de música até teatros, os críticos continuam a argumentar que é necessário mais apoio direcionado exclusivamente a esta indústria tão importante
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.