Fuad Hajjat e sua contribuição nos palcos da cena eletrônica nacional: arquiteto compartilha novidades, inspirações e insights sobre a carreira
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Fuad Hajjat é arquiteto e residente em São Paulo. Envolvido na cenografia de marcas e festivais há mais de 11 anos, o designer de palcos já atendeu eventos do Sudeste ao Nordeste e entregou mais de 350 projetos entre 2015 e 2023, desde stages até ativações.
Em meio a inúmeros trabalhos, Fuad já trabalhou em eventos como o Savanah (com Black Coffee), S.O.M. Festival, Só Track Boa e Solomun SP.
Animado com o progresso do mercado de música eletrônica nacional e unindo profissionalismo, talento e experiência, 2024 promete ser recheado de novidades na carreira de Fuad. Conversamos com ele para saber mais sobre seus projetos futuros, inspirações e insights.
1.Como você se inspira para criar os designs de palco dos eventos?
Observar o que está acontecendo em diversos segmentos, como moda, tecnologia, e museus! Principalmente fora da internet; viajar e acompanhar presencialmente é diferente de ver na internet, encontrando uma variedade de estilo de profissionais autônomos nessas viagens para o exterior.
2. Existe muita inspiração e muita cópia nesse mundo. Como você faz para driblar isso na hora de criar um projeto?
Prefiro me desafiar e trazer conceitos novos ao mercado brasileiro que existe muita cópia. Hoje, o segmento estagnou por um tempo sem grandes novidades por falta de investimento e muitas cópias. Para dificultar copiarem minhas criações, busco referências em lugares mais autorais e inspirações em outros meios de pesquisa fora de internet, como em minhas viagens. Quanto maior o nível de conhecimento, mais fácil driblar isso. Mas em 2024 vemos o mercado mudando novamente para melhor.
3. O que você pode contar sobre os seus novos projetos em 2024?
2024 é uma virada de chave. Criamos a agência Art Machine, fomos para os grandes festivais e elevamos o nível de projetos e principalmente do nosso time, juntamos à equipe profissionais mais qualificados com 10 anos de carreira. Voltei ao Brasil depois de uma temporada de pesquisa na Ásia e Austrália e abri uma sociedade com pessoas de longa data no mercado como Sodré, da equipe do Mochakk, e Patricia Kanji, que foi Produtora Sênior da Entourage e hoje atua com o time do cantor Roberto Carlos. Temos nossa própria equipe de criação, execução e produção de projetos, completamente independente, atendendo diversos setores, festivais e ativações de marcas.
4. Se puder citar os projetos e o desafio de cada um deles
No primeiro semestre com a agência Art Machine, estamos envolvidos em projetos grandes com artistas de peso e grandes marcas: Steve Angello em São Paulo e a maior edição da Só Track Boa já realizada, além de ativações no Lollapalooza. Esses são alguns spoilers do primeiro semestre, mas tem muita novidade! Segundo semestre focamos nos projetos fora do Brasil.
A grande dificildade é a falta de profissionalismo e profissionais qualificados.
5. Existe algo que venha sendo pensado de diferente?
Sim, tecnologia. A fusão entre a cenografia construída com tecnologia, luz e programação! Sodré foi uma grande peça para essa evolução da agência. Trouxe sua expertise e diferença na equipe na parte de tecnologia e interação entre os profissionais, principalmente luz.
6. Essa é uma área mal explorada pelo mercado de música eletrônica. Existe espaço para novos profissionais? Se sim, como uma pessoa que queira entrar nesse mercado deve começar?
Hoje é mal explorada, temos dificuldade de achar profissionais qualificados e existe uma grande demanda e espaço para novos profissionais! É uma área promissora para quem quer se aventurar. Hoje aconselho aos que queiram iniciar no mercado tentar uma oportunidade com algum profissional experiente que já esteja no mercado, pois isso vai ser um grande salto no início de uma carreira, já que o mercado ainda é bem fechado. Acredito que a evolução venha na prática.
Imagem de capa: Divulgação.