João Pedro Castro, jovem pernambucano de apenas 19 anos, responsável pelo projeto V2, contou um pouquinho para a Play BPM sobre seus projetos ao longo dos últimos anos. Apesar de muito novo, o artista conta com uma série de sonzeiras com bastante influência do Progressive e do Melodic House.
Em entrevista exclusiva, o DJ e produtor explora suas principais influências, além de abordar como a pandemia influenciou em seu processo criativa e quais são suas expectativas para a cena brasileira no futuro. Confira agora!
Olá, V2! Parabéns pelos últimos lançamentos e pelo projeto! As tracks "New Age" e "Lights" dizem muito sobre sua sonoridade e as fortes influências do Progressive e Melodic House. Como foi a sua trajetória musical até que você chegasse nesse estilo?
Oi gente! Tudo bem? Muito obrigado, feliz que curtiram as tracks! Para mim, a jornada musical é um trajeto que consiste numa constante evolução. Apesar de ter começado numa linha um pouco mais popular talvez, acredito que as incontáveis horas no estúdio desde o início me foram muito úteis para fazer a transição para esta nova linha que estou fazendo.
Quando João Castro entra no estúdio, quais são as suas referências e inspirações na hora de produzir?
Minhas maiores influências, sem dúvida, são bandas que fizeram uso extensivo de sintetizadores como Depeche Mode, Kraftwerk, MGMT, M83, The George Kaplan Conspiracy, New Order entre outros. O processo é de análise e reflexão, como seria possível trazer as influências que tanto me tocam para a música eletrônica que tocamos nas pistas de hoje. Gosto de tirar referências também de lugares inesperados e inusitados, que por meio do meu toque e minha conexão com o digital, se tornam algo novo e original vindos genuinamente de mim. Claro que tenho minhas inspirações no mundo da produção musical atual, mas são tantas as possibilidades que prefiro mostrar as raízes.
Acreditamos que, assim como para diversos artistas, a pandemia tenha tido algum efeito na sua carreira como DJ e produtor. Como o V2 se reinventou na pandemia?
A pandemia foi essencial para eu me reinventar musicalmente. Não é que eu desacreditasse do som que fazia anteriormente, mas o tempo que fiquei trancado no estúdio possibilitou que eu me reconectasse com a minha verdade, com quem eu sou, e como consequência, quem é V2. Particularmente, gosto de ver onde essa jornada está me levando.
Acreditamos que, pelo fato do pai músico, você cresceu em um ambiente cercado de música e também acompanha o cenário da música eletrônica no Brasil desde jovem, considerando que sua primeira produção foi aos 11 anos. Como você enxerga o desenvolvimento dessa cena no nosso país e como acredita que será daqui uns anos?
Verdade que fiz minha primeira produção bem cedo, mas fui ouvir ela um dia desses e não achei das melhores, o que já é diferente de hoje! Não só o ambiente musical em que sempre vivi, mas também ter despertado o interesse tão novo me deu tempo para analisar diversas referências, colocar o estudo em prática (que ainda procuro fazer diariamente) e também uma espécie de “margem para erro” na hora da experimentação. Em relação a cena brasileira, consigo ver bastante crescimento e cada vez mais interesse pela música eletrônica. É difícil tentar prever o futuro, mas levando em consideração que anos atrás eu tinha poucos amigos que compartilhavam essa paixão, e hoje vejo cada vez mais pessoas entrarem nesse mundo mágico, assim, tenho as melhores esperanças para o futuro.
Imaginando um cenário pós pandemia, se você pudesse escolher um palco que sempre foi o seu sonho lotar, qual seria?
Tenho vários em mente, mas se tiver que escolher, o Printworks London sem dúvida está na lista.
Você chama cada vez mais atenção na cena eletrônica. O seu set no Vale do Catimbau em Pernambuco é repleto de paisagens lindíssimas e muita cultura pernambucana. Como é levar a beleza do seu estado para o Brasil e, consequentemente, para o mundo?
Para mim é uma honra ser pernambucano e ter a oportunidade de levar para as pessoas um pouco da beleza do meu estado além da música. Sinto-me responsável não só por espalhar a beleza do meu lugar, como também por trazer um pouco da música que tanto sou apaixonado para minha terra natal. Cada vez mais vejo a resposta positiva de tudo isso.