'Música eletrônica não é feita somente para a noite, ela nos transporta e cria uma comunicação entre o som e a alma', declara Luiz Filho
Do interior de São Paulo para o mundo, Luiz Filho não tem medo de sonhar, e nem preguiça de correr atrás dos objetivos. Sempre ligado à arte, ele agora é a nova aposta do cenário LGBTQIA+ na música eletrônica e pop.
Como fotógrafo, assinou capas de singles de grandes artistas como Urias, Pepita, Dany Bond, entre outros, mas como cantor vem colhendo frutos de seu talento em meio a um cenário pandêmico, e com as tracks “Close” e “Butterfly” promete agitar as noites quando as festas retornarem.
Sua nova música, “Lady”, fala sobre liberdade de expressão e é recheada de empoderamento e ousadia, numa mistura de Deep House e Pop, numa linguagem eletrônica misteriosa e que ganhou videoclipe gravado no clube Caos, em Campinas, São Paulo.
Conversamos com Luiz sobre a faixa, a cena eletrônica e LGBTQIA, suas origens e sonhos. O resultado você confere abaixo:
Oi, Luiz, tudo bem? Conta um pouquinho sobre você aos leitores que ainda não te conhecem.
Olá, pessoal! Sou Luiz, mais conhecido como Luiz Filho, tenho 31 anos, e vocês podem ainda não ter ouvido falar sobre mim, mas vão escutar e dançar muito comigo ainda rs. Sou natural de Barra Bonita, interior de São Paulo, apaixonado pela música, fotografia e moda. A arte sempre esteve presente na minha vida. Minha carreira iniciou-se na fotografia artística, e curioso como sou, decidi expandir meus desafios e viver todos os sonhos que pensava ser impossível. Um deles é o que estou realizando agora na música.
Você acaba de lançar sua faixa, "Lady", um verdadeiro manifesto sobre a liberdade de expressão para sermos quem realmente gostaríamos de ser. Conta mais para nós sobre esse som e a proposta dele.
“Lady” é um grito que sempre esteve preso na minha garganta. O conceito da música é destacar que podemos e devemos mostrar para o mundo quem realmente somos, sem medo, dúvidas e insegurança! A “Lady” sempre esteve dentro de mim! Uma personalidade forte, sexy, que me dá segurança e muita força pra enfrentar os desafios da vida, lado a lado, além de ser, claro, o meu amor próprio. Assim como a minha grande inspiração Lady Gaga diz: “se você está se perguntando em qual direção seguir, lembre-se que sua carreira jamais acordará de manhã e dirá que não te ama mais.”
Falando nisso, como você enxerga atualmente a cena eletrônica LGBTQIA+?
Atualmente, a cena eletrônica LGBTQIA+ vem crescendo bastante. Isso ocorre tanto cena geral musical quanto em representatividade e espaço em outras esferas. Hoje é possível nos ver ocupando espaços que quando eu era criança achava impossível, sendo na música, na TV, em trabalhos etc. Claro que falta muito, mas estamos no caminho e tudo o que fazermos vai muito além de arte, é resistência.
E por que, na sua opinião, existe uma barreira entre essa cena e a cena 'geral'? Como isso poderia ser mudado/melhorado?
Ao meu ver, acredito que seja falta de espaço.
A música eletrônica não é feita somente para a noite, ela nos transporta e cria uma comunicação entre o som e a alma. É liberdade do corpo, um manifesto da nossa felicidade em dança, então precisa ser realmente mais valorizada.
Luiz FilhoEu sempre fui apaixonado pela cena eletrônica, desde criança, porém nunca me senti representado. Isso fazia eu me sentir distante, por exemplo. Hoje ainda sinto uma falta, mas juntos podemos mudar isso.
Você é cantor e não DJ e produtor. Como é trabalhar com música eletrônica dessa forma? Já considerou começar a tocar e produzir?
Então, sempre fui uma pessoa muito curiosa, gosto de me desafiar e conhecer novos horizontes, sempre pensando em viver cada segundo fazendo o que realmente me fará feliz. O projeto Luiz Filho completou um ano, infelizmente ainda não pude ser ouvido nas noites devido a pandemia Covid-19, mas quero muito sentir a energia. Hoje respondo que vou manifestar toda minha energia no canto e nas performances, trazer algo mais pro visual na cena, porém quem sabe mais pra frente o projeto Luiz Filho não invada as pick-ups rs.
Quais são os artistas que te influenciam como artista?
Lady Gaga, não só pela música, mas por toda identidade, força e personalidade.
Quais vôos você ainda pretende alçar?
Só de estar onde estou hoje, poder mostrar a minha arte, me ver onde já cheguei quando pensava que seria impossível, já é um enorme voo. Mas sonho em ter o projeto reconhecido nacional e internacionalmente, grandes parcerias e, claro, representar sempre.