Após muita violência e proibição, o Uruguai foi o primeiro país do mundo a legalizar o uso recreativo de maconha, em 2013; Canadá seguiu o mesmo passo em 2018, sem contar estados americanos como Califórnia que, desde 1996, legalizou o uso da erva para fins medicinais. E é assim, com pequenos passos, que o mundo caminha para a legalização da maconha.
Com a ausência de um mercado regulamentado, as pessoas tendem a comprar clandestinamente, isso desenvolve um comércio ilegal que não paga impostos e promove a violência. Com o intuito de combater o narcotráfico, o governo de José Mujica (2010 – 2015) entendeu a situação, e com a legalização da substancia, gerou um prejuízo de US$ 22 milhões de dólares ao tráfico de drogas.
Os dados são do Instituto Estadual de Regulação e Controle da Cannabis (IRCCA), órgão responsável pela fiscalização e detalhamento, que divulgou seu quinto relatório sobre o mercado da Cannabis no Uruguai.
De acordo com o relatório do IRCCA: “Estima-se que o volume de dinheiro que já não é canalizado através do mercado ilegal desde a implementação da política pública seja superior a US$ 22.000.000”. O relatório, mesmo divulgado recentemente, são de números avaliados até novembro de 2018.
Atualmente, é possível adquirir maconha no Uruguai, escolhendo comprar em farmácias registradas, cultivo caseiro ou aderindo a algum clube ou associação canábica. Já estão cadastradas no sistema governamental 41.376 pessoas. O governo abriu uma nova chamada para licenciamento de produtores e de farmácias autorizadas a vender Cannabis, pois a demanda existente não é totalmente suprimida.
É de se pensar que com a legalização da maconha, o governo pode arrecadar milhões por ano com impostos, que podem ser investidos em setores que beneficiam a sua população. Sem contar que faria o país economizar o dinheiro utilizado, atualmente, com gastos para perseguir, processar, julgar e manter presas as pessoas que usam e vendem a substância. No mais, se ainda há alguma dúvida dos possíveis benefícios em relação a essa iniciativa, a experiência internacional vem, ao menos, mostrando que a legalização funciona.