Desvendando o passado: 7 objetos que representam a música eletrônica nas décadas de 80 e 90!
A história da música eletrônica no Brasil guarda muitos segredos – principalmente em São Paulo, uma das principais cidades responsáveis por difundir o gênero no país.
Há 20 anos, não existia internet, as roupas eram diferentes, os equipamentos então… Nem se fala, eram completamente discrepantes. Mas se hoje, querido leitor, você tem para onde sair com os seus amigos para curtir uma boa música eletrônica, é graças às centenas de pessoas que investiram lá trás, sem saber que rumo isso tomaria atualmente.
De forma simples, mas muito bacana, separamos a história de 7 objetos que representam ícones da noite nacional. Confira!
Blazer de couro craquelado usado pelo promoter Nenê na inauguração da casa paulistana A Lôca (1995). A casa foi um dos bastiões do underground paulistano; ela foi fundada por Julio Balderman, instalando-se na Rua Frei Caneca, 916 – mesmo lugar que antes abrigava o clube Samantha Santa. A Lôca existe até hoje, e completou no ano passado 20 anos de existência!
Em meados de 1980, a Roland lançou os famosos Rhythm Composers TR-707 e TR-727. Amadas pelos músicos e artistas da música eletrônica do mundo todo, essas máquinas foram usadas em inúmeros estilos, incluindo synth pop, acid house, techno, industrial, electro, e experimental. Agora, os sons dessa clássica máquina de ritmos, com cada nuância inclusa, podem ser injetados no seu TR-8, levando a experiência para outro nível.
O Club B.A.S.E. foi uma das principais casas noturnas responsáveis por divulgar a cultura eletrônica nos anos 90. Inaugurada em novembro de 1996, alguns de seus fundadores, como Angelo Leuzzi, Beto Pandiani, e Ricardo Roman Jr, a criaram com o ideal de uma casa com “ares de final de milênio”, com sofás de vinil, cardápios de metal, e aço inoxidável nas paredes, num local histórico: a sauna desativada do hotel Danúbio. O club na época comportava cerca de 1.300 frequentadores de todas as tribos.
A Fanzine Madame Satã era publicada regularmente a cada dois meses, custava 30 cruzados, e era vendida nas dependências do complexo Madame Satã e por assinatura. Sua tiragem era de 15 mil exemplares disputados no tapa na noite paulistana, e sempre enviados a assinantes em outros países. A revista reunia principalmente notícias sobre o universo underground.
O Lov.e Club foi inaugurado no dia 12 de junho de 1998, dias dos namorados. A casa noturna é considerada por muitos um dos pilares do techno e drum’n’bass em São Paulo.Uma das primeiras e principais festas do club foi criada e comandada por Marky, ícone do drum’n’bass no Brasil. A festa aconteceu semanalmente durante este ano, até que em 2005, o DJ decidiu terminá-la devido a divergências com a gerência da casa noturna. Porém, no dia 21 de setembro de 2006, Marky voltou a produzí-la – desta vez quinzenalmente!
O ano de 1994 foi repleto de transformações para a noite paulistana. Idealizado pelo promoter Pil Marques, em um porão escuro, esfumaçado, e abafado, o Hell’s Club, símbolo máximo do underground nacional e elemento responsável pela disseminação da cultura eletrônica e das raves no país, serviu como berço para um submundo completamente novo no Brasil.
Marco na história da noite paulistana, a Nation teria 28 anos se não tivesse sido fechada em 1991. A casa, que ficava na Rua Augusta, durou quase quatro anos e deixou saudade nos baladeiros da época. “Foi o nosso Studio 54,” afirma Mauro Borges, que era DJ e um dos sócios da boate, em comparação com a lendária discoteca novaiorquina, sucesso entre as décadas de 70 e 80.
A Columbia, construída na esquina da Rua Estados Unidos com a Augusta, representou um grande marco na cidade de São Paulo, pois foi a precursora do mercado para a época.Com uma enorme estrutura, duas pistas, e restaurantes, a casa chegava a atender 20 mil pessoas por mês. Com a música eletrônica em alta na época, a Columbia foi a primeira casa a trazer um DJ internacional; um dois quais inclusive responsável por mixar o CD Zooropa do U2, no começo do anos 90. A casa também era comandada pelos DJs Renato Lopes, e o lendário Marquinhos MS.
Sobre o autor
Rodolfo Reis
Sou movido por e para a música eletrônica. Há 7 anos, idealizei trabalhar com esta paixão, o que me levou a fundar a Play BPM. 3 anos depois, me tornei sócio da E-Music Relations. Morei na Irlanda por 2 anos, onde aprendi a conviver e respeitar ainda mais outras culturas. Já tiquei 28 países do globo, mas ainda sonho em ser nômade. Apelidado carinhosamente pelos amigos de "Fritolfo": quando o beat começa a tocar, eu não consigo parar de dançar.