Relatório da WARM revela as tracks de música eletrônica mais tocadas nas rádios neste ano até agora
O WARM’s Global Dance Radio Insights 2025 utiliza dados de airplay para mapear quem realmente domina as rádios especializadas em música eletrônica — de artistas e selos a territórios e tendências. Veja aqui.
Ao transformar execuções em tempo real em um chart de meio de ano, o estudo oferece uma visão orientada por dados sobre como a música dance circula globalmente e quais artistas, selos e mercados definem o tom da radiodifusão mundial.
O que emerge é um cenário liderado por produtores europeus, onde colaborações e vocais fortes se tornam quase requisitos para execução em horário nobre, selos independentes mantêm uma fatia significativa do mercado e revivals de catálogo convivem naturalmente com sonoridades mais recentes de viés melódico e techno.
No topo do relatório aparece “Hypnotized”, de Anyma e Ellie Goulding, lançada pela Anyma/Interscope. Em seguida vêm o rework de PAWSA para “Dirty Cash (Money Talks)” e o remix de NOTION para “The Days”, de Chrystal. O restante do Top 10 une headliners de festivais e nomes de crossover: James Hype, John Summit com CLOVES, Dom Dolla com Daya, Zerb ao lado de Ty Dolla $ign e Wiz Khalifa, além de David Guetta, que aparece duas vezes com “Beautiful People” e “Forever Young”.
A WARM cria semanalmente um programa de rádio com o Top 20. Ouça aqui:
Quando o foco muda das faixas para exposição geral, o ranking dos Top 10 Artistas por número total de execuções mostra como ainda existe forte concentração na programação dance. David Guetta lidera com grande vantagem, seguido por HUGEL e pela vocalista e compositora Clementine Douglas. Anyma, Ellie Goulding, Dom Dolla, PAWSA, John Summit, James Hype e Fisher completam a lista — um grupo que reúne DJs-produtores e vocalistas em posições de destaque no airplay global.
Em termos de estilo, o relatório aponta a força crescente da música de pista melódica e emocional. A liderança de Anyma, a presença de Mau P em #7 e duas entradas de Meduza no Top 100 refletem como sonoridades mais escuras e atmosféricas migraram do late-night para a rotação principal das rádios. Ao mesmo tempo, elementos de trance e big-room voltam ao formato por meio de artistas como Armin van Buuren (com Alok) e Tiësto, cujas músicas em #25, #49 e #54 carregam a dinâmica de “construção e liberação” de outras épocas, mas adaptadas às playlists atuais.
Os vocais continuam essenciais para o sucesso no rádio. Quase todas as faixas do Top 20 possuem performances marcantes — de Ellie Goulding, CLOVES, Becky Hill e Ava Max a vozes mais recentes como Clementine Douglas, Nu-La e Inéz. Para programadores, mesmo músicas voltadas para clubs tendem a exigir um topline forte para se destacarem. Isso se reforça pelo volume de remakes e reworks: “Forever Young”, “I Follow Rivers”, “Valerie”, “Finally”, “Dirty Cash” e “Cruel Summer” retornam em versões atualizadas, combinando reconhecimento imediato com produção house e tech-house direcionada a ouvintes da Geração Z e Millennials.
Os dados relacionados a selos acrescentam outra camada. As majors ainda dominam a maior parte das posições, com gravadoras dos grupos Universal, Sony e Warner — incluindo Polydor, Columbia, Capitol, Atlantic, entre outras — amplamente representadas.
Ainda assim, a análise da WARM mostra que selos independentes ocupam quase um terço do Top 100, mesmo considerando zonas cinzentas entre distribuição e propriedade. No ranking de Top 20 Labels, Spinnin’ Records e Virgin lideram com seis entradas cada, seguidas por Three Six Zero Recordings e What A DJ Limited, com quatro. Armada Music, Capitol Records, Columbia, Experts Only, Defected, Black Book, Helix, Insomniac, Good Company e o selo de Kygo aparecem com duas ou três posições cada — confirmação de que gravadoras especializadas continuam desempenhando papel decisivo na quebra de novos hits no rádio.
A geografia também revela insights importantes no relatório da WARM. O ranking dos Top 10 Países por participação no chart coloca o Reino Unido claramente na frente, aproximando-se de 30% do total. Em seguida vêm Estados Unidos, Alemanha, França e Holanda, com Austrália, Suécia, Brasil, Itália e Irlanda completando a lista. Na prática, isso mostra que artistas e selos europeus — especialmente do Reino Unido e de polos como Holanda e Alemanha — ainda definem grande parte da estética do rádio dance global.
O relatório também aborda a questão da representatividade. A divisão de gênero entre artistas presentes no chart mostra homens solo acima de 60%, mulheres solo abaixo de 30% e o restante distribuído entre grupos mistos ou formações diversas. O desequilíbrio permanece, apesar do aumento de mulheres e projetos mistos em posições de destaque no Top 100.
Ao divulgar as faixas mais tocadas nessas 185 rádios especializadas em música eletrônica, o WARM Global Dance Radio Insights 2025 oferece um retrato detalhado de um ecossistema onde colaborações dominam, produtores europeus lideram, faixas guiadas por vocais continuam essenciais e selos independentes mantêm influência significativa ao lado das majors. Para artistas, managers, selos e promotores, o estudo funciona tanto como um panorama do momento atual quanto um guia sobre onde o rádio está direcionando seu próximo movimento.
Em janeiro, a WARM lançará o relatório anual completo. Acompanhe o site para mais novidades como esta.
Imagem de capa: Divulgação.
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