Conversamos com Octavio Fagundes, um dos sócios do Privilège Búzios que completa 18 anos
O Privilège Búzios chegou à maioridade esse ano! Um dos clubes mais queridos do país comemorou seu aniversário no dia 19 de março, em uma festa que foi das 23h até o amanhecer, com um long set do sul-mato-grossense MECA.
O Grupo Privilège tem quatro excelentes clubes de música eletrônica espalhados pelo país: Juiz de Fora (MG), Búzios (RJ), Vitória (ES) e Xangri-lá (RS), há mais de duas décadas encantando seus clientes e criando memórias inesquecíveis para aqueles que têm o prazer de frequentar qualquer uma das casas. Conversamos com Octavio Fagundes, um dos sócios do grupo, sobre os 18 anos do Privilège Búzios, o começo dessa história, a relação da casa com o balneário e os planos para o futuro. Confira:
Oi, Octavio. Primeiramente, muito obrigada por topar fazer essa entrevista com a gente! Para além do retorno dos eventos, esse ano está cheio de novidades para o grupo Privilège, como a abertura da casa em Vitória, os 18 anos do Privilège Búzios… como está o coração com todos esses marcos importantes?
O coração está feliz, né?! A sinalização de que este horror que vivemos nos últimos dois anos - e que tanto prejudicou o seguimento de eventos - está no fim. Então, estamos voltando com muita força. Além da inauguração do Privilège Vitória, nosso clube em Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, foi extremamente bem neste verão. Além disso, viemos fortes no Rio de Janeiro com “Só Track Boa” no carnaval e já temos “Só Track Boa” retornando à capital carioca no dia 11 de junho. Estamos cheios de planos para os clubes e para nossos eventos externos.
O TAWA BEACH, que também completa um ano de vida essa semana, foi um caminho que achamos no meio da pandemia. Um lugar na beira de praia, com natureza, alta gastronomia e boa música, sempre com um agito e animação do pôr-do-sol até às 22h, com um público extremamente sofisticado. O coração está muito feliz e toda a equipe do grupo Privilège também.
Olhando para trás, como surgiu a ideia de abrir o club em Búzios? Por que a escolha pelo Balneário?
Na verdade, nós não escolhemos Búzios. Como tudo na minha vida, as portas foram se abrindo. Eu sempre levei muita fé que, se você trabalhasse com os valores corretos, as portas da vida se abrem e foi isso que aconteceu em Búzios.
O Privilège Juiz de Fora já tinha quatro anos de vida e já tinha feito um tremendo sucesso, porque realmente é um projeto que eu considero, até hoje, o clube mais bonito do país. Agora, imagina o impacto disso em 1999. Enfim, o Privilège de Juiz de Fora caiu na graça do carioca, que com uma estrada boa, começou a subir a serra. Um clube que foi além da zona da mata mineira e que foi ficando cada vez mais forte no Rio de Janeiro.
Após esse sucesso, surgiu a oportunidade de irmos para Búzios, a convite do Hélio Pellegrino, para conhecermos o espaço. De cara ficamos maravilhados com aquela estrutura, aquele projeto do Hélio, onde antes existiu restaurante Esplêndida Armação. Chegando na primeira reunião, foi amor à primeira vista e lá mesmo todos nós decidimos que iríamos fazer o projeto.
E aí começou essa história extremamente bonita. O Grupo Privilège é muito grato à Búzios. O balneário, com sua fama, seu glamour e pelo seu grande número de turistas, amplificou nosso trabalho para todo o Brasil, na verdade para toda a cena eletrônica mundial que respeita e conhece o Privilège, principalmente o Búzios. Nesses 18 anos, grandes nomes passaram pela cabine do Privilège, como Carl Cox, Steve Angello… e uma lista ainda maior de grandes nomes brasileiros, que comandaram aquela pista e nos trouxeram respeito a nível internacional.
O Privilège Búzios é conhecido por sua equipe apaixonada por música eletrônica, tornando o clube em um local feito para e por amantes do gênero musical. Mas do ponto de vista do negócio, como funciona a escolha dos locais para os quais vocês expandiram ao longo do tempo?
O mesmo movimento de expansão de Juiz de Fora para Búzios foi o que aconteceu tanto para Xangri-lá quanto para Vitória. Primeiro veio Xangri-lá, um club de verão que funciona entre a semana do Réveillon e carnaval, fechando ao final do feriado e só abrindo novamente no final do ano. A marca Privilège, com um forte status nacional, atraiu produtores extremamente competentes do Rio Grande do Sul e nos procuraram com a proposta de fazermos uma franquia. Foi a nossa única franquia até então e, agora no pós-pandemia, resolvemos entrar de cabeça nele e nos tornamos sócios. Hoje, todo marketing e produção artística sai do Grupo Privilège Brasil, que é o nome como a gente chama a equipe que está à frente de todas as unidades do Privilège.
Depois veio Vitória, que tem uma história muito parecida com a de Xangri-lá. Produtores extremamente competentes do Espírito Santo nos procuraram com uma proposta.
Para nós, é muito importante confiarmos e acreditarmos nas pessoas que estão à frente da operação dessas unidades que estão mais distantes fisicamente da gente. É necessário existir uma sintonia, não só comercial, mas também pessoal. Precisamos confiar muito no trabalho dessas pessoas e é exatamente esse o caso com as equipes à frente dos clubs de Vitória e Xangri-lá..
Todos os clubes Privilège tem que ter o mesmo DNA: alguma comunicação com a natureza, não pode ser uma caixa escura, a luz do dia precisa entrar quando o sol nasce. É algo que acontece em todas as unidades.
Como é a relação do Privilège Búzios com a comunidade e economia locais?
Nós não temos dúvidas que o Privilège é um grande divulgador do nosso balneário, do charme de Búzios. E isso não acontece só por causa das nossas festas.As nossas mídias estão sempre enaltecendo esse paraíso que é Búzios.
Eu acho que o impacto na economia local é muito grande. Acho não, tenho certeza. O entretenimento no mundo inteiro anda de mãos dadas com o turismo de qualidade e o Privilège sempre prima pela mesma qualidade, que atende a esse turista mais exigente, que é o turismo que Búzios sempre almejou e continua almejando. Então, não tenho dúvidas que é impactante para hotelaria, para gastronomia, para o comércio em geral. Não só isso, né?!Para a imagem de Búzios como um todo. O Privilège já foi eleito várias vezes o melhor club do Brasil, isso é reconhecido nacionalmente e só tem a acrescentar.
Eu sou da opinião que a marca Búzios é tão grande, tão importante, que qualquer coisa que se tenha que fazer nesse balneário tem que ser especial, tem que ter esse DNA que conquiste o turista de qualidade.
E como essa relação evoluiu ao longo do tempo?
Essa relação começou tímida, como o início de qualquer relação, ou seja, nós chegamos pedindo licença à comunidade buziana para poder fazer parte dela. Fomos muito bem aceitos, rapidamente fomos criando amizade, fazendo laços comerciais, sendo reconhecidos como um serviço de qualidade ao ponto de virar buziano! Eu, pessoalmente, quando as pessoas me perguntam “da onde você é?”, eu logo digo “eu sou de Búzios". É em Búzios que eu quero passar o resto da minha vida. É o lugar ondeeu tenho o prazer de estar. Búzios virou não só a minha casa, mas também a casa do Grupo Privilège Brasil.
Durante a pandemia, vocês se reinventaram com o “Bar Privilège”, como foi pensar nesse conceito?
Somos inquietos, né?! Aqueles primeiros seis meses da pandemia se tornaram um período de quando, pela primeira vez, boa parte da equipe Privilège parou e teve umas “férias”. Mas, logo depois, começamos a ficar inquietos e, no final de 2020, começou a ter uma certa liberação, quando a primeira onda começou a ficar mais tranquila e quando surgiu o projeto TAWA. Pensamos: “o que o mundo está querendo agora?”.E a resposta veio: um pouco mais de tranquilidade, de natureza, e aí boom, nasceu o TAWA. Em paralelo, o Privilège não podia ficar parado. Assim surgiu esse projeto de bar, respeitando todos os protocolos de segurança exigidos na época. Trabalhamos com capacidade reduzida, mas a alma da Privilège estava nesse empreendimento.Bem menos pessoas, mas a vibe que elas irradiavam era como se fosse um clube normal, parecia estar cheio de gente.
Foi muito bacana, principalmente porque parte da nossa equipe pode voltara trabalhar,. A pandemia foi dura para os empresários, mas foi mais dura para toda essa cadeia que trabalha para o entretenimento.Milhares dessas pessoas ficaram desempregadas e foi emocionante vê-las de volta trabalhando, com um brilho no olhar de “estou voltando a trabalhar, a ter meu sustento''. Além disso, ver a alegria nos poucos clientes que podiam estar lá, um brilho individual. E se Deus quiser, esse período ficou para trás em definitivo.
Uma das marcas registradas do Grupo Privilège é sua excelência em atendimento, tratando os clientes como amigos e formando uma família de amantes da música eletrônica. O ranking por votação popular da DJ Mag dos 100 melhores clubes do mundo abriu esse mês, e Privilège Búzios é um forte candidato. Como você sente o efeito do apoio desses fãs-família no grupo como um todo?
Para aqueles que trabalham com serviços, a excelência do atendimento é a pedra fundamental. Você deve estar sempre em busca do melhor atendimento para seu cliente, tem que ser sempre a meta número 1. Nós do Privilège temos claro na nossa cabeça de que nós não vendemos música, não vendemos bebida, ingresso... Nós vendemos felicidade! Nós trabalhamos para que as pessoas sejam felizes e é todo esse o diferencial.
A nossa missão para todo mundo que trabalha nas nossas empresas é clara e curta: encantar as pessoas. Durante todo ato de um de nossos colaboradores perante os nossos clientes, ele tem que estar sempre pensando: "será que essa atitude, a maneira pela qual estou comunicando e tratando esse cliente está realmente encantando-o?”.A meta é sempre essa, porque é isso:trabalhamos para que as pessoas sejam felizes. Somos uma válvula de escape da tensão diária, do engarrafamento, do estresse.
“Somos um palco de encontros”. Foi Hélio Pellegrino, lá atrás, no dia que abrimos Búzios, que me falou essa frase, porque além de arquiteto ele também é poeta. Ele disse, logo na inauguração do Privilège, encantado com aquilo: “o Privilège é um palco de encontros, um templo da celebração da vida”.
Nesses últimos 18 anos, a Privilège Búzios teve aberturas incríveis! Conta para a gente as suas cinco aberturas favoritas da casa!
Ah, é muito difícil saber as minhas cinco aberturas favoritas. Primeiro, todas as noites do Privilège Bar foram especiais, porque elas foram, exatamente como já falei antes, um momento de “estamos vivos, precisamos trabalhar e as pessoas precisavam ser felizes”.
Também são sempre muito especiais as apresentações de grandes DJs que passaram pela cabine do Privilège, como grandes produtores nacionais que estão dominando o mercado e invadindo o mundo: Vintage Culture, Alok, Dubdogz, Chemical Surf, Illusionize, KVSH, Cat Dealers e muitos outros.
Além disso, acontece no Privilège a festa que, talvez tenha a maior repercussão na cena eletrônica brasileira, já acontecia antes da pandemia e aconteceu no dia 22 de janeiro deste ano - sempre na época do meu aniversário e esse ano acertando em cheio a data -, que é “A Viagem sem Fim”, do Vintage Culture. O Vintage já extrapolou nossas fronteiras e já é considerado um dos maiores DJs e produtores de música eletrônica do mundo. Nós criamos essa saga junto com ele, que consiste em um set de 24 horas. Lukas é um maestro de conduzir almas, é isso que ele faz através da música. Quem esteve lá sabe a energia que envolve o evento e, sem sombra de dúvidas, é o principal evento do Privilège Brasil hoje.
Acreditamos que em 18 anos também devem ter rolado vários perrengues para manter o clube funcionando, consegue contar algum para a gente?
A vida é cheia de perrengue para todo mundo. Ser empresário neste país não é fácil, nada fácil. Seja em qualquer ramo de negócios. Em Búzios, então, é duas vezes mais difícil, porque nós temos baixa e alta temporada e nossos custos não diminuem na baixa temporada, enquanto a nossa receita diminui demais.
Eu apago os perrengues da cabeça de uma maneira muito rápida, mas o que eu guardo são sempre os bons momentos, os momentos de alegria, da emoção que se vive naquela pista. Eu sou muito mais para falar das coisas boas do que das coisas ruins. Então, eu mudo essa resposta para: todos os perrengues vividos valeram muito à pena? E respondo: Sim, porque a recompensa de viver o que nós vivemos dentro do Privilège é muito maior do que as pedras que tiveram no nosso caminho.
Quais os planos que você pode compartilhar com a gente para o clube de Búzios neste ano? E para o Grupo Privilège como um todo?
Não existe nenhum projeto específico. Nós temos que manter as melhores atrações dentro do nosso club. Existe um período muito especial, que é muito importante em termos de receita para toda Búzios e também para Privilège Xangri-lá, que está funcionando só no verão, que é a semana de réveillon. Cada vez mais, colocamos muito carinho, atenção e foco nessa semana para que a experiência do cliente seja maravilhosa e ele queira retornar no ano seguinte. A gente já vem fazendo isso durante toda nossa vida, né?! Nesta última semana de réveillon fizemos 22 eventos além do Privlège Búzios, todos esgotaram e receberam uma crítica extremamente positiva, com várias pessoas já falando que na semana de réveillon de 2023, Búzios será o destino delas.
Fora isso, no Grupo Privilège, queremos fortalecer o Privilège Vitória porque ele é um bebê recém-nascido, então a gente tem que tratar com muito carinho, amor e atenção para fortificá-lo e solidificar suas bases.
Em Juiz de Fora, temos uma equipe nova trabalhando com foco total na qualidade e em surpreender as pessoas, é sempre muito importante. Queremos que, neste nesse ano de 2022, “pós-pandemia” as pessoas sintam o novo em todos os nossos negócios. Porque o mundo novo está se abrindo em alguns aspectos, nós não somos mais como éramos há dois anos. e então, a gente quer que as pessoas sintam o “ar do novo”. O novo na comunicação, a melhoria no atendimento, a busca contínua em surpreender com eventos inusitados.
Particularmente, trabalhamos para jovens que estão muito antenados e é impressionante como a informação circula muito rápido e o gosto do jovem muda muito rápido. Assim, o Privilège se mantém extremamente jovem, como quando ele nasceu em 1999 em Juiz de Fora e em 2004 em Búzios. A alma do Privilège nada mais é do que o reflexo da alma daqueles que trabalham lá. É isso que faz ela se manter jovem todos esses anos, que é como deve ser.
Lendo essas respostas fica claro o amor, carinho e dedicação que Octavio e todo o Grupo Privilège Brasil têm por suas casas. Já eleito várias vezes melhor club do Brasil, chegou a hora dos fãs transbordarem seu apoio e amor por essa casa tão querida que é o Privilège Búzios e levá-lo ao ranking mundial da DJ Mag.
A votação popular que define o ranking neste ano já está aberta e para votar basta clicar aqui. A enquete será encerrada no dia 11 de maio e os resultados serão divulgados. Que melhor presente para os 18 anos do Privilège Búzios do que entrar para uma lista tão renomada? Não perca tempo e vote já!
Imagem de capa: reprodução - Instagram.