Clubes de Berlim enfrentam crise financeira e sofrem com queda de visitantes
- Conteúdo autoral / por Caio Pamponét Lucas -
Berlim é conhecida por muitos como a capital do Techno.
Referência mundial como um dos destinos mais desejados pelos fãs do underground, a cidade alemã reúne alguns dos clubes mais icônicos da Europa, como o Berghain, Tresor e o Kater Blau.
Apesar disso, mesmo sendo um patrimônio histórico e cultural dos alemães, os clubes de Berlim têm sofrido com uma crise financeira devido ao declínio de visitantes.
Depois de uma pandemia desastrosa para o setor de entretenimento global, um relatório realizado pelo portal NPR revelou que Berlim recebeu 5,5 milhões de turistas nos primeiros meses de 2022, o que representa 30% a menos quando comparado a 2019 – uma queda realmente brusca.
Segundo Lutz Leichsenring, da Clubcommission Berlin, uma associação de apoio à vida noturna alemã, cerca de um terço dos visitantes da cidade iam para conhecer os clubes antes de 2020, o que não se tem visto desde então.
Em busca de explicações para essa crise, Lutz comentou:
"Temos inflação, crise energética e também o aumento do salário mínimo. Também há menos demanda porque há menos pessoas na cidade. As pessoas não gastam tanto dinheiro por causa da inflação. É um momento muito crítico"
Alertou LutzMesmo com o cenário desfavorável, a cena clubber de Berlim arrecada mais de US$ 1,5 bilhão por ano (cerca de 7.3 bilhões de reais) e é um dos maiores setores econômicos da Alemanha e uma das maiores cenas noturnas do mundo.
Em julho, o Senador da Cultura de Berlim anunciou um enorme fundo cultural para 2024, que será destinado para fundar 500 novos espaços culturais em toda a cidade. O projeto cresceu mais de € 13 milhões em apenas 1 ano, chegando a incríveis € 947 milhões (3,3 bilhões de reais) - mais do que o dobro do fundo cultural de toda a Inglaterra em 2024.
O fundo, que pretende chegar a € 1 bilhão até 2025, pode aliviar o estresse dos proprietários e promotores de clubes de toda a capital alemã em meio à complicada crise.
Esperamos que Berlim reerga sua cena noturna como nos velhos tempos, onde os fãs viviam (e reviviam) as noites a fio de uma das cidades mais importantes da história da música eletrônica.
Imagem de capa: Reprodução.
Sobre o autor
Caio Pamponét
Graduando em jornalismo pela UFBA e Redator da Play BPM. Um apaixonado por música desde a infância que cultiva o sonho de viajar pelo mundo fazendo o que ama e conhecendo novas culturas. Com um desejo inerente de fomentar a cena eletrônica de sua terra - Salvador, BA, Caio Pamponét respira os mais diversos BPM's e faz da música o seu combustível diário.