Embora o governador do Missouri, Mike Parson, tenha dado início a pequenos eventos recentemente, o médico-chefe da Austrália, Brendan Murphy, disse que não consideraria a possibilidade de permitir aglomerações em grande proporção até que a nação tenha uma vacina contra o coronavírus. E algumas previsões preveem que as vacinas em larga escala não estarão disponíveis até, no mínimo, o segundo semestre de 2021.
Essa questão é relativa e depende de como a Austrália irá achatar sua curva de infecções, sendo possível que certas restrições possam ser reduzidas pouco a pouco com uma base experimental. Porém, mesmo que a curva continue a cair, Murphy diz que “festivais de música e eventos internos seriam provavelmente duas das restrições finais a serem flexibilizadas”. Outra questão importante a se refletir é se as equipes de apoio destes grandes shows vão resistir aos impactos econômicos depois de mais de um ano sem receita.
Haydn Johnston, co-fundador da Architects of Entertainment, conhecida por produzir o ‘Splendour In The Grass’ e o ‘Lost Paradise’, expõe o tema em questão: “Será que o instalador de sanitários, a equipe local, o operário, as companhias de recepção, o condutor da empilhadora vão sobreviver? Se eles não sobreviverem, nós não sobreviveremos.”
As restrições de viagem também são um grande obstáculo no retorno de festivais na Austrália, que tem uma quantidade muito limitada de artistas locais, “dignos” de um grande festival. Embora ainda exista a possibilidade de permitir artistas internacionais, haveria uma burocracia severa quanto as leis de viagens internacionais para acomodá-los no país, sendo obrigados a ficar em quarentena durante 14 dias após entrarem em terras australianas.
“É difícil para mim prever a reabertura de clubes e grandes festivais de música num futuro próximo. A menos que você esteja completamente confiante sobre suas fronteiras, seus testes, sua vigilância, você não pode relaxar uma medida de distanciamento”, disse o chefe do departamento médico da Austrália.
Vale lembrar que o país é palco de grandes festivais da cena eletrônica, tais como o Stereosonic, Future Music Festival, Ultra Austrália, Burning Seed (Burning Man Austrália) e muitos outros.
Será realmente necessário adiar tanto eventos como esse? A indústria da música não ficará ainda mais afetada? Deixe sua opinião nos comentários.
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.