DJs de renome mundial se envolvem em polêmica sobre campanha controversa
Em meio a diversas ações realizadas na cena musical para ajudar profissionais do mercado, uma campanha envolvendo grande nomes do cenário eletrônico vem causando polêmica nas redes sociais recentemente.
Tudo começou quando Carl Cox, Nicole Moudaber, Dubfire, Seth Troxler, Hito, Paco Osuna, Joseph Capriati, The Martinez Brothers, Carnage, e Alan Fitzpatrick iniciaram uma iniciativa chamada Tour Managers Not Touring (TNT). O objetivo era arrecadar doações para seus tour managers que atualmente estão sem trabalho devido aos cancelamentos de eventos em meio à pandemia. A ideia era que eles vendessem um mix de suas músicas pelo Bandcamp e destinar todo o lucro a esses profissionais.
Quando se deram conta, estavam no meio de uma enorme onda de críticas de fãs e pessoas da indústria. A campanha foi duramente criticada por pedir dinheiro aos fãs enquanto os próprios artistas que participam dela poderiam pagar os salários destes tour managers com o próprio bolso.
Após vários ataques e reações negativas, as páginas dedicas a campanha ficaram offline por algum tempo e alguns DJs, como Carl Cox e Joseph Capriati, vieram se pronunciar abertamente explicando toda esse mal-entendido.
“Tenho certeza que os tour managers envolvidos nas ações da TNT poderiam concordar que, em retrospectiva, o vídeo que eles postaram poderia ter sido apresentado e redigido de uma maneira melhor. Mas as coisas acontecem e aspessoas cometem erros”, disse Carl Dox. Além disso, a lenda do Techno afirmou que: “nunca foi sugerido que isso fosse para cobrir salários, o que é simplesmente ridículo e eu me sinto triste por isso ter sido cogitado.”
Uma das figuras mais relevantes da atual cena underground, Joseph Capriati, comentou: “Meus caros amigos, quero explicar e esclarecer a todos porque estou mostrando meu rosto em uma coisa que está ficando louca nas mídias sociais e que foi definitivamente tirada do contexto. Nossos tour managers decidiram gravar um DJ set, pois normalmente eles não tocam. Me pediram para apoiá-los, o que naturalmente concordei sem nenhuma dúvida, pois eles são como nossos irmãos”.
Ele continuou dizendo que são sortudos em terem condições essenciais, como se alimentar, e que não haviam pedido nenhum dinheiro ou ajuda: “Eu nunca pensei ou esperei que esta iniciativa fosse mal interpretada. Esta é a realidade dos fatos, eu nunca faria algo tão errado como muitos de vocês podem imaginar.”
https://www.facebook.com/watch/?v=868795706921401
O perfil do projeto TNT ficou ativo novamente e postou uma nota oficial, reafirmando a ideia de Cox e Capriati:“O que começou como uma iniciativa criativa para um grupo próximo de profissionais que trabalham duro em gerenciamento de turnês em nossa amada cena, para compartilhar nossa paixão pela música e para simplesmente trazer às pessoas algo positivo para nos manter ocupados nos tempos loucos que estamos vivendo, agora se manifestou em um ataque totalmente sem precedentes aos nossos DJs. Esses DJs são nossa família na estrada, nossos confidentes e, mais importante, nossos amigos mais próximos. Trabalhamos com eles semana após semana durante o ano e nosapoiamos em tudo o que fazemos. Pedimos a cada um de nossos artistas que nos fornecesse um mix exclusivo e também nos ajudasse a promover o projeto TNT em todos os canais on-line, o que eles fizeram sem hesitar. Nunca houve menção a nossos DJs pedindo ao público que pagasse nossos salários, apenas pedindo apoio. Estamos passando por esses momentos difíceis juntos, como todo mundo. Estamos absolutamente tristes com o que estamos lendo on-line sobre os DJs que trazem tanta alegria e felicidade a milhares de pessoas em todo o mundo. Isso foi completamentefora de contexto. Nós, como tour managers, podemos levantar as mãos e concordar que houve erros com a forma como este projeto foi apresentado, mas isso não foi intencional e, enquanto falamos, a situação está sendo resolvida”.
O que você tem a opinar sobre essa situação polêmica envolvendo esses milionários DJs?
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.