'Pra mim, só começou a fluir quando parei de limitar a produção ao tentar fazer música para X gravadora ou para X artista tocar', revela RIGOONI em entrevista
Vinícius Souza aka RIGOONI é um DJ e produtor brasileiro, que possui uma sonoridade musical incrível, com produções que variam do Deep, Progressive e Organic House. Com suporte de grandes nomes, como Hernan Cattaneo, Guy J, Dmitry Molosh, Eelke Kleijn, Above & Beyond, além do lendário produtor inglês Nick Warren e vários outros nomes da cena, Vinícius vem se destacando por manter uma identidade musical muito segura, que o faz ter um reconhecimento constante.
Nos últimos dias, RIGOONI teve sua track “Petrichor” lançada pela Anjunadeep, no EP "Anjunadeep Explorations 17", ao lado de nomes como Spencer Brown, Sebastian Sellares, A.M.R e Mango.
Conversamos com o produtor sobre processo de criação, setup e novidades. Confira:
RIGOONI, nos últimos anos como produtor musical, você vem recebendo suporte de grandes artistas da cena. A que você deve esse seu reconhecimento constante e como você lida com isso?
Eu sou muito grato pela oportunidade de falar um pouco sobre esse release! Acredito que o reconhecimento dos artistas pela arte é natural.
Pra mim só começou a fluir quando parei de limitar a produção ao tentar fazer música para X gravadora ou para X artista tocar, e compreendi que a música encontra o caminho dela e eu sou apenas um veículo pra ela chegar onde precisa.
RIGOONI“Petrichor”, sem dúvidas, é uma track extremamente emocionante, pela qual podemos perceber vários elementos musicais que foram muito bem trabalhados. Você pode nos contar um pouco de como foi o processo de produção do seu mais novo lançamento? Como você encontrou esses timbres tão expressivos?
Geralmente a manifestação da ideia da música é muito rápida, como se fosse um lampejo de inspiração/criatividade e a melodia toma forma. Já o processo de lapidação é mais demorado, vou passeando pela biblioteca procurando timbres que soam melhor. Com a "Petrichor" não foi diferente. Ela se iniciou em 2017, mas foi no final de 2020, revisitando projetos arquivados, onde comecei a testar novas técnicas nesse projeto que ainda não tinha nome. 21 dias se passaram e "Petrichor" tinha se estruturado. Eu lembro que uma visualização que fertilizava minha mente quando "Petrichor" se manifestava era como se eu estivesse na beira de um rio, próximo a alguma cachoeira.
Sabemos que para um lançamento em uma grande label como a Anjunadeep, é necessário muito trabalho e dedicação para ser aceito pelo seleto grupo. Como você reagiu à notícia que sua track tinha sido aceita? Você já havia enviado antes outras demos para o selo?
Eu realmente fiquei muito surpreso, nunca tinha enviado música para a Anjunadeep. O que aconteceu foi que eu enviei a “Petrichor” para o Tony, e mais de um mês se passou, daí ele finalmente tocou em uma live em Miami. Dias depois a Anjunadeep entrou em contato comigo para assinar o contrato. É mágico o poder de deixar a música fluir.
Agora entrando no meio mais técnico e creio que seja uma curiosidade para tantos outros produtores que almejam ter suas demos aceitas, com questionamentos se precisam de tantos recursos materiais em seus estúdios para ter a tão famosa “track perfeita”. Qual setup de produção musical você utiliza?
FL Studio 11, fone AKG K240 MkII e um ventilador para resfriar o notebook quando abro o Kontakt kkkkkkk.
Ao ouvirmos suas produções, percebemos que você tenta expressar o máximo de sentimentos possíveis. Diante de tudo que ainda estamos vivendo em meio à pandemia, o que a produção da “Petrichor” representa para você e como tem passado esses tempos de isolamento social?
Nesse período de quarentena, devo confessar que as produções permanecem constantes. Meu dia é preenchido de tarefas relacionadas à música, se não estou tecendo música, estou editando vídeos, fotos, preparando um podcast, aumentando o repertório, aprimorando técnicas, lendo um bom livro ou compartilhando momentos em família. Sempre há algo bom e produtivo para fazer. "Petrichor" representa pra mim mais uma validação que a música sempre encontra o caminho dela.
Para as pessoas que acompanham seu trabalho, podemos esperar mais grandes lançamentos em 2021?
Uma boa prévia dos lançamentos que estão por vir em 2021 é a recente livestream que fiz para a Anjunadeep, um set 100% autoral.