Conectada com coletivos do underground brasileiro, Club Madre cresce rápido no Rio
Por Rodrigo Airaf
Pode até ser que a cena do Rio de Janeiro viva em determinadas fases – algumas meio voláteis, outras com intensa efervescência. Mas o jeitinho carioca também participou do nosso jeitinho brasileiro de fazer, pensar e viver a noite desde que deixamos de reproduzir tanto os padrões europeus de cultura noturna nas últimas décadas. Com a proposta de se conectar plenamente com essa contemporaneidade e identidade nasceu a Madre.
Conexão é a palavra-chave nesse caso, já que o fomento de uma noite carioca por parte do club se dá praticamente como um hub, que coopera com núcleos, artistas e movimentos que fazem a diferença na cena atual, muitas vezes para além do Rio. A intensidade do processo impressiona: em poucos meses de funcionamento, o espaço se abriu para rolês como Inception, Tropicals, Bruma Festival, Tropical Twista, Clubinho, Avulsa, Wobble e Blum.
A curadoria livre e esperta da casa – localizada no Humaitá – soma-se a uma estrutura bonita e confortável, que traz uma vibe dance floor setentista sobre trilhos de trem. Leds mapeáveis e um caminho de luzes vermelhas, com sua amenidade e aura sexy, dá o clima intimista que ativa a concentração nas sonzeiras de House, Techno, Electro, Breaks, Disco, Trap, Hip-Hop e tudo o que for bom e diferente.
Não somente alguns núcleos cariocas cuja organização se confunde com a do club encontraram no Madre um bom ponto de acolhimento – entre eles, Coletivo Pirajá e 220v. Também projetos estrangeiros, como a icônica label Get Physical, fizeram showcases por lá, no meio de uma programação que se permite desenvolver rapidamente com um número prolífico de aberturas, muitas vezes funcionando, além dos findes, em vésperas de feriado, quintas e domingos.
Desde sua inauguração no fim de maio, a pista quente do Madre traduz o calor comportamental natural do carioca e mescla com as atmosferas com o profundo conhecimento musical de bons artistas. Na enorme lista de DJs que passaram por lá, a vastidão de vértices sonoros – Valesuchi, Nikkatze, Flo Massé, Craig Ouar, Roland Leesker, Leo Janeiro, Raphael Carrau, Kinkid, Transvegana, Nora e Rodrigo S… tem som para todos os ouvidos.
Além do icônico sistema de som Pure Groove que chamou a atenção do público e dos artistas imediatamente, o Madre também ventila desenvolvimento em outros momentos do dia, implementando projetos como o Great DJs, escola de discotecagem, e o Corpo Solto, focado em dança para as mulheres. Faça bom proveito também dos drinks assinados pelo italiano Nicola Bara, do Microbar.
Com pouco menos de um ano de funcionamento já podemos vislumbrar uma alçada importante da Madre daqui em diante, criando uma alternativa recorrente e com confiança de qualidade na cidade mais singular que temos quando o assunto é entretenimento de pista. Calce o sapato e confira a programação.
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Imagem de capa: divulgação