Falamos com o trio de headlabels da TRANSA RECORDS; saiba o que esperar do selo em 2022
Por Ágatha Prado.
A gravadora Transa Records tem sido um reduto pulsante no que diz respeito ao suingue genuíno brasileiro somada à criatividade de seus artistas convidados. Com quase quatro anos de trajetória, o label engatou a quinta marcha em seus lançamentos que somam mais de 300 títulos no acervo, incluindo grandes nomes do cenário nacional como Drunky Daniels e André Gazolla.
E nesse caso, quantidade também é qualidade. A Transa frequentemente tem seu nome estampado nos Top Charts do Beatport, seja na categoria Afro House, Melodic House ou Nu Disco, mostrando para o mundo que seu groove tropical é de alto nível. Conversamos com o trio Sugar Hill, Natema e M0B - fundadores e sócios da gravadora - para conhecermos um pouco mais sobre o atual momento do label, além das novidades que estão por vir.
Vocês possuem um ritmo bem intenso de lançamentos na gravadora, sendo por vezes mais de um lançamento por semana. Imagino que o trabalho de curadoria também seja bem agitado. Como essa rotina funciona entre vocês?
Natema: Eu penso que eu poderia dizer ser uma curadoria "Orgânica", apesar do grande volume de demos, a seleção das músicas é muito natural. Fica nítido para nós, aqueles produtores (as) que realmente entendem a mensagem musical da Transa. Quem realmente ouve e toca as nossas músicas e que, consequentemente, acabam por produzir músicas que traduzem a nossa linguagem musical, a timbragem e toda a intenção que estamos propagando ao longo destes 3 anos.
Se fosse para descrever a identidade sonora da da Transa Records em poucas palavras para os novos ouvintes, quais seriam elas?
Natema: Um mosaico étnico, vanguardista valvulado, retro-analógico, cyberpunk e tupiniquim.
Sugar Hill, você esteve junto à gravadora desde a primeira concepção. Como analisa a trajetória do selo nesses últimos três anos de história? Imaginava no início que teriam esse tamanho de acervo em pouco tempo de jornada?
Sugar Hill: Sim. Na época o Tetto (Natema) fez uma visita no meu estúdio, estávamos reclamando sobre como as gravadoras estavam nos roubando descaradamente. Falta de pagamentos de royalties e streamings. Comentei com ele que queria abrir minha própria Label, ele estava com a mesma ideia. Resolvemos juntar as forças e iniciamos a Transa records. O que era inicialmente um problema se tornou uma solução, passamos a ganhar três vezes mais com royalties e ainda temos o controle criativo.
Desde o princípio eu já sabia que ela iria crescer muito rápido, nossas músicas (individualmente) sempre venderam muito e nossos streamings pessoas já estavam crescendo muito de forma orgânica. Em 2016 eu tinha sido o sexto artista mais vendido no mundo, em todos os gêneros no Beatport. O Natema também estava vendendo muito, era só continuar fazendo o que tinha que ser feito.
A Transa Records atingiu quase centenas de vezes os Top Charts do Beatport e muitas delas em posição de grande destaque, como nesse último lançamento de Aaron Sevilla e Fernando Praga, que alcançou a 3ª posição na categoria Afro House. Qual o impacto que esses destaques possuem, diretamente para a gravadora?
Sugar Hill: A Transa teve um crescimento de quase 50% em 2021 em números de vendas e streamings. Com o destaque dos charts estamos recebendo centenas de demos de bons artistas todo ano e só aumenta, podemos cada vez mais peneirar melhor as faixas. Esses dados mostram que estamos indo por um bom caminho, ainda mais que neste ano queremos iniciar uma Label Party e o fato das músicas estarem atingindo um público maior pode ajudar bastante.
M0B, como falaram na resposta anterior, o ano de 2021 teve resultados extremamente positivos para a Transa Records, especialmente pelos destaques que o selo teve nas plataformas de venda e streaming. Então, não podemos deixar de perguntar: como estão as expectativas de vocês para este ano?
M0B: Nos últimos três anos a transa vem uma sensação muito forte conseguimos consolidar em vários gêneros tecno melódico, afro, disco, gerando uma audiência bem fiel que vem acompanhando o trabalho a cada lançamento! Baseado nos últimos números a expectativa é muito positiva principalmente com o grande volume de eventos que está acontecendo neste momento de flexibilização uma vez que Nossas músicas são para festas e quanto mais eventos melhor, mas a gente vende música! (globalmente falando)
Poderiam nos adiantar alguns nomes que encontraremos no catálogo de vocês, nos primeiros meses do ano?
M0B: “Ouvi dizer que vai ter muito Natema, Sugar Hill e M0B!” (risos), mas claro, vai ter muitos artistas que acreditamos na qualidade do trabalho, tanto nacionais como o G Felix e Drunk Daniels, como internacionais a exemplo do mexicano Aaron Sevilha (recentemente Top 1 de afro pela Transa), a russa Alessa Khin (também top 5 afro pela Transa), o espanhol Joan Cases e por ai vai… a lista é longa!
Imagem: divulgação.