Conheça a história do disco de vinil, responsável por moldar a indústria da música
Você, millenial, talvez tenha passado a infância olhando para aqueles discos pretos de vinil que nossos pais e avós guardavam em grandes e empoeiradas caixas. Alguns davam pouca importância para aqueles artigos, outros já compartilhavam com eles um carinho especial. O que não esperávamos era que alguns anos depois de ficarem obsoletos, entre 2014 e 2017, os discos de vinil voltariam a ganhar tanto espaço novamente no mercado e nos nossos corações.
O “long-player” (LP), vinil ou apenas disco é uma mídia para reprodução musical desenvolvida no final da década de 1940, pelo húngaro Peter Carl Goldman a pedido da Columbia Records. Na época, era onde ele trabalhava e a gravadora desejava um material que fosse mais resistente, durável e que pudesse ser usado para gravar um volume maior de músicas. Há quem diga que a Columbia Records foi a responsável pelo lançamento do primeiro disco de vinil. No entanto, outros alegam que foi a empresa alemã Dóitx Gremofôn.
Na época, a tecnologia existente para discos era feita de goma-laca, também conhecida como disco de 78 rotações, que foi substituída pelos discos de vinil posteriormente, que trata-se um material plástico, usualmente na cor preta e que registra informações de áudio reproduzidas por meio de um toca-discos.
Além de representarem um acontecimento inovador para o universo musical, os discos de vinil eram mais leves, suportavam gravações dos dois lados e tinham mais qualidade sonora. Eles possuem micro sulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda até o centro no sentido horário. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico, que é posteriormente amplificado e transformado em som audível.
Por serem tão sensíveis e delicados, os discos precisam de muito cuidado, pois qualquer arranhão e/ou poeira pode danificar o plástico e prejudicar a experiência sonora - lembra dos baús dos nossos pais e avós?
Chegando ao Brasil só em 1951, o disco de vinil foi soberano e dominou o mercado até 1996, para então ser trocado pela nova tecnologia da época, o CD. Mas, fugindo do caminho que normalmente esperaríamos de uma tecnologia que ficou obsoleta com o passar dos anos, tem acontecido o contrário com os discos de vinil: eles tem ganhado espaço em pleno século XXI.
Sabemos que desde os CDs, diversos outros meios de mídias de áudio foram desenvolvidos, como o MP3 e o streaming. No entanto, os LPs voltaram a ganhar espaço no mercado, chegando, inclusive, a ultrapassar em números de vendas a tecnologia da qual foi precursora, os CDs. Durante o período de pandemia, provavelmente pela ausência de festas e festivais, os amantes de música passaram a investir mais na aquisição de vinis, como abordamos na nossa matéria à respeito do tema.
Atualmente, empresas voltaram a fabricar e comercializar os agora “vintage” discos, reativando a produção de toca-discos (ou vitrolas). Agora, não mais é preciso ir a uma loja de artigos antigos para adquirir uma peça dessas e é possível apreciar essa experiência sonora de diversos lugares. Além disso, artistas da nova geração também vendem suas músicas em discos de vinil. Alguns exemplos são: Lady Gaga, Lana Del Rey e Lorde.
Hoje, os discos de vinil possuem um grande espaço no mercado e no coração dos apreciadores de música, com fábricas espalhadas ao redor de todo o mundo. Não há como negar que os vinis possuem um charme único e nos fazem lembrar que a música é o que tem de mais atemporal em toda a nossa humanidade. Ter de volta a moda dos discos nos permitiu, por exemplo, ter a oportunidade de colecionar artigos como o álbum especial de vinil com os hinos da música eletrônica lançado pelo Tomorrowland. Podemos dizer que estamos no melhor dos mundos: o mix entre o digital e o vintage. E você, o que acha dos discos de vinil?
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍