No dia 12 de agosto, o DJ Laidback Luke escreveu um editorial para a Billboard sobre a prática de PAY TO PLAY, onde artistas pagam por popularidade, e também sobre a crescente presença corporativa na cena EDM. No editorial, o DJ falou sobre o jabá, Pay to Play(pagar para tocar), que é quando uma gravadora paga uma estação de rádio para tocar as músicas feitas por artistas dela. Não haveria nada de errado com isso, se a estação de rádio revelasse que a música havia sido patrocinada pela gravadora… Mas é lógico que com esse jabá isso não acontece.
O problema disso tudo é que os DJs dependem das avaliações de listagens (como o Beatport) para que possam saber o quão relevantes são na cena EDM, e o quão propensos são a serem chamados para tocar em clubs e festivais – além do fato de que isso também aumenta seus preços. Laidback Luke descreve como esses tipos de manipulação estão permeando a indústria da EDM, tais como a compra de likes, de seguidores, de clicks, entre outras.
A Mixmash Records, gravadora de Laidback Luke, tentou algo parecido com isto no início do ano, quando ofereceram aos fãs um reembolso total de seus downloads de uma track resultante da parceria de Laidback Luke com o produtor Tujamo. O Beatport considerou isso como uma manipulação da sua listagem de downloads, e removeu as vendas de seu site. Em janeiro, o site divulgou esta declaração sobre o incidente:
“Enquanto realizada aos olhos de todos por uma gravadora respeitável, sem histórico de vendas que influenciam artificialmente a listagem de downloads, a campanha impactou as políticas do Beatport sobre a elegibilidade da listagem. Seria injusto com as outras gravadoras, e o Beatport não tinha escolha se não remover as tracks de sua loja. O motivo por trás da decisão de remover a track em questão não era punir a Mixmash Records, o próprio Laidback Luke, ou o Tujamo, e nem deve ser visto como uma acusação de qualquer delito contra qualquer uma das partes envolvidas. Tanto que a track foi adicionada novamente pouco tempo depois com um novo ID para que a contagem de downloads fosse reiniciada, assim como a sua posição na lista.”
De acordo com Laidback Luke, cujo verdadeiro nome é Lucas Cornelis van Scheppingen, o que sua gravadora fez não foi “jabá”, no sentido mais estrito da palavra, mas ainda assim, foi de certa forma uma manipulação. O DJ e produtor filipino explicou como ele é muitas vezes forcado a seguir regras de exclusividade e territoriais criadas pela indústria dos festivais, e que é por isso que ele não pode tocar em determinadas cidades.
“Às vezes, isso significa que eu não posso tocar em um clube underground legal para algumas centenas de fãs do hard-core se eu também quiser tocar um palco principal de um festival para 50.000 pessoas na mesma cidade. Ambos são importantes para mim, portanto, isso me frustra. ” escreveu ele.
Laidback Luke delineou ainda uma crescente presença corporativa na indústria do EDM, já que agora os investidores estão fazendo ofertas irrecusáveis aos promotores de clubs e festivais. Esses mesmos investidores em seguida escolhem quais DJs eles querem que toquem em seus eventos, de acordo com a classificação do Beatport e a influência das mídias sociais. Para ele, esse é o motivo pelo qual vários festivais têm um line-up semelhante.
“Todos nós precisamos entender o que está acontecendo e fazer nossa parte neste debate”, suplicou ele. “Todo mundo precisa decidir seu papel individual na atual situação da indústria do EDM. É toda nossa a responsabilidade de intensificar o debate e deixá-lo crescer positivamente, ao invés de deixá-lo afundar. ”