Por Laura Stetner.

Onde mais violino, medicina e música eletrônica se encontrariam senão em Kallak? O jovem DJ, que já fez parte da Escola de Música de Brasília, encontra motivação no desafio de seguir todas as suas paixões. Desde criança se interessou por instrumentos musicais, mas foi em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, que se viu inspirado a começar os cursos de produção e discotecagem.

O brasiliense divide sua vida entre a faculdade de medicina e a música, o que não é fácil, mas vale a pena: "A música é valiosa para o coração e para a alma”, diz. Suas inspirações vão de rock à orquestra, passando pelas mais diferentes vertentes da música eletrônica, e foi com essa bagagem que nasceu sua primeira produção. A faixa “Afraid of Love” saiu pela Vex.Distro dia 27 de outubro e conversamos com o artista para saber mais sobre sua entrada na cena. 

Olá Thiago, obrigada por conversar com a gente e parabéns pela conquista do single! Mas antes de saber sobre música, conta, como você foi parar no curso de medicina? Onde você faz faculdade? Está em que período?

O prazer é todo meu em poder estar participando dessa conversa! Antes de escolher a medicina, dediquei muito tempo da minha vida para à música, área pela qual sempre fui completamente fascinado desde pequeno. Além desse amor pela música, sempre gostei de ajudar as pessoas, de entender suas histórias e sonhos. Assim como a música, a medicina é uma área capaz de nos proporcionar a oportunidade de tocar as pessoas, levando paz e alegria para elas. Por vezes temos que lidar com situações emocionalmente desgastantes, mas também comemoramos vitórias, e isso não tem preço. Estudo na UNICEPLAC, em Brasília, e no momento, curso o oitavo período.

Só podemos imaginar como é corrido o dia a dia de um estudante de medicina. Como você consegue conciliar os horários de estudo para a faculdade e para a música? Como uma coisa influencia na outra?

Acredito que a melhor forma de alcançar os nossos sonhos é através do esforço, dedicação e entrega. É importante criar uma rotina para se organizar e se dedicar da melhor maneira possível em todos os aspectos de nossas vidas. Tento sempre que possível ligar uma atividade a outra, buscando inspirações musicais enquanto estudo para alguma matéria, por exemplo, ou ficar analisando alguma produção musical que estou trabalhando no caminho para a faculdade. Não somos responsáveis pelas nossas emoções, mas sim pelo que fazemos com elas. Muitos sentimentos e emoções vêm juntos à prática médica, o que acaba gerando inspiração e aguçando a criatividade para compor uma obra. Para mim, a medicina tem uma influência positiva sobre a música e vice-versa.

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Imagina que em algum momento tenha que escolher uma das duas profissões para seguir, ou pretende continuar com as duas? 

A maior recompensa de todas é ter a certeza de que fez a diferença na vida das pessoas, seja lá qual for o meio utilizado para isso. Não me vejo escolhendo apenas uma delas, porque apesar de serem caminhos distintos, nada impede de andarem de mãos dadas. 

Agora sobre o single, essa foi sua primeira produção e foi aceita de primeira, você deve ter ficado muito feliz, né?! Conta mais pra gente sobre a produção da faixa e suas inspirações para a primogênita. 

Lembro bem do dia em que recebi a resposta da gravadora aprovando a track. Fiquei feliz demais em ver o resultado de todo o esforço que estava dedicando ali naquele momento. A ideia era fazer uma música com a pegada mais Tech House, mas sem deixar de lado elementos mais melódicos, bem como o vocal com linhas bem marcantes. Fiz uma mistura de todos esses itens e tive um resultado bem legal.

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Aprender é uma constante. O que você aprendeu produzindo “Afraid of Love”? E o que podemos esperar de faixas futuras? Tem algum lançamento em mente? 

A lição aprendida é que sempre devemos ser nós mesmos, sem medo de arriscar. Muitas vezes acreditamos que existe uma fórmula para fazer uma track, que temos que seguir determinados padrões que vemos por aí em outras músicas, mas o mais importante de tudo é ser verdadeiro consigo mesmo. Devemos sim usar nossas influências, mas no final das contas, inovarmos, fazer um som que seja uma verdade para nós, que expresse a verdadeira mensagem que carregamos. Tenho mais duas faixas já aprovadas para serem lançadas em outras labels, não vou entrar em detalhes para não acabar dando spoiler (rs). Uma certeza que vocês podem ter é que sempre estarei colocando 100% dos meus sentimentos e esforços para compartilhar boas músicas com todos.