Milhares de fãs do Burning Man violam distanciamento social e realizam seu próprio festival no deserto de Nevada
O Burning Man, festival anual de música e artes que atrai quase 100.000 participantes e é realizado na semana que antecede o Dia do Trabalho americano, foi obrigado a se tornar virtual pela primeira vez em 30 anos devido a pandemia do coronavírus.
Apesar das diretrizes de distanciamento social e das restrições às reuniões presenciais, multidões dos fãs mais ávidos do Burning Man foram vistas celebrando improvisadamente o festival durante o fim de semana do feriado. As aglomerações ocorreram tanto no deserto de Nevada, na Black Rock City, quanto nas praias de São Francisco, Califórnia, onde o recinto de feiras do evento costuma se instalar a cada ano.
Algumas imagens circularam nas redes sociais capturando os encontros ilegais, incluindo o da praia de Ocean Beach, que continha pelo menos 1.000 pessoas e o da praia Baker, com música e fogueiras, ambos os casos em São Francisco. Foi registrado também o encontro no deserto de Nevada, que contou com vários carros e caravanas que ficaram acampados no local e comemorando o festival online de maneira presencial.
Evidentemente, as atitudes levaram a árduas críticas dos usuários do Twitter sobre o descaso dos participantes com a pandemia. Juntando-se à condenação estava a prefeita de São Francisco, London Breed, que fez um tweet chamando os envolvidos de “imprudentes” e “egoístas”. Diante da última noite do Burning Man, Breed relatou que a polícia local estava intensificando suas patrulhas e fechando o estacionamento de Ocean Beach para evitar outra grande reunião.
O Escritório de Gestão de Terras de Nevada, que supervisiona a área da Black Rock City, comentou aos noticiários que estava “ciente” da concentração de campistas no deserto, mas disse que lhes foi permitido reunirem desde que aderissem às regras de distanciamento social.
O Burning Man Project, a organização por trás do festival, divulgou uma declaração no final do festival repudiando as aglomerações dizendo que aqueles que “honram a cultura do Burning Man” deveriam “se abster de se reunir insaciavelmente em grandes grupos”.
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.