Paul van Dyk faz desabafo e pede justiça pelo grave acidente que quase tirou sua vida no A State of Trance 2016
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Oito anos se passaram desde que o lendário DJ alemão Paul van Dyk caiu num buraco em cima do palco do A State of Trance, festival do Armin van Buuren organizado pela ALDA. Tal buraco estava tapado com um tecido e não havia nenhuma sinalização sob ele.
O acidente ocorreu durante a apresentação do artista e causou a ele múltiplas fraturas, danos à coluna vertebral e traumatismo cranioencefálico, tendo que ser encaminhado diretamente para o hospital.
Após uma audiência no tribunal holandês em setembro de 2018, a organizadora do evento (ALDA) foi condenada a pagar mais de 12 milhões de dólares de indenização ao artista, porém, van Dyk revelou que não recebeu o dinheiro, nem mesmo um pedido de desculpas. O valor cobriria as despesas médicas e os lucros perdidos pelos ferimentos e tempo internado.
Com os laços rompidos com o ASOT, Paul van Dyk apareceu nas redes sociais no último dia 29 de fevereiro para desabafar sobre o ocorrido. Em um relato longo e sincero, van Dyk afirmou estar "grato por ainda estar vivo", já que o acidente quase tirou sua vida. Além disso, ele criticou a "decência, o caráter e a justiça humana". Ainda segundo a nota publicada, a ALDA tentou obstruir os pagamentos do seguro para as contas médicas de Paul.
Em resposta às declarações, um representante da produtora de eventos disse que o "esse assunto está nas mãos de terceiros (seguradoras/advogados)", portanto, não podem falar mais sobre o ocorrido.
O acidente aconteceu em 29 de fevereiro de 2016 e gerou danos irreversíveis à saúde de Paul van Dyk que se estenderão ao longo de toda sua vida. Apesar disso, ele segue celebrando o "milagre" lançando inúmeros singles e rodando em turnês, tendo alcaçando o Top #45 no último ranking dos 100 DJs mais populares do mundo pela DJ Mag. O artista alemão crê que a justiça será feita e agradeceu ao apoio incondicional de sua família, amigos e fãs.
Confira abaixo a nota na íntegra:
"Olá a todos, Paul aqui.
Hoje estou especialmente grato por ainda estar vivo enquanto reflito sobre a decência humana, o caráter e a justiça.
Como vocês devem se lembrar, no dia 29 de fevereiro de 2016, quase perdi a vida enquanto me apresentava no festival A State of Trance Utrecht, de Armin van Buuren, organizado por seus parceiros de negócios na ALDA, gerenciada por Alan Hardenberg e David Lewis.
Desde então, ficou legalmente estabelecido que o desrespeito deles aos padrões básicos de segurança na construção de palcos e na segurança de eventos levou à minha queda e, portanto, me deixou com vários ossos quebrados, incluindo a coluna vertebral, lesão cerebral traumática e problemas de saúde para o resto da minha vida.
Como é possível cobrir um buraco não marcado na construção do palco com tecido? Para começar, como pode haver um buraco não marcado? Ganância? Economizar dinheiro à custa da segurança?
A responsabilidade legal é muito clara; a ALDA foi responsabilizada, mas mesmo depois de 8 anos, eles nunca reconheceram qualquer responsabilidade, não deram um simples pedido de desculpas e não pagaram nenhuma das indenizações ordenadas pelo tribunal para cobrir os danos econômicos que causaram, conforme ordenado pelo mais alto tribunal da Holanda.
Ao contrário, a ALDA até tentou bloquear o seguro para pagar minhas despesas médicas, e isso diz tudo sobre seu caráter e decência.
O lado positivo é que aprendi muito sobre sobrevivência e como abordar a luta diária causada pelos ferimentos graves e o impacto vitalício em minha saúde, para lidar com isso de forma positiva, independentemente da dor contínua.
Durante os meses em que estive em hospitais, todos fizeram o máximo para me trazer de volta, fui tratado com dignidade, respeito e cuidado e, por isso, serei eternamente grato.
Todo o apoio e os votos de felicidade de vocês me incentivaram a me levantar e andar novamente, isso me motivou de uma forma que vocês nunca entenderão e, por isso, serei eternamente grato.
Descobri que o amor é o maior poder que existe e, pelo amor e força infinitos que minha esposa Margarita me deu, serei eternamente grato.
Mas nada nem ninguém pode me devolver a saúde ou compensar o que minha família e meus amigos tiveram de passar.
Embora eles continuem a se esconder de sua responsabilidade, tenho certeza de que a justiça será bem-sucedida no final."
Imagem de capa: Reprodução.
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.