O DJ e produtor português Vicktor lançou em novembro o single “Falling”, um cover da música de Trevor Daniel, que contrasta com outros projetos do artista, sugerindo uma nova fase em sua carreia. Se antes Vicktor possuía um estilo mais próximo do Progressive House, hoje ele aposta no pop/eletrônico.
Além da mudança no estilo, o artista também investe agora num completo envolvimento dos seus projetos, onde começa com o planejamento, perpassa pela criação instrumental, inclui sua própria voz à obra e finaliza com a produção visual, que inclui tanto o artwork quanto a gravação do videoclipe. Para este último, na nova música “Falling”, o artista contou também com a parceria do Estúdio TANTO MAR.
Com pouco mais de um mês do lançamento da música e videoclipe, este último já possui mais de 20 mil visualizações no YouTube. A música, por outro lado, possui, no Spotify e no SoundCloud, mais de 11 mil streams e 21 mil plays, respetivamente.
Nós da Play BPM conversamos com Vicktor para conhecer mais acerca da produção de “Falling” e descobrirmos o que podemos esperar para este ano.
Play BPM: O seu interesse pela música surgiu muito cedo. O que despertou em você a vontade de fazer música e quais as primeiras influências? Vicktor: Tudo começou em 2014 e uma das coisas que despertou em mim a vontade de produzir música foi um produtor amador chamado Nikei Andwell. Eu acho que nunca mencionei isto numa entrevista. Na época ele publicava as músicas no Youtube e SoundCloud e o descobri nessas plataformas. Ele não muito é famoso, nunca foi. Na altura que eu o acompanhava, eu tinha uns 18 anos e ele provavelmente uns 14, e eu pensei comigo mesmo que se ele conseguia fazer música mesmo tão novo, eu também conseguia. Além disso, eu já gostava muito de música eletrônica e fui muito influenciado pelo David Guetta, especialmente com o álbum “Nothing But the Beat” e pelo Avicii, como um todo, mas principalmente a partir da música “Fade Into Darkness”.
Play BPM: Muitos anos se passaram desde que começou. As influências permanecem as mesmas ou já tem outros artistas que te inspiram atualmente? Vicktor: Mudaram completamente. Assim como o estilo de música foi evoluindo, eu também fui. Na época eu gostava muito de David Guetta, Avicii, Nicky Romero, Swedish House Mafia, mas com o passar do tempo fui me adaptando, sendo cada vez mais autêntico e também comecei a seguir outros artistas como DROELOE, San Holo, Taska Black, assim como outros mais alternativos dentro da música eletrônica. Resumindo, no início eu tinha um estilo mais comercial, seguia o EDM “puro”, como o House, mas depois comecei a produzir algo diferente, mais pop, mais rock… então as influências mudaram.
Play BPM: “Falling” é o primeiro single que utiliza sua própria voz. O que te incentivou a isto? Vicktor: O fato de eu querer ser um artista completo. Assim como mudou o meu estilo na música – que foi evoluindo –, também eu fui mudando os meus objetivos. No início, mesmo que eu gostasse muito de produção e de aprender e fazer, eu estava muito mais voltado para ser DJ, pois estava no começo e é algo relativamente mais simples de ser feito. Basicamente eu era um pouco dos dois e muito iniciante. Com o passar dos anos, quis ser algo mais e entregar algo mais pessoal, pois acredito que isto seja importante na música: escrever a melodia ou a letra, ou até mesmo interpretar as composições da tua forma, com teus sentimentos, é o mais marcante. Isso faz com que as pessoas se identifiquem e se conectem, o que para mim é mais importante do que apenas ser DJ a tocar em festas, que também tem o seu mérito, claro, mas eu sempre quis algo mais.
Play BPM: “Falling” foi uma reviravolta na sua carreira. O que te deixa mais feliz em relação a isto e como isto influencia o teu futuro enquanto artista? Vicktor: Acho que “Falling” foi mais importante para o público que me segue em termos de mudança porque eu já sabia o que queria, mas tinha que o demonstrar e com o lançamento do single eu consegui finalmente projetar o que estava planejando há muitos meses que era incluir a minha própria voz nas minhas produções, assim como escrever as letras. Neste caso não escrevi a letra, mas interpretei uma já escrita, e acho que foi fundamental para demonstrar às pessoas o que posso fazer e também o que estará mais presente no futuro. “Falling” é o tipo de imagem que pretendo criar e o percurso que quero percorrer. Em termos de lançamentos, já temos várias coisas planejadas, inclusive algumas surpresas que serão anunciadas muito em breve.
Play BPM: No dia 12 de fevereiro você vai lançar outro cover, chamado “Bloody Valentine”. O que nos pode contar a respeito deste single e o que podemos esperar dele? Vicktor:“Bloody Valentine” é um cover de uma música que gosto muito da original do Machine Gun Kelly, e assim como “Falling”, quis fazer minha própria versão. Ambas as músicas têm algumas semelhanças em termos de estilo. Ao mesmo tempo que estou a criar estas músicas, estou a desenvolver também um novo conceito em volta do Vicktor, com o intuito de, no futuro, fazer músicas autorais para que as pessoas possam reconhecer o meu estilo nelas. Acho que é importante que alguém ouça uma música tua e reconheça que é tua, ou seja, que tenha a tua personalidade enquanto artista. A voz em si já é algo único que diferencia os artistas, mas associar isto ao instrumental, à estrutura e ao sentimento, seja ele feliz ou triste, cria um estilo próprio. Tanto a “Falling” quanto a “Bloody Valentine” são covers que, a meu ver, são mais sentimentais do que as originais.