Funk em suas mais diversas faces: conheça detalhes do mais novo videoclipe de WLL
Por Ágatha Prado.
Criatividade e talento que vai do estúdio aos projetos audiovisuais. WLL é uma das novas apostas do Funky House no cenário americano, mas tem sangue verde e amarelo. Embora radicado nos Estados Unidos já há um bom tempo, Will Martins é brasileiro e leva o gingado dos grooves tupiniquins em sua assinatura musical.
Após estrelar o single “ACAI”, influenciado pelos ritmos do Funk carioca com mescla no Future House — que contou com um videoclipe dirigido por Romero Benitez — WLL avança nas apostas audiovisuais e apresenta o clipe de seu single mais recente, "Kinda Funk”. Com influências nítidas do Daft Punk, dessa vez a filmagem foi produzida inteiramente por ele, ampliando ainda mais a experiência dançante e contagiante da faixa.
Conversamos com WLL para saber mais detalhes do mais novo videoclipe e seu fascínio pelo universo do audiovisual:
Olá WLL, tudo bem? A faixa Kinda Funk faz referência aos trabalhos do Daft Punk, com uma pegada Disco-Funk tecnológica que se tornou presente nos trabalhos da dupla. Para o clipe, quais as referências visuais do Daft Punk que você buscou imprimir?
WLL: Bom, acho que além do face-shield (simulando o visor do capacete deles), acho que o figurino bem clean e sofisticado contribuem para a semelhança. Além disso, a cor e o tratamento foram inspirados em “Lose Yourself to Dance”.
É bem interessante a troca de cenários que acontece durante o vídeo. De onde veio a ideia de compor essas diferentes paisagens?
Quando pensei na troca de cenários foi mais uma outra forma de traduzir minha visão sobre música e o mundo. Eu sou multifacetado, e nunca vou querer ser resumido por apenas um lado da minha personalidade. Ao mesmo tempo, a troca de cenários expressa as diferentes formas que as pessoas podem entender "Funk".
No Brasil, onde temos um estilo musical mainstream dominante, achei que seria interessante mostrar os diferentes lados que o Funk pode ser. Desde os anos 70 (onde o primeiro cenário busca trazer), até suas interpretações mais futuristas (no cenário com leds e eu tocando synth).
Esse é o terceiro videoclipe do seu projeto, certo? Mas o primeiro estrelado por você. Como foi esse processo de desenvoltura durante a gravação, foi algo mais natural ou foi preciso algum tempo para desinibir frente às câmeras?
Eu não sou NADA tímido. (risos). Desde criança já meio que sabia que queria ser artista, minhas tias me contam que qualquer palco que eu via eu já queria subir e fazer graça..haha. Então pra mim me expor publicamente assim é algo muito tranquilo. Não foi nada diferente durante a gravação, dei play e "encarnei" o artista/palhaço dentro de mim.
Sobre o processo de gravação e edição do vídeo, teve uma equipe por trás?
Depende do que significa equipe… [risos]. Neste caso, minha equipe era eu e minha namorada operando a câmera (sem experiência prévia com filmagem).
Diferente de ACAI, que contei com a ajuda de uma incrível equipe, em ‘Kinda Funk’ eu queria testar meus limites (de habilidade, budget e tempo) e mesmo assim tentar fazer algo genuinamente meu. Claro, que fazer tudo por conta própria tem seus contras, por exemplo levou muito mais tempo e trabalho que ‘ACAI’ e ‘Sweet N Sour’, mas no final das contas eu fiquei bem feliz com o resultado.
Na sua visão, como o videoclipe pode auxiliar no processo de imersão da mensagem da música ao ouvinte?
Hoje em dia a música se consome com os olhos. As comprovações disso: Youtube, o primeiro maior player de música do mundo é uma plataforma de VÍDEO. Além disso, o Spotify também tem aberto suas portas para podcasts com Vídeo, e features como "stories" (através da versão beta nos EUA no momento). Pra mim o aspecto visual (videos, cores, logos, etc..) é mais que necessário para guiar ou manter seu ouvinte entretido na história que você quer contar.
Desde ‘ACAI’ você tem embarcado na ideia dos videoclipes junto dos lançamentos. Tem um quarto audiovisual em mente que está por vir?
Sim! Estou planejando mais 4-5 tracks pra esse ano, e se tudo der certo, todas elas terão um suporte audiovisual. Sobre as próximas produções, já estou em contato com diretores daqui de Los Angeles, Boston e do Brasil. Então podem aguardar coisa boa vindo aí.