Esgotamento físico e emocional no meio artístico: 66% de DJs e músicos afirmam já ter sofrido com "burnout"
Estamos chegando em setembro que vem colorindo-se de amarelo em prol do debate à prevenção do suicídio e outros aspectos relacionados à saúde mental. Dentro dessa temática, o termo “burnout” tem sido bastante estudado, especialmente considerando a chuva de informações diárias que nosso cérebro recebe de todos os lados - trabalho, vida pessoal, aspectos da sociedade, redes sociais, entre outros.
Com jornadas desgastantes e horários de trabalho que fogem ao comum, profissionais do meio artístico se encontram cada vez mais esgotados e foi pensando nisso que o portal britânico Pirate.com realizou uma pesquisa com 1.500 DJs e músicos a respeito do assunto.
Mas o que é o Burnout? Pela definição da Mental Health UK apresentada no artigo da DJ Mag, a condição é definida como “um estado de exaustão física e emocional que ocorre oriundo de um período longo de estresse”. Não surpreendentemente, 66% dos artistas pesquisados admitiram ter sofrido burnout pelo menos uma vez na vida.
Deve haver, no entanto, uma diferença nos gatilhos para o burnout quando pensamos em grandes artistas versus artistas emergentes. Embora ambos possuam jornadas de trabalho extremamente cansativas, o primeiro grupo não possui uma preocupação que o segundo tem: o dinheiro. De acordo com o Pirate, 72% dos artistas descreveram gastar mais dinheiro com seus projetos do que efetivamente ganham. A pressão financeira foi apontada como o principal motivo do esgotamento dos participantes, com 85% trabalhando em tempo integral ou parcial em outros setores enquanto tentam se sustentar só nas artes.
“Fiz 62 shows em um ano enquanto trabalhava em tempo integral” e “Eu precisava estar em cerca de 8 bandas para fazer as coisas funcionarem, o que era um pesadelo para gerenciar logisticamente” são alguns depoimentos dados por artistas à pesquisa.
NAINA, DJ da NTS, No ID e Reprezent, chefe de gravadora e apresentadora autônoma, é uma profissional que aprendeu uma grande lição após sofrer um processo de "burnout". Prezando pela folga e por estabelecer limites, a artista conta: “Minha mentalidade era louca. Acho que você precisa passar por um esgotamento para evitar que aconteça novamente. Você descobre seus limites e reconhece a importância de fazer pausas." A prática de exercícios físicos, a atenção com bebidas alcóolicas, o manejo do sono e um bom planejamento foram métodos de autocuidado que a DJ adotou para seu dia-a-dia a fim de evitar uma nova crise.
Trabalhar com arte traz muitos bônus, mas também muito ônus, como o discernimento entre o que é lazer e o que é trabalho. Misturar esses dois muitos é muito prazeroso, mas alcançar o equilíbrio entre eles é extremamente difícil. Portanto, é muito importante que os profissionais busquem períodos ociosos para se desconectarem de suas responsabilidades e vivam uma vida mais leve mesmo em meio à loucura do dia-a-dia.
Confira a pesquisa completa no portal Pirate.com clique aqui.
Fonte: DJ Mag.
Imagem: Pexels / Wendy Wei.
Sobre o autor
Cissa Gayoso
Sendo fruto do encontro de uma violinista com um violonista, a música me guia desde sempre e nela encontrei a família que escolhi para chamar de minha. A partir de 2021, transformei minha paixão em profissão e, desde então, vivo imersa nas oportunidades e vivências que este universo surpreendente da arte me entrega a cada momento! De social media à editora-chefe da Play BPM, as várias facetas do meu ser estão em constante mudança, mas com algumas essências imutáveis: a minha alma que ama sorrir, a paixão por música, pela arte da comunicação, e as conexões da vida que fazem tudo valer a pena! 🚀🌈🍍