DJ, produtora e ativista da causa animal e ambiental: conversamos com Rivkah sobre carreira dentro e fora da música eletrônica
DJ desde os 9 anos, produtora desde os 10... Rivkah foi a mais jovem do mundo a conquistar esses feitos. Desde pequena ela encanta o público nos eventos pelos quais passa e hipnotiza a pista comandando os palcos. Sonhando desde muito pequena com esta profissão, cinco anos depois ela continua com a certeza de que impactar as pessoas por meio da música é o seu maior desejo na vida. Mas, além disso, ela também pretende trazer à tona assuntos como veganismo e atenção ao meio-ambiente por onde passar...
Dona de um talento incrível e com muita força de vontade, ela já ganhou espaço na cena eletrônica e vem brilhando em outros cenários também. Conversamos com a DJ e produtora sobre diversos assuntos e você pode conferir abaixo:
Oi, Rivkah! Como está? Seu aniversário foi mês passado e queríamos desejar os parabéns pela sua carreira e pela pessoa que é! Aproveitando o assunto… você toca desde muito cedo, né, aos 9 anos já se apresentava em grandes festas. Agora, aos 14, como vê essa jornada? São pelo menos cinco anos de carreira, como enxerga essa evolução?
Muito obrigada! Sim, fiz 14 anos dia 24 de setembro, minha primeira entrevista para a Play BPM foi com 10 anos de idade… parece que foi ontem! Bom, vejo a minha jornada como uma jornada de evolução, muita paixão, essência e propósito. Desde pequena sonhava em ser DJ, e sempre tive uma relação muito forte com a música, mesmo os meus pais não sendo DJs ou músicos. Sempre senti isso muito forte dentro de mim e quando aos 9 anos comecei a tocar, impactando pessoas através da minha música, eu tive certeza de que era o que eu queria fazer pelo resto da vida.
Além de DJ você também é produtora musical! Como tem sido esse processo de aprender a produzir? Você toca instrumentos também, né? Isso te ajuda no momento de fazer as tracks?
Depois que comecei a tocar, comecei a querer produzir minhas próprias músicas para impactar ainda mais as pessoas! Comecei a produzir aos 10 anos, entrei na aula de piano com o objetivo de me auxiliar na produção, na parte de composição, o que realmente me ajudou muito! Mas além de me ajudar, o piano virou uma paixão. Depois veio o baixo e as aulas de teoria musical. Tudo isso me faz evoluir muito musicalmente. Sou capaz de analisar profundamente a harmonia e a melodia das músicas, tenho meu ouvido treinado para identificar notas e acordes, e tudo isso é muito importante para a produção. Há duas semanas também voltei para as aulas de violino.
Você é vegana, que legal! Conta pra gente quando começou a entender mais sobre veganismo/vegetarianismo e desde quando optou por esse estilo de vida. Ah, estamos curiosos também sobre sua relação com os animais… você tem quantos bichinhos de estimação? Eles são adotados?
Eu me tornei vegana depois de ver vídeos mostrando a crueldade e exploração animal por trás das indústrias do leite e do ovo. Logo depois de ver aquilo, saí do meu quarto chorando e falei para a minha mãe que iríamos nos tornar veganas e ela respondeu simplesmente "ok, vamos ao supermercado". Minha mãe sempre resgatou animais vítimas de maus-tratos, de todas as espécies, domésticos, grande porte, de pasto, silvestres, como coruja, pombo, cachorro, gato, cavalo, gambá etc… e nunca admitiríamos qualquer animal ser maltratado, mas o chocante é que nunca tínhamos parado para pensar e questionar o nosso prato! E depois desse choque de consciência eu percebi como nós vivemos muitas vezes alienados, mesmo com tanta facilidade em encontrar informações com a tecnologia e redes sociais. Com isso eu descobri o meu propósito de conscientizar as pessoas através da minha música, a minha maior paixão. Bem, não se assustem, mas eu tenho 19 cachorros, todos vítimas de maus tratos (19 por enquanto… risos!). Meu sonho é ter um santuário.
Tivemos a oportunidade de assistir sua participação no “Humanorama”, o festival de conversas do Rock in Rio. Você arrasou! Como foi participar e falar sobre a geração Z, tecnologia e empreendedorismo? Tem mais alguma novidade envolvendo o RiR que pode nos contar?
Foi um prazer enorme participar desse evento incrível, com um propósito tão lindo e que me identifico muito que é "criar um mundo melhor e mais humano", ainda mais falando sobre assuntos que palestro: tecnologia e empreendedorismo. Para quem ainda não sabe, também sou palestrante desde os meus 10 anos de idade, e faço parte da Polo Palestrantes ao lado de grandes nomes como Thiago Nigro, Bernardinho, Caco Barcelos, Alexandre Garcia, Arnaldo Jabor e muitos outros que tive oportunidade de assistir algumas vezes e crescer muito como profissional e como pessoa.
Conta pra gente também um pouquinho do seu trabalho como ativista da causa animal e da causa ambiental.
Assim como acontece com a música, eu também dedico minha vida aos animais e ao meio ambiente. Depois de me tornar vegana e adquirir cada vez mais consciência sobre os assuntos que norteiam o veganismo, fui sentindo também necessidade de conscientizar as pessoas. Essa vontade aumentou ainda mais na pandemia, pois as pessoas estavam em casa. Foi um momento de muita reflexão e evolução, e vi como o momento perfeito para concretizar mais o meu ativismo. Fiz muitas lives, palestras e conteúdos sobre o assunto, me tornei embaixadora da SVB (Sociedade Vegetariana Brasileira) e fui convidada pelo Carlinhos Brown para participar de uma obra de arte virtual (NFT) para arrecadação de fundos para o SOS Amazônia. A venda dessa obra está prevista para ser a maior arrecadação de fundos para o meio ambiente da história. Fiquei muito honrada com o convite do querido Carlinhos Brown, o material está lindo!
Na sua opinião, o Brasil e o público em geral está mais aberto à música eletrônica?
Com certeza, e acredito que devemos muito disso ao Alok, que trouxe a música eletrônica mais para perto das pessoas de todas as idades; e também à pandemia, que possibilitou pessoas que talvez nunca iriam a uma festa na vida, estarem presentes em lives de grandes DJs e grandes festivais.
Falando em música eletrônica, com qual DJ e produtor você tem o sonho de lançar uma collab? Quem te inspira nesse meio?
Meu sonho é fazer uma collab com o Alok, pois ele é quem mais me inspira. Ele teve um papel muito grande para eu começar a tocar, pois desde pequena eu falava que queria ser DJ, mas como eu era pequena, minha mãe não dava muito ouvido, mas em 2017, quando o Alok explodiu com "Fuego" e "Hear me Now" eu só ouvia as músicas dele 24 horas por dia, e saber que ele também começou criança foi o que me empurrou para eu realmente começar, falando para a minha mãe que eu queria muito tocar.
Eu o admiro demais pelo seu talento, pela sua luz e por ter popularizado mais a música eletrônica no Brasil. Ele mudou o mercado, abrindo as portas para outros DJs, incluindo eu. Além de ser um cidadão global, preocupado com o meio ambiente e o futuro, assim como eu.
Para você, como o cenário da música eletrônica e o mercado de eventos e entretenimento pode evoluir e melhorar na questão da sustentabilidade?
O mercado de eventos pode evoluir e melhorar na questão da sustentabilidade se tornando evento lixo zero. No Brasil, isso já acontece no festival "Na Praia" que foi onde eu comecei. O “Na Praia”, em Brasília, foi reconhecido como o maior evento lixo zero do mundo! Admiro muito a consciência e sustentabilidade praticadas nesse festival!
Sobre futuro… quais seus planos para daqui 5 anos?
Com 19 anos quero ser reconhecida nacionalmente para conscientizar ainda mais pessoas.
Agradecemos sua atenção e disponibilidade! Você pode deixar um recado de conscientização para a galera da cena eletrônica?
Eu que agradeço a vocês da Play BPM! Meu recado é: qualquer mudança, mesmo sendo pequena, faz uma diferença enorme e é um passo para uma mudança maior. Olhem para o nosso planeta, assistam documentários, tenham um consumo consciente! Tem bastante conteúdo no meu Instagram, e muita música também! E por último, por favor, denunciem maus tratos aos animais.