Falamos com Robosonic sobre seu novo álbum, que tem, inclusive, collab com duo brasileiro
Por Ágatha Prado.
Com duas décadas de carreira, Robosonic permanece com sua genialidade em dia. Um dos grandes nomes do House alemão, Cord Labuhn é fascinado por misturar diversas nuances, ideias e collabs com diferentes artistas, traduzindo em uma identidade reverente que marcou os catálogos da Defected, Armada e Mother Recordings.
Agora, enquanto a vida nas pistas de dança ainda permanece paralisada, Robosonic reuniu um repertório de materiais produzidos durante — e até antes da pandemia — refletidos em uma conexão com diversos moods e nuances que vão além do dancefloor. "No Sweat", o terceiro álbum do artista, é uma sequência de crônicas sonoras que amarram as atmosferas do Hip Hop, Soulful, Trip Hop e House distinto, ao longo de suas 22 faixas. Contando com participação de nomes como Three Machines, Paula Perry, Temple Haze, Robosonic também estrela uma faixa ao lado dos brasileiros Bruce Leroys.
Para contar mais detalhes sobre seu novo álbum "No Sweat", e sobre a parceria com o Bruce Leroys, convidamos Robosonic para uma conversa especial! Confira:
"No Sweat" é um conjunto de várias atmosferas que se conectam entre si, com nuances destinadas tanto para as pistas de dança, bem como os diferentes moods do dia-a-dia. Qual é a verve que une a essência principal do álbum em geral?
Obrigado, sim, é isso aí, são diferentes tons de um arco-íris robosônico. Uma mistura de mood pessoal em um momento de tempo sem festas e pistas de dança, mas cheio de incerteza e perturbação.
Eu decidi apenas exibir um espectro mais amplo de minha produção e trabalho de escrita para o público robosônico, que tem sido dominantemente ligado às faixas de House e Techno, para a música de DJ e as colaborações de Hiphop do tipo Golden Era... eu senti que é um bom momento para compartilhar um registro de acordo com o ritmo e o humor de um estado recente da mente... da paciência, da espera, da pesquisa, da experimentação, da antecipação, também do sofrimento, da esperança, da mudança.
Fale um pouco sobre o processo produtivo por trás do projeto. Foi algo que levou muito tempo para se materializar ou foi um processo fluido?
Eu tomei a decisão muito em cima da hora e não pensei muito sobre o lado de promoção para ser honesto. Eu só senti que agora é a hora de lançar e compartilhar uma seleção de faixas que eu havia feito nos últimos tempos. Alguns deles que eu já tinha lançado com o meu nome Cord Labuhn, mas que fizeram sentido nesse contexto de um álbum sem vibe de pista de dança e ambições de DJ.
A fase de finalização foi muito fluida, eu selecionei bastante e o resultado se aproximou de uma mixtape ou playlist. Eu não tinha que me preocupar com singles e funcionalidade de clubs ‘lado A’, porque essas produções dedicadas serão cobertas e promovidas por algumas das gravadoras mais aptas do mundo nesse jogo, como Armada Subjekt ou Defected. Eu estava produzindo um monte de Hip hop durante o lockdown, então "Home Safe" eu realmente fiz como uma abertura de coração dedicada para o álbum.
Você tem uma ampla gama de lançamentos em sua carreira, e muitos deles têm colaborações com vários grandes artistas no circuito. No No Sweat, também podemos ver que a maioria das faixas do álbum são o resultado de collabs com vários artistas com diferentes perfis. Como é a experiência de trabalhar em parceria com outros artistas para você? Como isso influenciou o resultado final de No Sweat?
Robosonic: Claro, eu adoro trabalhar em equipes, aceitar outras ideias e sugestões de músicos e lançá-las. Ou compartilhar ideias, que eu ainda não terminei ou que eu estou preso. Ou apenas sentar com os amigos em uma jam, assim como músicos e bandas fazem. Claro que uma boa parte das minhas colaborações são vocalistas, como todos esses rappers lendários que eu gravei, de Rah Digga a EPMD.
O próximo single será pela Armada Subjekt com The Lost Boyz. Mas também colaboro com o mundo dos Djs, claro, com pessoas que conheci em turnês pelo mundo. Ou ficar aberto às ideias de demos que as pessoas me enviam remotamente. Ficar em casa o tempo todo agora é uma chance de tentar diversas coisas numa vibe com menos pressão do mercado da Dance Music.
Entre os artistas que trabalharam com vocês neste último álbum, temos o duo brasileiro Bruce Leroys. Como essa conexão com seu trabalho aconteceu?
Exatamente como acabei de descrever. No passado, eu estava tocando algumas faixas do Bruce Leroys em meus sets ou programas de rádio antes de entrarmos em contato pessoalmente. Provavelmente veio através da Get Physical ou outros selos respeitados, então eu estava familiarizado com o nome, mas só fui descobrir que o Diogo e Marcelo eram do Brasil quando começamos a falar ou enviar músicas diretamente. Isso aconteceu muito no confinamento. Ansioso para conhecer Diogo e Marcelo pessoalmente um dia. A música nos conectou, e quando for a hora certa precisamos marcar uma boa comida e um boogie, no Brasil, Berlim ou em outro lugar!