Minimal em pauta: Matheus Bruch, head da Neuter Records, fala sobre planos com a gravadora
Um novo projeto se abre nos horizontes do mercado fonográfico nacional. A Neuter, gravadora comandada por Matheus Bruch(Brüc) e Guilherme Custódio, emerge de dentro das atmosferas minimalistas e traz o frescor do estilo com novidades e talentos advindos do cenário nacional e internacional. O novo label abre espaço para um ponto de encontro entre novos Djs e produtores e a valorização da bagagem de nomes já consolidados do meio.
Com trabalhos estreados no fim do ano passado, a Neuter mostrou em seu primeiro V.A intitulado World End I, uma seleção de sete faixas que definem muito bem as características sonoras determinantes da gravadora. Sonoridades que carregam detalhes, preenchimentos minuciosos e texturas singulares que levam o conceito do minimalismo romeno.
Conversamos com Brüc para entender um pouco mais sobre o conceito que desenha a estética do label, referências, planos futuros e mais detalhes que figuram por trás da Neuter:
Play BPM: Uma das novidades da cena nesses últimos meses foi a estreia da Neuter. Como está sendo este processo inicial e que levou à criação da gravadora? Matheus Bruch: Bom é tudo muito novo ainda, mas como a maioria das coisas, a gente vai se descobrindo no dia a dia, o primeiro VA foi muito gratificante, o trabalho teve um bom alcance por partir do 0, os artistas confiaram na label, gostaram de como tudo aconteceu e foi muito especial. Pra mim primeira missão cumprida!
Play BPM: Existe alguma mensagem especial que o selo pretende passar ao público por meio de seu catálogo? Matheus Bruch: Queremos transmitir essa energia que a música vem passando a séculos, de ser algo libertador, que te acompanha em momentos importantes, que marca alguns capítulos de sua vida, que tem o poder de transformar e passear entre os sentimentos.
Play BPM: Quais os principais desafios em iniciar um projeto como a Neuter, em meio à um momento de paralisação temporária das atividades decorrente da pandemia? Matheus Bruch: Acredito que o maior desafio são as inseguranças, de se o público vai abraçar a ideia, se vamos chegar a uma identidade sólida. Como os projetos são apenas de releases, tudo pode ser feito remotamente, muitas pessoas ainda estão pesquisando, a questão paralisação não interfere tanto.
Play BPM: A gravadora está tendo um direcionamento sonoro voltado para as vertentes minimalistas. Como você vê este cenário em esfera nacional e quais as principais referências do estilo que a Neuter pretende absorver? Matheus Bruch: Vejo como uma vertente em evolução e com muito espaço para conquistar ainda, selos independentes têm sido de grande importância para disseminação desse estilo que tanto amamos, alguns big clubs também trouxeram artistas e contribuíram para apresentar o minimal para o público. Vou citar duas referências, uma internacional como a Tzinah, e uma nacional como a Totoyov.
Play BPM: E quanto ao processo de curadoria do label, o que chama a atenção da Neuter para que a demo recebida se torne um lançamento do selo? Matheus Bruch: O groove da bateria e uma boa atmosfera são pontos de extrema importância para gente, se essas duas coisas estão bem estruturadas, já estamos na metade do caminho!