Prestes a retornar ao Brasil, conversamos com Toto Chiavetta sobre novidades, experiências recentes e mais
- Via Assessoria de Imprensa -
Toto Chiavetta é um artista italiano dono de um estilo bastante único dentro do Techno. Com sua abordagem destemida, sempre desafiando os limites da criação numa busca por novos sons e experimentações, ele foi dando forma à sua identidade a partir de sons “estranhos” e distorcidos de sintetizadores, combinando isso à estruturas melódicas altamente enigmáticas que desafiam categorizações convencionais e já conquistaram grandes labels como Innervisions, Yoruba Records, Diynamic, e a sua própria Borders Of Light. A fusão inteligente de elementos eletrônicos pulsantes com suas melodias hipnóticas se unem em uma simbiose perfeita em suas obras.
Aqui no Brasil, não faz muito tempo que o público pôde vê-lo em ação, já que em janeiro deste ano ele se apresentou em clubs como D-Edge, Surreal Park, e agora, pouco mais de seis meses depois, já está de volta para uma nova apresentação no Surreal, desta vez tocando em outro palco, o Nomad, oportunidade para que apresente uma nova proposta sonora aos que estiverem presentes nesta pista assinada pelo Esto Es Tulum, um festival com raízes no México. Ao seu lado, no mesmo palco, ainda estarão ZAC, Teclas e Ton Antony, enquanto a Raw Room contará com o Tech House de Reelow, Brisotti e Cour T.
O esquenta para essa data especial começa abaixo, nesta entrevista exclusiva com Toto Chiavetta:
Salvatore, tudo bem? Obrigado por aceitar essa entrevista! Gostaríamos de começar a conversa relembrando sua primeira passagem no Surreal Park, que aconteceu no início deste ano, em janeiro. Quais as melhores lembranças dessa gig e da sua passagem pelo Brasil como um todo?
Olá! Estou bem e obrigado pela oportunidade desta entrevista. Não é segredo que o Brasil sempre esteve entre os meus países favoritos. A primeira vez que vim, fiquei três semanas e tive a chance de viajar de norte a sul e isso definitivamente confirmou esse meu sentimento. Minha melhor lembrança sobre o Surreal Park é a beleza do lugar e sua atmosfera. Adorei a arquitetura e os cheiros dos ambientes, o que tornou essa uma das minhas experiências favoritas que tive como DJ nos últimos meses.
Agora, pouco mais de seis meses depois, você já está de volta ao Surreal. Desta vez, porém, você irá tocar em outra pista, a Nomad, que tem uma atmosfera mais lúdica, diferente da Bells, que é mais obscura. Você acredita que o layout da pista pode fazer com que você pense o set de maneira diferente?
Em teoria, isso é totalmente possível. No entanto, como todas as faixas do meu usb, não importa o gênero, foram cuidadosamente escolhidas por mim, então sempre vão soar como eu.
Inclusive, na nossa percepção, você tem um som bem característico, principalmente pelo uso de synths rasgados/distorcidos nas suas tracks que flertam entre o Melodic Techno e o Indie Dance. Você acredita já ter encontrado sua verdadeira identidade sonora ou ela está em constante transformação?
A percepção de vocês é muito real, pois o uso da saturação me pegou muito ultimamente. Mas respondendo à pergunta, definitivamente não. Esta é a última de uma das três fases (pelo menos) pelas quais passei e que estou gostando muito. No entanto, tenho certeza de que uma próxima fase virá em breve, pois já tenho novas ideias borbulhando na minha mente.
Essas características que mencionamos acima também estão presentes na curadoria da sua gravadora, a Borders Of Light, certo? Diferente de muitas labels que vemos por aí, não há um número tão grande de releases sendo lançados. O que você define como essencial para aprovar ou não um trabalho pela gravadora? O que precisa chamar sua atenção?
Não há uma resposta fixa para isso. Felizmente estamos recebendo bastante demos e nem acreditamos que isso esteja acontecendo em tão pouco tempo. Tentando simplificar ao máximo: todos os dias acordo esperando que um produtor me surpreenda e nos mostre uma perspectiva nova ou parcialmente diferente sobre esse gênero. Partindo de hoje, eu diria que um toque de inovação, imprevisibilidade, organicidade e um design de som muito bom definitivamente chamaria minha atenção.
Recentemente você pôde remixar Marc Romboy pela Awesome Soundwave. Nos conte um pouco mais sobre essa oportunidade? Por qual parte você geralmente começa a trabalhar nas suas produções?
Eu recebi um pedido de remix deles explicando que o Marc tinha uma faixa de Techno e eu disse “com certeza sim”, sendo Marc Romboy um dos meus ídolos.
Nos últimos tempos, tenho começado a trabalhar a partir do(s) elemento(s) principal(is). Ou seja, aqueles elementos que terão os papéis mais relevantes na peça musical em que estou trabalhando. Obviamente, instrumentos de baixas frequências são a chave para esse gênero.
De 2016 até 2020, você lançou grandes trabalhos pela Innervisions. Se não estamos errados, foi a label por onde você mais lançou até hoje. Você acredita que essa colaboração foi importante para que você pudesse mostrar sua verdadeira essência como artista e, ao mesmo tempo, ter a devida exposição? Já que é uma gravadora que atrai muitos olhares…
Novamente vocês estão certos e se não me engano sou o produtor com mais faixas lançadas na Innervisons até agora, excluindo fundadores. Absolutamente sim, a Innervisions tem sido uma das melhores portas de entrada das minhas produções na cena da música eletrônica e além disso sempre me deu liberdade para operar.
No momento atual, olhando para o passado e para o futuro ao mesmo tempo, considerando o que atravessamos (pandemia), onde Toto Chiavetta pretende chegar? Quais são seus objetivos enquanto artista ou pessoa?
No fundo, meu trabalho é entreter as pessoas. Esse entretenimento pode ocorrer em diferentes níveis, mais superficial ou sutil. Estou me referindo respectivamente a um momento de festa intenso em um clube ou um pequeno reverb e delay trick em uma determinada produção musical. Dito isso, para ambos os níveis, tenho minha própria visão.
Meu objetivo é levar essa visão ao maior número possível de pessoas para “espalhar” o que na minha opinião é o melhor entretenimento. No final das contas, nosso tempo é limitado, então acho que é uma meta agradável.
Por fim, alguma novidade que possa nos adiantar antes de sua nova apresentação no Brasil? Obrigado pelo seu tempo!
Estou trabalhando em toneladas de novas músicas e pretendo finalizar algumas delas até outubro. Obrigado e vejo vocês daqui alguns dias no Brasil!
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Imagem de capa: Divulgação.