Breaking Beattz e MKJAY lançam track em apoio e valorização a todas mulheres
Novos tempos exigem novas posturas, mudanças, e o duo Breaking Beattz e MKJAY estão bem atentos ao papel importante que exercem, dentro e fora da cena da música eletrônica.
“Estamos vivendo um tempo em que aquele que não se posiciona é, no mínimo, conivente com o que está rolando no mundo. Não adianta não ser, é preciso ser anti todos esses movimentos opressores, nacionalistas, fascistas, autoritários, racistas, homofóbicos, gordofóbicos, machistas que vêm aparecendo por aí. O comodismo daqueles que não concordam, mas, também não se posicionam, pode servir de combustível para aqueles que se organizam, e é por isso que vemos coisas tão absurdas em pleno 2020”, explicou a dupla mineira Breaking Beattz.
Acomodados? Com certeza os DJs e produtores não são. Em suas redes sociais, os projetos sempre se posicionam sobre causas, lutas e, agora, não seria diferente. Eles deram voz a luta feminista em um clipe para a música “Dangerous”, lançada nesta sexta-feira (26), pela Ciclo Records.
O vocal é fácil, “essa mina é um perigo”, e já diz muito. Mas, para o lançamento da música e a criação do clipe, Lauro Viotti, Pedro da Cunha e Rafael Zocrato tiveram o cuidado de tratar esse assunto junto a outras minas, para que não se apropriassem de uma causa que é das mulheres. “Quando surgiu a ideia do clipe conversamos com várias mulheres para entender o ponto de vista delas a respeito da nossa iniciativa e elas ajudaram a construir toda a sua estrutura”, revelam.
“Desde o primeiro briefing os meninos trouxeram a ideia de várias mulheres e nós acrescentamos as cores e a rotoscopia. Cada efeito e desenho foi feito com muito carinho para todos os fãs do Breaking Beattz e também para todas as mulheres, não só as que participaram!”, revela Gabriela Barbosa, produtora do clipe ao lado de Isabela Lana e Nathalia Navarro.
O clipe foi feito por uma produtora montada só por mulheres, a Moiras Filmes, e o Breaking Beattz e MKJAY, junto a gravadora, disponibilizaram os royalts dos primeiros 500 mil plays da track para uma casa de apoio e acolhimento a mulheres.
Para Pedro, essa música sempre foi muito importante, principalmente, agora. “O Zozo (Zocrato) veio com essa ideia do clipe como apoio a luta diária das mulheres. Quando realmente começou a sair do papel, fiquei muito feliz, porque conseguimos reunir pessoas que estão no lugar de fala para participar do projeto”, conta Pedro aka MKJAY.
Essa é a primeira vez que os projetos fazem um trabalho neste formato, unindo música, imagem e posicionamento tão forte. O clipe foi gravado durante a quarentena, em uma produção totalmente on-line, desde as mulheres que participaram do clipe, gravando em suas próprias casas, até a designer e as editoras. “Foi um desafio produzir sem estúdio e equipamento, cada uma gravando d sua casa, prazo curto, mas nós estamos satisfeitas com o resultado”, conta Gabi.
“Nosso vídeo é uma homenagem para todas as mulheres do mundo, que a cada dia que passa estão se posicionando mais, sendo mais respeitadas, mais representadas. Porém, nosso país ainda é um dos que mais mata mulheres no mundo, não só as mulheres, como todas as minorias sofrem bastante no Brasil. Quem assistir ao clipe vai ver o quanto diverso ele ficou, com minas de todas as classes, estilos, raças, idades, sem estar dentro de nenhum padrão”, explica Rafael Zocrato.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3