“Espero que minhas músicas sirvam pra alegrar um pouco a vida de cada um”, conta KVSH em entrevista
KVSHé um DJ e produtor que dispensa apresentações. Nascido em Minas Gerais, ele já conquistou o mundo todo com seu som. Prova disso são seus números: mais de 400 milhões de plays no Spotify e 61 milhões de visualizações no Youtube.
Com sua label party – Festa KRUSH -, marca de roupas – KVSH Store – e gravadora – Lemon Drops -, o jovem de 27 anos conseguiu o feito de entrar para a Forbes Under 30, sendo destaque na categoria “Música”.
Em entrevista exclusiva, conversamos com o artista sobre planos, carreira e mercado. Leia:
Play BPM: Primeiramente, parabéns por mais essa conquista. Até hoje, apenas Alok, Vintage Culture e Cat Dealers haviam conquistado espaço na lista da Forbes Under 30. Quais sentimentos se destacam neste momento? KVSH: Opa, obrigado! São muitos sentimentos, mas posso dizer que estar nessa lista consagra todas as coisas que fiz lá trás. Quando fiz a escolha de não seguir o que a nossa sociedade dita como ser o normal, de fazer faculdade, ter um trabalho estável, ter filhos, aposentar etc., estava com medo de arriscar, porque era um garoto inseguro de 15 anos. Mas agora vejo que empreender e criar minha carreira, que é meu negócio, deu muito certo! Apostei no meu sonho, no que amo, e tudo aconteceu!
Play BPM: O que você acha que essa conquista agrega ao mercado de música eletrônica nacional? KVSH: Eu acho que isso mostra que a música eletrônica está viva e por mais que algumas pessoas ainda não acreditem, ela está acontecendo de forma orgânica, sem grandes empresários e investidores. Ela está acontecendo e tomando o mercado de uma forma muito legal.
Play BPM: Quais foram os três momentos mais importantes da sua carreira? KVSH: Primeiro, a criação da minha carreira; segundo, quando vi que tudo estava realmente acontecendo, ao tocar no mainstage de grandes festivais e as tracks sendo escutadas por muitas pessoas; e o terceiro grande momento foi em 2020, em que tivemos que deixar o ego de lado para nos reinventarmos e fazer a coisa acontecer.
Play BPM: Infelizmente, a Festa KRUSH não teve mais edições por conta da pandemia do Covid-19. Quais os planos para o evento pós pandemia? KVSH: A gente só está esperando a pandemia acabar. Acreditamos que esse retorno será um período histórico com todo mundo querendo ir pros eventos e não será diferente pra nossa festa. A festa KRUSH é nosso xodó, todos os fãs adoram, todos que já foram adoram, e claro que vai continuar. Se depender da gente, vamos fazer pra sempre.
Play BPM: Sua percepção do mercado mudou de alguma forma após o lançamento da sua gravadora “Lemon Drops” ? Já conseguiu identificar algum novo talento? KVSH: Sim, a percepção já mudou. Acho que tem vários talentos prontos para estourarem e vai depender só das festas e do mundo normal, podemos dizer. A música eletrônica, sem dúvida, é o único estilo musical que depende de festas. Voz e violão você pode tocar em casa, você pode ter banda e tocar em estúdio, mas música eletrônica precisa de festa pra parada acontecer é só quando elas retomarem podermos trabalhar novos talentos e fazer com que a coisa aconteça.
Play BPM: Como surgiu a KVSH Store? No começo a ideia era apenas um merch, mas foi ganhando corpo? Quem desenha as peças? KVSH: A store começou no início da carreira quando tive a ideia de fazer camisetas para os fãs a troco de que eles apenas utilizassem para divulgar a marca e também como uma forma de estarem mais próximos. A KVSH Gang, pra quem não sabe, é meu fã clube que virou uma família. Chamo assim porque eles além de me seguirem, também seguem outros artistas, e mesmo que eu não toque na festa, eles vão com a camiseta, meio que como um uniforme. Mas isso começou com dois amigos em Nova Lima que tinham uma confecção. No início, fazíamos com referências externas, mas hoje quem está coordenando a KVSH Store junto comigo é a Nephew Clothing, uma marca mineira que está fazendo toda curadoria e produção. No final do ano passado lançamos a nova coleção e foi histórico!
Play BPM: O Luciano Ferreira aparenta ser um cara boêmio, rodeado de amigos, bebendo, jogando conversa fora. Esse é um dos maiores prazeres da sua vida? KVSH: O grande prazer da minha vida é viver igual o Zeca Pagodinho. E não é uma zoeira não, é um estilo de vida mesmo, e acho que é o estilo de vida do brasileiro, um povo feliz independente de qualquer coisa que aconteça. E eu sou assim, fui criado no meio de muita festa, churrasco e cerveja com a família. Foi assim também na época da faculdade. E também vejo que Minas Gerais é a capital dos botecos, eu como mineiro não tenho nem como fugir de ser um cara assim.
Play BPM: Uma mensagem aos seus fãs que te apoiam e dão suporte desde o início. KVSH: Continuem sempre buscando aquilo que vocês amam! Precisando de qualquer coisa, sabem que meu inbox do instagram está aberto para contar histórias, sejam elas difíceis ou legais, pra gente trocar ideia, porque estou sempre lendo e buscando estar próximo de todos. E é isso: sigam os sonhos de vocês! Espero que minhas músicas sirvam pra alegrar um pouco a vida de cada um.
Sobre o autor
Vitória Zane
Editora-chefe da Play BPM. Jornalista curiosa que ama escrever, conhecer histórias, descobrir festivais e ouvir música eletrônica <3