O parque de diversões Hopi Hari comemorou seus 20 anos de existência com diversos eventos no mês de novembro. Localizado em Valinhos, próximo à Campinas e São Paulo, o país mais divertido do mundo, como é chamado, possui mais de 40 atrações para adultos e crianças.
Em uma destas celebrações, a música eletrônica esteve presente. O “Hopi Celebration”, com show de Alok, ocorreu no dia 30 de novembro e recebeu mais de 10 mil pessoas. Foram três palcos, sendo dois deles voltados para a música eletrônica: Arena Celebration, com Zelig, Rooftime, Danne, Dre Guazzelli, Sunroi, Alok, Selva, Claudinho Brasil, Marcos Thorpe e Igor Mezaki; e Street Stage, com Rivas, Turkez, Soldera, Malik Mustache, Joy Corporation e Lyus. Confira fotos aqui.
É interessante perceber que um dos maiores parques temáticos da América Latina escolheu a música eletrônica para celebração desta importante data de aniversário. Claro que já existia um histórico do Hopi Hari com este gênero, pois festivais como Kaballah já foram realizados no local, mas com organização de outros selos. Desta vez, o evento era realmente do parque e rolou das 11h, com shows a partir das 14h, até 01h da manhã.
O destaque, sem dúvidas, vai para a apresentação de Alok, que pela primeira vez no Brasil ofereceu um show de música eletrônica acessível para surdos, com tradução e interpretação em libras (linguagem brasileira de sinais) feito pela especialista Mariana Lima. O então eleito 11º melhor DJ do mundo pela revista DJ Mag reuniu adultos e crianças numa multidão que curtiu a apresentação mesmo embaixo de uma forte chuva, o que mostra a força da música eletrônica e como este gênero vem crescendo e atingindo novos públicos. Ao olhar de um lado, via senhores e senhoras com mais de 60 anos curtindo. Do outro, crianças com cinco anos (ou menos) dançando sem parar. Pais e filhos, avós e netos… Era emocionante perceber a união de um público de todas as idades emocionado com a vibe que a música eletrônica proporciona no ambiente. Não tinha uma pessoa parada.
Ao final da apresentação, conversei com Sofia Vieira, Amanda Aparecida e Felipe Torres Siqueira, de 11 e 12 anos, que saíram de suas cidades (ABC paulista, Mauá e Bertioga) para ir ao parque prestigiar Alok. Ao resumirem o show, duas frases: “Meu Deus, incrível!” e “Foi maravilhoso!”. Com exceção de Felipe, era a primeira vez das garotas numa festa de música eletrônica. Elas amaram e garantiram que querem ir mais vezes. Ele também, mas confessou: “Eu preciso sentar, porque estou muito cansado”. Quando pergunto se gostam de música eletrônica, ouço um berro super afirmativo dos três: “SIMMMMMMM!”. E sobre os outros DJs favoritos, têm brasileiros (Illusionize e Cat Dealers) e gringos (Marshmello e Alan Walker).
Ao conferir outro palco, me deparo com Marisa Souza Oliveira, 54 anos, curtindo o som e a apresentação de Joy Corporation. Ela estava dançando sozinha e logo depois foi encontrar os dois filhos (de 16 e 19 anos) que estavam sentados. Marisa me contou que é de Guarulhos, São Paulo, e foi ao evento porque gosta de música eletrônica, e que já tinha ido à algumas festas, mas nunca com DJs famosos. “Aguentei firme, chuva e parque, estou melhor que eles. Estava dançando e voltei lá pra falar ‘vocês estão mortos, hein'”, brincou se referindo aos filhos.
Essas não são cenas comuns dos festivais e festas de música eletrônica. Dá pra perceber o quanto este gênero está rompendo barreiras? Crianças e adolescentes que curtem o som nas playlists das plataformas de streaming puderam vivenciar, pela primeira vez, a experiência de um festival com diversos artistas de renome na cena, sentindo o poder da música eletrônica e desejando o próximo evento. Ao mesmo tempo, adultos e idosos no mesmo espaço, compartilhando da mesma alegria e da mesma vibe.
O evento contou também com um palco dedicado para crianças, o Hopi Kids, apresentado por Laura Rauseo e Gabriel Moreira, com shows de Marianna Santos e Gabriel Miller, Jolt, Taby, Tita Stoll, Bibi Tatto, Pedro Miranda, Carol Roberto, João Vitor Mafra, Malu Casanova, Guilherme Eiji, Lavinia Aisar e João Pedro Chaseliov.
O Hopi Hari têm cinco regiões temáticas – Kaminda Mundi, Infantasia, Aribabiba, Wild West e Mistieri – e a montanha-russa mais alta, extensa e rápida da América Latina. O endereço é: Rodovia dos Bandeirantes, km 72, Vinhedo – SP.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3