Há um ano o ícone da música eletrônica nos deixava, pegando de surpresa não só o cenário eletrônico, mas toda a indústria da música mundial. Avicii se suicidou aos 28 anos.
Tanto a vida quanto a morte de Avicii influenciaram o funcionamento da indústria. Durante esse um ano de ausência do astro, diversas homenagens e tributos foram feitas. Em todos os grandes festivais – EDC, Ultra, Tomorrowland, Creamfields, entre outros – diversos artistas tocaram faixas de Tim e dedicaram homenagens ao símbolo revolucionário da música eletrônica. Um dos momentos marcantes foi a enorme bandeira levantada pelos fãs para honrar o artista durante o Tomorrowland 2018.
Outro momento emocionante foi no Creamfields 2018, no qual a Kaleidoscope Orchestra, com diversos músicos instrumentais, tocou um mix de sucessos do astro.
Além disso, a cerimônia sueca do Grammy Awards, o Grammis, divulgou um vídeo sobre como era o Tim, após o pai do DJ receber um prêmio póstumo com um discurso emocional.
Malik Adunni, manager de turnê de Avicii, contou: “Minhas primeiras lembranças foram ele sendo muito curioso sobre o mundo. Enquanto aqueles que o conheciam se lembram de seu caráter reservado, quando ele subia ao palco, é quando a timidez desaparecia porque ele conseguia a energia da multidão”.Por sua vez, Carnage, DJ que colaborou com ele em músicas como “Waiting for Love”, disse: “O que ele realizou tão jovem me motivou a ir mais forte e a ficar mais forte. A relação que tivemos foi simplesmente verdadeira – tivemos alguns dos melhores momentos juntos”.Nicky Romero, que co-escreveu “I Could Be the One”, se lembra de quando o sueco tocou “Wake Me Up” pela primeira vez e comentou: “Ele quebrou a barreira e fez dela um sucesso. Ele educou as pessoas com algo novo, e isso é algo que eu aprecio e respeito muito. Eu nunca vou esquecer esse momento.”
Com tudo o que aconteceu, Hardwell e Carnage resolveram dar uma pausa na carreira em 2018, influenciados pelo hiato que Tim anunciou em 2016. De acordo com trechos do documentário “Avicii: True Stories”, imagens mostram as consequências da rotina exaustiva de trabalho e apresentações do DJ, que desencadearam ansiedade e vício em bebidas alcóolicas que por sua vez ocasionou pancreatite aguda, o que levou a ele ter sua vesícula biliar e apêndice retirados. Na recuperação, ele teve dependência de opióides, chegando a tomar 20 pílulas por dia, pois não podia comer ou beber sem sentir dor. Esse caso reascendeu o debate sobre trabalho excessivo na indústria musical.
Depois de toda a luta de Avicii, sua família resolveu criar a “The Tim Bergling Foundation” para “focar no apoio a pessoas e organizações que trabalham no campo das doenças mentais e prevenção do suicídio”. “Tim queria fazer a diferença. Começar uma fundação em seu nome é a nossa maneira de honrar sua memória e continuar a agir em seu espírito”, contam. A fundação também se concentrará em mudança climática, assistência ao desenvolvimento, conservação da natureza e espécies ameaçadas de extinção.
Recentemente, o single “SOS” de Avicii com a voz de Aloe Blacc foi lançado. Em junho, é a vez do álbum “TIM” ser divulgado. A decisão de lançar as músicas que Avicii deixou quase concluídas surgiu para homenagear o sueco, compartilhando seu legado para os fãs. As receitas líquidas do álbum vão para a organização sem fins lucrativos Tim Bergling Foundation.
Avicii colocou a música eletrônica no mapa mundial e dedicou sua vida a música, com muito amor pelos fãs. Sua jornada nos mostra que o mais importante nisso tudo é valorizar as coisas simples da vida: saúde, família e amigos, além de cuidar do nosso físico, mental e emocional.
Descanse em paz, Tim! Você viveu uma vida que jamais será esquecida!
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3