Por Lau Ferreira.
O que seria do progressive house se não fossem os israelenses? Afinal, o pequeno país situado no Oriente Médio é um dos principais, senão o principal, quando falamos no estilo. A sua santa trindade de "guys" — Guy J, Guy Gerber e Guy Mantzur — é responsável por ditar tendências quando o assunto é house music com melodias progressivas, e não à toa, os DJs são reconhecidos como três dos maiores expoentes no estilo (ao lado de nomes como Sasha e John Digweed). Mas eles não estão sozinhos. Praticamente da mesma geração, embora tenha aparecido um pouco depois, Khen também é uma realidade no cenário.
Natural da cosmopolita Tel Aviv, Hen Falah ainda não é um nome tão conhecido como os três acima, mas está quase lá. Os fãs mais intensos de progressive house dificilmente não o conhecem. Está na ativa desde 2010, e em 2016 teve ponto de virada importante quando lançou seu álbum de estreia, "One Day of Independence", pela Lost & Found de Guy J.
Ganhando suporte de nomes como Pete Tong, Dubfire, Joris Voorn, Paco Osuna e Hernan Cattaneo, passou a figurar constantemente no topo dos charts do Beatport, além de ser considerado por parte da imprensa especializada o próximo grande talento vindo de Israel. No portal americano Dancing Astronaut, por exemplo, foi colocado em 2017 como um dos artistas a se ficar de olho, junto com Yotto, Enrico Sangiuliano e a nossa ANNA.
No Brasil, assim como tantos outros artistas do gênero, desenvolveu laços muito fortes no Warung em 2019, quando tocou por quase quatro horas em uma das festas do aniversário de 17 anos do clube de Itajaí, sendo intensamente celebrado. O sucesso foi tanto que retornou no ano seguinte em edição da Rumors, de Guy Gerber, no Carnaval — poucas semanas antes da paralização geral em decorrência da pandemia. Em publicação recente no Instagram, disse que viveu ali uma das melhores gigs da sua vida.
O post está afinado com seu release mais recente, pela gravadora do "templo", a Warung Recordings. Trata-se do EP "Maple", que além da faixa-título, traz "Some Little Secrets" — duas pérolas do mais puro house progressivo, diluído com pitadas de organic house e tech house.
Antes, acumulou músicas por várias das melhores do mercado: Bedrock Records, Lost & Found, Anjunadeep, Toolroom, Vivrant, Lost Miracle, Cr2 Records, TRYBESof, Sudbeat Music, Variety Music, Wasabi Recordings e Proton Music, entre muitas outras. Isso sem falar nas collabs com nomes como Guy Mantzur, Guy J e Hernán Cattáneo.
Khen é um dos tantos artistas que tiveram o privilégio de aprender música desde muito cedo, notabilizando-se como menino prodígio. Aos seis, já estudava piano e mixava fitas cassete, a partir dos ensinamentos de seu irmão mais velho. Com nove anos, já discotecava com um par de Technics 1210. Com 11, já aprendia a produzir no estúdio. E com 15, fazia sua estreia como DJ no famoso clube Dome.
Pulemos sete anos à frente e o próprio Guy Mantzur decide apostar no jovem Hen Falah, dando a ele a oportunidade de lançar pela sua Plattenbank. E o resto é história. Além de todas as conquistas listadas acima, Khen viria a fazer sucesso como DJ em clubes como Pacha, Ministry of Sound, Kater Blau, Bahrein, Halcyon, Club NL, Sunset Room Holywood e WOMB.
Com um currículo desse tamanho, é difícil contestar que ele seja uma estrela.
Gravação do set de Khen na festa de 17 anos do Warung Beach Club