O que leva um DJ a trocar de estilo, mudar o seu foco, beber de outras fontes que não somente aquelas pelas quais o seu público o reconhece? Tem algo de errado nisto? Com certeza não.
Construir uma carreira sólida e respeitável em qualquer profissão é algo difícil e que requer muito empenho. Isto é um fato. Outro fato é que na música essa dificuldade parece ser ‘elevada ao quadrado’. Pensando assim, o equivalente a passar numa entrevista de emprego, para o músico, é ter sua apresentação aceita e requisitada pelo público. Essa fase Vitor Medina já passou há muito tempo.
Com dez anos de discotecagem na noite do Rio de Janeiro, Medina se consagrou em casas que são epicentro da efervescência cultural carioca como Casa da Matriz, Fosfobox, Pista 3, Teatro Odisséia, Espaço Acústica e Hard Rock Café. Medina virou artigo de luxo nas festas, trazendo o som do momento – que incluía do pop ao indie rock e adjacências – também para festas particulares de figuras como o Arctic Monkeys, no Sheraton Hotel, depois de show da banda no Rio de Janeiro – a convite da Sony Music – e no AFW Camp Brasil, evento que reuniu os campeões do Superbowl da NFL (liga de futebol americano dos Estados Unidos).
As coisas iam bem nessa seara musical, Medina fez shows com shows junto de artistas como Anitta, Ludmilla, Dennis DJ, DJ Marky, BassJackers (EUA), Nego do Borel, Cone Crew, Buchecha, Mr.Catra, Naldo Benny e YellowCard (EUA). Quando completou dez anos de discotecagem em 2018, no coração do artista já brotavam ramificações das influências de Daft Punk, Capital Cities, Ratatat, Justice, Hot Chip entre outros. Era hora de tomar uma atitude.
Mais próximo dos synths e elementos digitais
A atitude veio em forma de música e videoclipe. “Dance Where You Are”, foi lançada pela Som Livre – uma das maiores gravadoras do Brasil – em dezembro de 2019 e marcou o início do projeto Medina Club. O clipe, que ultrapassou 50 mil visualizações em duas semanas, foi roteirizado em conjunto com o produtor Lil T que também o dirigiu. Nesta exploração inicial do universo da música eletrônica, Medina Club contou em depoimento exclusivo ao PLAY BPM, detalhes do primeiro trabalho: “A ideia era abusar das cores, luzes e colocar a ‘dança’ como um movimento intrínseco da vida do ser humano que se apresenta também na hora de trabalhar, se exercitar, enfim, nos movimentos do dia a dia.”
Ao falar sobre a mensagem da música em meio a tantas mudanças na sua carreira, Medina revela que: “… além dessa viagem toda que inclusive me inspirou na composição da letra, queria mostrar algo semelhante à como pretendo apresentar os Live Sets do Medina Club”. Bastante empolgado, o artista ainda afirmou: “Estou ansioso para mostrar essa nova etapa da minha carreira para as pessoas: Mais próximo dos synths e elementos digitais do que nunca, mas sem perder a essência humana do sentir!”. Quando perguntado sobre a mudança e os planos, Medina foi enfático: “O Medina Club é a minha entrada em definitivo no universo da música eletrônica, onde tento misturar indie, synthpop, house e por aí vai. Sem rótulos. É o projeto em que, enfim, me sinto livre para explorar diversos gêneros musicais e possibilidades de performance ao vivo enquanto cantor, músico e produtor musical.”
O artista também revelou que está em processo de produção de novas músicas que serão lançadas ainda em 2020, mas sem maiores detalhes. Acompanhe novidades sobre o artista no instagram.com/medinaclubmusic.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3