Entrevistamos o SUBB, um dos projetos mais promissores para 2021, entenda por quê
O duo formado pelos DJs e produtores Fred Vieira e Rafael Noronha provou que está mais atual do que nunca. Ao apostar numa nova identidade sonora (o novo tech house com um SUBB a mais) e emplacar uma sequência invejável de lançamentos que chamaram a atenção até mesmo das maiores labels e artistas do mundo, o SUBB deixa claro que 2021 tem tudo pra ser o seu ano.
Música em destaque no disputado chart do 1001tracklists, remix para os hitmakers suecos Galantis batendo 200 mil plays num único dia (um dos maiores números já vistos entre artistas no Brasil) e convite para remixar uma faixa do Jack Wins na gigante Spinnin’ Records são só algumas das conquistas do SUBB que rolaram no último mês. Aproveitamos a oportunidade para trocar uma ideia e pegar dicas valiosas com os caras. Confira:
Play BPM: “No Turning Back”, do Jack Wins, foi TOP#1 Overall Tracks no disputado chart do 1001Tracklists. Como surgiu o convite para remixar a faixa e como foi o processo de aprovação na Spinnin’ Records? Fred: Essa notícia é em primeira mão hein?! Ainda não falamos com ninguém sobre esse remix! O Jack Wins é um cara que tá estouradaço lá fora, foi inclusive um dos 13 produtores com mais suportes do mundo em 2020. E ele chegou até a gente no nosso próprio Instagram, do nada, fomos até checar se o perfil era real (risos). A gente jamais imaginaria, mas o cara tava acompanhando e tocando nossas tracks, como a “Black Out” e a “Like U Like It”, que justamente representam muito a nova sonoridade que decidimos apostar, e nos convidou pra remixarmos a “No Turning Back”, último single dele pela Spinnin’. O processo todo foi muito rápido, ele confiou muito no nosso trabalho, porque queria bem nessa nossa pegada mesmo, em poucos dias estava feito. Aí depois foi só segurar a ansiedade por mais alguns dias até a Spinnin’ finalmente declarar que estava aprovada.
Play BPM: Falando em 1001Tracklists, vocês também tiveram uma música em destaque por lá recentemente, certo? O que torna este um chart tão respeitado no mundo todo? Noronha: Sim, a “Black Out”, som que a gente lançou junto com o Diskover pela NYX – sublabel de tech house da Future House Music – entrou no TOP#12 Overall Tracks, entre nomes como David Guetta, Meduza e Eric Prydz. Isso significa que ela foi uma das 12 músicas com mais suportes de outros DJs no mundo todo durante as últimas semanas. Fedde Le Grand, Lucas & Steve, Leandro da Silva, um mooonte de gente faixa preta tocou ela. O lance é que o 1001Tracklists se baseia no quanto os outros DJs têm tocado a música ao redor do mundo – e como eles são a principal base de dados de tracklists de DJs que tem, acaba sendo um dos charts mais coerentes e menos corruptíveis. Plays numa track para crescer numa playlist ou algo do tipo, tem quem compre. Já aqui realmente só entra se uma bela galera tiver tocado. E os gringos respeitam demais, é impressionante o número de produtores e A&Rs de gravadoras que vieram falar com a gente!
Play BPM: Vocês já são DJs e produtores com um pouco mais de experiência, já viajaram o mundo tocando em projetos no passado e têm sua marca na história da música eletrônica brasileira de uma forma ou de outra. Ainda assim, vocês consideram que este último mês foi o melhor de suas carreiras? Fred: Como SUBB, com certeza. Nesses quase 3 anos conquistamos várias coisas legais, mas este último mês foi um grande intensivo. Realizamos vários sonhos de uma só vez. Além da “Black Out” e do remix do Jack Wins pra Spinnin’, fizemos um remix oficial para o Galantis junto com o Dubdogz, que saiu pela Ultra Records e foi muito especial por vários motivos: primeiro porque já fomos muito fãs dos caras. Muito mesmo. Então este remix foi a realização de um sonho. Segundo porque tem um valor simbólico aqui, já que fui professor de produção do Dubdogz lá atrás e até hoje faço muitas das masters dos caras, o que para mim é uma honra imensa. Fico feliz demais de ver o sucesso gigante que eles estão conquistando. E, por fim, porque nosso remix para a “Tu Tu Tu” bateu 200 mil plays em apenas 24h e já tá quase completando um milhão em menos de 15 dias. Esse número foi o recorde que o Dubdogz já teve em um dia, para você ter uma noção, sendo que os caras foram um dos projetos mais que mais teve lançamentos enormes nos últimos anos.
Agora em relação aos outros projetos, ainda assim, sim. Porque estamos muito empolgados por tudo o que está por vir. Fazia tempo que a gente não se sentia tão bem com o tipo de música que estamos fazendo, com as portas que isso nos tem aberto. Mesmo tendo tocado em vários lugares do mundo e conquistado várias paradas legais, é um frio na barriga novo, saca? O mundo é outro, a música também, então eu realmente considero que a gente está apenas começando.
Play BPM: No meio de tanta conquista assim, faixas como a “Like U Like It” (que vocês lançaram com o Gustavo Mota) e a “Don’t Stop” (com o Cajun), que saiu pelo VA comemorativo da Laroc parecem até um pouco apagadas, mas definitivamente não são, né? Um lançamento no VA de um dos mais respeitados clubs do país e uma faixa com meio milhão de plays em um mês estão longe de ser pouca coisa. Como vocês veem isso? Noronha: A “Don’t Stop” é muito importante pra gente porque foi ela quem deu o início a esta nossa nova fase, nesse novo estilo de som que decidimos seguir pro projeto no meio dessa loucura de pandemia. É uma música que gostamos demais e ainda tivemos a honra de lançar no VA da Laroc que é um dos nossos clubs favoritos da vida! E a “Like U Like It” também, foi justamente o som que chamou a atenção do Jack Wins e ela tá indo bem demais. Sabe aquela coisa de fazer o que você acredita? Ela é um ótimo exemplo: chegamos quase a desistir da música, porque ela soava muito diferente do que rola aqui, mas decidimos acreditar, e além de meio milhão de plays em 1 mês, ela acabou rendendo o convite pra lançar na Spinnin’.
É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que fica até difícil dar atenção para todas, mas toda essa nossa nova leva de lançamentos tá vindo com muita verdade e temos muito orgulho desse momento.
Play BPM: E de onde surgiu a ideia de trazer esta nova sonoridade, este tech house mais… acessível, podemos dizer assim? Fred: Cara, o período de pandemia forçou todo mundo a ficar em casa. E tentamos tirar o melhor possível dentro desse momento surreal. Rolaram mais pesquisas, mais testes, coisas que não tínhamos tempo de fazer. E meio que todo mundo estava fazendo progressive house, desande ou slap house – a gente até flertou com esses gêneros, mas sabe quando não dá a liga? Aí começamos a nos identificar muito mais com a pegada desse “novo tech house” que na real é uma mistura com umas timbragens de bass house, que pra mim o grande marco disso é a “On My Mind” do Diplo, que quebra tantos paradigmas que foi indicada ao Grammy! É um gênero que tá gigante no mundo, com várias labels enormes lançando coisas nesse estilo (Spinnin, Musical Freedom, Protocol, além das majors) e até lançando suas próprias sublabels de tech house (o que é o caso da NYX, da Future House Music, e a Bring The Kingdom, da Hexagon). O Diplo lançando sua própria gravadora de tech house é um ótimo exemplo. Era algo que tinha a ver com a nossa verdade, e acreditamos muito que isso poderia ser forte no Brasil, mas que não tinha ninguém de peso abraçando a sonoridade, ao mesmo tempo em que é algo que cabe muito no set da galera daqui. Mas, mais do que tudo, porque é uma sonoridade que gostamos demais, que é verdadeira pra gente, que encontramos nossa identidade através dela. Então basicamente o que fizemos foi colocar um SUBB a mais neste novo tech house. E tudo que veio a partir daí, é consequência.
Essa foi nossa entrevista com os caras do SUBB e deu pra ver que 2021 promete demais, não é mesmo? Mas se você achou que este ano já tinha acabado, é aí que você se engana: “Poison” vai sair neste dia 18 pela Youth Energy. Faça o pre-save e não perca por nada mais um lançamento de respeito do SUBB.