Não é mais notícia que o Lollapalooza 2017 teve o maior público registrado de todas as edições do festival – tanto que a pista do Perry Stage, no sábado, foi fechada devido ao excesso de pessoas. Todos vimos também, no começo daquela semana, a polêmica da Titi Muller com a apresentação de Borgore.
Mas eu não estou aqui para falar mais do mesmo. Venho contar o que vi na edição de 2017 do festival, que está se tornando (se já não é) o maior do país. E claro, visando a parte de música eletrônica, cada vez mais presente no Lollapalooza.
Antes, uma rápida palavra sobre os grandes artistas do line-up:
Metallica– Sensacional. Justificam completamente o fato de você não conseguir ver o chão da pista (devido a tanta gente para assistir a banda), fazem jus ao nome.
The Weeknd – Foda. Maravilhoso. Show lindo, e era possível se emocionar de longe com sua voz.
The Strokes – Partiu o coração de seus fãs. Muito “estrelinhas”, claramente bêbados (ou chapados) no palco. Deu a impressão de que não queriam estar ali tocando.
Ao que interessa!
Em relação aos palcos quase nenhuma novidade, pensando desde quando o autódromo abriga o festival: “Onix” em uma ponta isolado. “Axe” na outra, mas com melhor acesso ao centro do evento, onde ficava o “Skol”, “Perry”, “Chef Stage” e “Lollalounge”. Ponto negativo aí, porém necessário, eram as distâncias e voltas (confusas até) entre os palcos.
A notícia boa aqui é a nova estrutura do Perry Stage – até 2015 era uma grande, bem iluminada e adorada tenda de e-music. No ano passado passou a ser um palco de armação parecida com os outro, mas com telões de LED ao fundo da cabine do DJ, e não agradou o público. Nesta edição estava digno de um “festival de música eletrônica”. Estrutura única feita de vários hexágonos com bordas de LED, painéis de iluminação grandes e inúmeros holofotes. Tudo isso sincronizado deixavam os shows um prazer visual.
Sobre o público, em geral do festival, bem eclético em ambos os dias. Essa era a sensação que passava. Em outros “Lollas” vi multidões usando a camisa de uma banda ou artista específico. Claro que tinha várias pessoas usando camisetas estampadas com “Metallica”, “The 1975”, “The Strokes”, até mesmo o “+x” (do Garrix) e “Só Track boa”, mas o clima era de que a maioria das pessoas estavam indo curtir o festival, não algum artista específico.
Um detalhe importante, principalmente onde havia música eletrônica, muitos adolescentes/ jovens com menos de 18 anos no local. Desde o ano passado o Lollapalooza tem tido uma política menos rigorosa com a entrada de menores (antes a idade mínima era 16 anos, com autorização do responsável). Agora eles têm mais liberdade, e o único impedimento deles consumirem bebidas alcoólicas é uma pulseira que identifica quem é maior de idade.
A presença desses adolescentes é boa para a e-music, mostra que ela está presente entre os mais jovens.
É muito bom que esses adolescentes estejam curtindo os artistas de música eletrônica. Isso leva ao crescimento e desmistificação do gênero, e nos enche de esperanças para o futuro. Porém estes jovens ainda precisam aprender como se comportar em festivais: muito empurra-empurra desnecessário e má educação – gostamos muito que vocês estejam aqui, mas respeito é bom e todos gostam.
Um pouco sobre os Sets (e confira os vídeos!):
O que falar? O espaço do Perry atingiu sua lotação. Literalmente fecharam o acesso ao palco durante a apresentação de Vintage Culture. Quanto ao set, Lukas nunca decepciona. Fiquei surpreso por ouvir remixes de músicas brasileiras, como “Descobridor de Sete Mares” e “Céu Azul”, além da versão collab com Felguk de “Hollywood”. O público cantou muito! E como de costume, os efeitos visuais foram incríveis, com excelente iluminação e fogos sincronizados.
Foi o DJ que mais atraiu a presença dos jovens. Vimos até um garotinho de uns 10 anos curtindo o show no ombro de seu pai. Era a primeira vez de Marshmello tocando em terra tupiniquins, mas não se intimidou e manteve seu estilo alegre no set. Seu principal single “Alone” foi um sucesso e fechar com “Ritual” ficou incrível. Ainda vamos ouvir falar muito sobre ele em 2017.
Ainda bem que esse não foi no Perry, se não metade dos fãs ficariam para fora. O espaço do palco Axe ficou maravilhoso com os milhares de espectadores para o show do The Chainsmokers. Porém, era claro que não eram todos fãs de música eletrônica, muitos estavam ali pela popularidade recente de duo. Isso não foi um problema, eles não tiveram dificuldades em fazem uma grande apresentação, deixaram todos satisfeitos – principalmente quando houve vocais ao vivo.
Em minha humilde opinião de redator deste site, o menos apreciado set deste Lollapalooza. Por que? Foi incrível musicalmente e visualmente, porém com público bem abaixo do que eu esperava. Claro que isso deve ser devido à falta de popularidade do DJ no Brasil. Mas para quem o conhece, com certeza ficou muito satisfeito pelo resto da noite. Artista de primeira, espero muito que volte ainda esse ano! (Alô Ultra! Alô Laroc!)
Quem foi The Strokes perto de Garrix nesta noite? O prodígio da EDM mundial arrasou, mostrou muita personalidade, esqueceu o set do UMF lá em Miami, e fez um show incrível em São Paulo. Tivemos muito Progressive House, mashups de primeira, músicas novas e um público delirando. Com certeza uma das melhores (se não a melhor) apresentação de Martin que vimos no Brasil. Apenas 20 anos de idade, só pra lembrar.
Vencedor do Grammy, querer mais o que? Som sensacional, uma espécie de Future Bass experimental, com elementos ao vivo… isso não é um show, é um espetáculo! Flume é um artista que te faz derreter na música dele, assistir ao seu set é experiência única. De quebra ainda tivemos Tove Lo cantando ao vivo “Say It”. Depois desse Lolla é inevitável dizer: queremos mais Flume na vida.
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