Projeto israelense Major7 lança seu novo álbum “Like No Other” com sonoridade inédita
Se você conhece o universo psytrance, com certeza já ouviu falar de Major7. Uma das duplas israelenses de Progressive Trance mais amadas pelo público brasileiro lançou seu mais novo álbum pela sua própria gravadora, a X7M Records.
Batizado de “Like No Other”, a compilação traz uma face diferenciada do projeto. Para quem estava acostumado com os hits da dupla voltados para a pista de dança como “Casablanca”, “Sequence” e “Just One Night”, terá uma grata surpresa que destaca a versatilidade das produções de Nadav Bonen e Barak Argaman.
Como aperitivo, Major7 já havia lançado 3 das 10 tracks presentes em “Like No Other”. São elas: “Vicious Game” (em colaboração com Ariely), “Dusk” (em colaboração com Kim Lima) e “Afterlife”. Nelas podemos ver nitidamente a nova proposta sonora da dupla, com melodias cativantes e vocais marcantes, que conduzem o ouvinte a uma jornada introspectiva repleta de sentimentos. Além disso, podemos esperar por músicas em colaboração com grandes nomes da cena psytrance nacional e internacional.
Apesar da nova roupagem musical de “Like No Other”, a dupla espera se conectar com seu público de uma forma diferente, especialmente por conta deste período sem eventos: “A música é arte e expressão do que sentimos, e este álbum representa uma viagem pessoal de Major7. Claro que podemos sentar e fazer hits pensando na pista de dança, mas para este projeto o objetivo é surpreender e fazer coisas que nunca tínhamos feito antes. Vale destacar que não mudamos nosso estilo, mas que de uma maneira desafiadora usamos este tempo de quarentena para criar músicas especiais vindas do coração”,ressalta Nadav Bonen.
E para nos contar com mais detalhes sobre o processo criativo deste que é o terceiro álbum na carreira de Major7, o convidamos para uma entrevista exclusiva, e as respostas na íntegra você confere abaixo. Boa leitura!
Play BPM: Olá Bonen! Primeiramente, muito obrigado por ceder este espaço para nós! Esse período longe dos eventos fez com que muitos artistas refletissem sobre o futuro de suas carreiras, experimentando novas sonoridades, influências e estilos. Como foi para o Major7 essa experiência? E o que Barak e você tiraram de lição para a vida nesse período? Bonen: Olá! Eu que agradeço pelo espaço!O primeiro período foi de ajuste ao fato de que tínhamos perdido a nossa principal fonte de renda. Depois disso começamos a traçar um passo a passo entendendo que tínhamos que fazer o melhor que pudéssemos com o tempo que tínhamos até que tudo voltasse ao normal.Junto aos planos de “sobrevivência” de como fazer dinheiro sem eventos, havia agora tempo de sobra para ouvir música de todos os tipos dentro do gênero eletrônico, sem stress. Não havia calendário de lançamentos, mas o trabalho no estúdio nunca parou.Depois surgiu o plano de usar este tempo para criar o terceiro álbum de Major7, já que faz bastante tempo desde o lançamento do nosso último álbum (Toxic Generation’s Music de Outubro de 2016).
De onde surgiu a ideia para criar o álbum “Like No Other”?Surgiu do entendimento de que não há pressa, que na realidade não há uma solução breve em vista no que diz respeito à volta dos eventos, e aproveitar esta oportunidade para fazer música mais intensa. Existe uma parte de você que sempre quis fazer, mas nunca havia paciência ou estado de espírito, então a melhor forma de se apresentar uma música intensa/profunda de um projeto como Major7 seria por meio de um álbum.
E como foi o processo de criação desse novo álbum?No primeiro período de criação, lançamos ideias e estilos, escrevemos e apagamos bastante.Tentamos encontrar coisas que realmente nos conectam, indo muito mais fundo do que aquilo que estávamos habituados a criar antes, mas ao mesmo tempo pensando em todo o conceito do álbum, de como esta track vai se conectar e encaixar neste tipo de álbum.Claro que a parte divertida foi experimentar novas coisas e tirar referências por exemplo do techno melódico ou do house progressivo, novas batidas, novas linhas de baixo e sons que nunca usamos antes.Coisas que antes eram impensáveis tornam-se de repente possíveis.O ponto de virada veio com o lançamento de “AfterLife” em Agosto de 2020. Antes disso havia alguma incerteza de que seríamos capazes de o fazer e a partir daí começou a fluir rapidamente. De repente sabíamos como continuar os rascunhos que começamos e todos os sonhos mais ousados de “eu sempre quis fazer algo como isto” tornam-se realidade. A explicação é simples: é uma autoconfiança que cresce e de repente sente-se “intocável”, tudo o que você faz tem uma grande marca de si mesmo e a sua música torna-se realidade, refletindo que você é no momento.Sem isso, soa artificial ou então apenas “mais um quero ser”.
A identidade visual de “Like No Other” é um tanto quanto ousada. Conte melhor pra gente como essa ideia surgiu!Nós queríamos alguma coisa “fora da caixa”, alguma coisa que chamasse a atenção. Temos 2 designers na X7M Records e a Gina, minha mulher, é uma delas.É natural que alguém que seja tão presente no seu dia a dia, que te escuta e participa na criação (já que o estúdio é dentro de minha casa), entenda muito mais claramente aquilo que se precisa.As diretrizes eram simples: fazer uma capa que fosse límpida, minimalista, mas que tivesse criatividade e que fosse “como nenhuma outra”. Ela me perguntou: “Posso ser rebelde nesta?” e a resposta foi claro que sim!
O álbum possui diversas collabs com grandes nomes da cena. Como foi o processo para a escolha desses artistas?Existem 3 colaborações: Berg, Basscannon e Tijah.Basscannon foi o primeiro. Comentei com ele que queria fazer uma track mais profunda e que era a nossa chance de fazer agora coisas com mais significado do que nunca. A música começou a ser feita em Maio de 2020 mas foi ficando melhor e melhor até ficar completa em Fevereiro de 2021.Normalmente trocamos um com o outro boas faixas de house progressivo e techno e ele estava produzindo algumas tracks de techno, ou seja, era o momento certo para fazer uma com ele. Compartilhando a mesma paixão pelo som, fez com que fosse uma experiência excepcional.Tijah é uma das pessoas mais criativas que conheço. Decidimos fazer uma colaboração fluiu muito bem, tanto que o nome do álbum vem desta track que fizemos juntos e as características sonoras de cada um ficam bem nítidas nela.Já Berg surgiu com ideia de um “square bass” que ele criou e queria colaborar durante o trabalho no álbum. Isso soou como um grande início para mim e Barak já que a sonoridade estava na “onda” do álbum. O resultado não tinha como ser diferente: uma colaboração deslumbrante que reflete o lado emocional e profundo de Berg e Major7, mas ao mesmo tempo leve e excitante.
Aproveite e deixe um recado para os seus fãs no Brasil!Brasil, estamos com muitas saudades de vocês! E esperamos estar de volta em breve para curtirmos juntos novamente. Enquanto isso, continuem curtindo e ouvindo as nossas músicas!