Com o avanço da tecnologia, está cada vez mais frequente ir para festivais e clubes e encontrar mais pessoas com os celulares filmando a festa do que realmente curtindo e sentindo a vibração daquele momento. Sites como Red Bull e Artistas como a Dj Annie Mac estão mais uma vez criticando o excesso de filmagens em shows – ou o que Annie chama de “necessidade constate de documentar a noite”, que “tira o nível de conexão inicial”.
Alguns artistas como Jack White, Dave Chappelle, Alicia Keys e Bob Dylan estão usando em seus shows a tal bolsa de Yondr que impede o uso do smartphone. A bolsa é equipada com um pequeno chip que a impede de ser aberta dentro de determinada área. Assim, a pessoa pode levar seu celular às apresentações, mas só conseguirá usá-lo se pedir para um segurança desbloquear a bolsa ou passá-la por uma máquina que, geralmente, está posicionada na saída do local.
Isso é um tema com muitos prós mas também muitos contras. Um exemplo é que essas gravações feitas por fãs pode beneficiar muito os DJs a se tornarem virais através de páginas do Facebook e outras redes, levando artistas e clubes a ganhar novos fãs no processo. Também é um ótima maneira de identificar IDs de faixa por meio de páginas como The Identification Of Music Group.
Muitos acham que uma política “sem câmera” como o clube alemão Berghain tem é a resposta, enquanto outros parecem esperar que o problema desapareça por conta própria. Berghain conseguiu manter suas regras respeitadas por muito tempo. É um lugar onde os clubbers estão tão desesperados para entrar que ficam na fila por horas em temperaturas abaixo de zero, na pequena chance de passarem pela porta. E enquanto os locais de Londres, como o Oval Space e o Phonox, seguem o estilo da Berghain, ainda é uma venda muito difícil para os outros 97% dos espaços em todo o Reino Unido. Muitos clubes, promotores e festivais detestam até mesmo discutir o problema por medo de perder potenciais clientes.
De festivais como o Tomorrowland a clubes em diversos países, os visitantes precisam de lembretes constantes e gentis para “manter as filmagens em nível moderado” para que todos ao seu redor possam aproveitar a noite. Isso pode ser feito com placas ao redor do local ou uma palavra amigável da equipe de segurança para qualquer um que não consiga colocar o celular no bolso. À medida que mais e mais espaços adotam essas políticas de “câmera moderada”, podemos ver uma mudança gradual em como as pessoas entendem seu papel nas festas.
Entenda. Nem todo clube é Berghain, e nem todas as pessoas são iguais. Então, da próxima vez que você for confrontado com aquele sujeito que simplesmente não consegue parar de filmar, talvez tente pedir gentilmente para que ele pare um pouco. Vivemos uma geração que está mais preocupada em mostrar pras pessoas onde estão, o que estão fazendo, o que estão ouvindo que acabam não curtindo o momento por si mesmas. Nesse ponto, bolsas e outras invenções talvez possam mesmo ajudar. Não necessariamente pela eficiência do objeto em si, mas pelo fato de essas propostas chamarem atenção para o problema. Porque há apenas uma maneira real de resolver essa questão, e não é banindo telefones.