Está sabendo de um documentário que poderia muito bem ser um filme de terror? “Fyre Festival: fiasco no Caribe” está disponível no Netflix e mostra a história surreal do evento que era para ter sido o novo Coachella, mas virou uma verdadeira piada mundial.
Voltada para milionários, a festa que aconteceria em uma ilha paradisíaca das Bahamas em 2017 foi divulgada como um evento de altíssimo padrão. Pra você ter ideia do nível, algumas das principais modelos do mundo, como Bella Haddid, Kendall Jenner e Hailey Baldwin, promoveram o festival.
Pode parecer coisa de louco, mas os ingressos deram sold out mesmo custando até US$ 12 mil. Com promessas de acomodações luxuosas e o “melhor da comida, da arte, da música e das aventuras”; além de atrações confirmadas como Major Lazer, Blink 182, G.O.O.D Music e Disclosure, o pessoal não via a hora de vivenciar a tão esperada experiência.
O filme mostra todo o “planejamento” do evento cinco meses antes do grande dia, com foco no criador do festival, o empresário Billy McFarland. O documentarista Chris Smith prende o espectador totalmente à medida em que a bola de neve criada pelos organizadores vai aumentando. Mesmo sabendo que é tudo verdade, você se pega duvidando do que está vendo, porque é muita loucura.
Primeiro, a Fyre era para ter sido uma empresa de booking para celebridades e artistas. Era como se fosse uma espécie de Uber para contratar famosos. Já a ideia do festival surgiu depois de uma reunião entre os cofundadores McFarland, o rapper Ja Rule e o MDavid Low, diretor criativo da marca. Foi ele quem sugeriu um concerto para profissionais da indústria com objetivo de promover o Fyre, esse foi o “start” necessário para o megalomaníaco McFarland.
Você fica com pena quando o pessoal chega na ilha. Tudo foi o oposto do que tinha sido vendido para o público: zero luxo, tendas sem estrutura, colchões encharcados… As pessoas não conseguiam acreditar que aquilo seriam suas acomodações. Observação: não tinha lugar para todo mundo. Parecia filme de apocalipse.
Percebendo a falta de condições para o evento acontecer, a banda Blink 182 cancelou o show na véspera da data. Depois as outras bandas também tomaram a mesma decisão.
Comida e bebida eram ilusões. Foi a partir de uma foto do “lanche gourmet” que o evento começou a desmoronar nas redes sociais.
Obviamente, Billy McFarland foi processado por inúmeras pessoas. Em outubro do ano passado o empresário foi condenado a seis anos de prisão, culpado por duas acusações federais de fraude. Um grupo de 80 investidores levou um prejuízo de aproximadamente US$ 24 milhões. Além de passar um tempo na prisão, Billy terá que arcar com US$ 27 milhões e quitar outras dívidas geradas pelo fracassado evento. “Me arrependo profundamente de minhas ações e peço perdão aos meus investidores, equipe, família e apoiadores que decepcionei”, afirmou o empresário diante da corte. “Eu subestimei grosseiramente os recursos necessários para realizar um evento dessa magnitude. E numa tentativa de levantar os fundos que imaginei que precisava, menti para investidores em vários aspectos da Fyre Media e de minhas finanças pessoais. Isso inclui documentos e informações falsas”.
Assista o trailer oficial do documentário: