Falamos com o From House To Disco antes do lançamento da compilação ‘Disco House For All’ pela lendária Definitive Records
- Via Assessoria de Imprensa -
O Brasil tem mais uma conquista gigantesca para celebrar e se orgulhar. O duo From House To Disco tem estreitado laços com a Definitive Recordings, selo canadense lendário que foi fundado por John Acquaviva e Richie Hawtin em 1992. Recentemente adquirido pela Get Physical Music, o selo tem impulsionado muitos novos projetos inovadores para a cena, destacando o From House To Disco como uma de suas jóias mais brilhantes.
Mas a novidade da vez é a compilação Disco House For All, com uma curadoria feita especialmente pelas mãos de Bruna e Livia, que mergulharam fundo no extenso catálogo da Definitive para selecionar faixas históricas e ainda entregar quatro novos remixes autorais — ‘House For All’, ‘Gasoline’, ‘Be Yourself’ e ‘Look, Listen, Love’ — colocando peso e autenticidade no release.
A trajetória ascendente do From House To Disco ganha um novo e emocionante capítulo com este lançamento, mas ainda tem mais: uma festa especial acontecerá no dia 6 de Setembro, no Caracol Bar, em São Paulo, onde estarão acompanhados de Leo Janeiro, para marcar de vez este release histórico. Nós aproveitamos este momento para trocar umas palavras com elas. Acompanhe.
Olá, dupla! Obrigado por falarem com a gente. Vocês estão passando por um momento bem animador na carreira. Tocaram em lugares especiais como a Time Warp, mais recentemente no Ame (showcase The Masquerade by Claptone), Jerome e BOMA Experience, receberam vários suportes no Glastonbury Festival, e agora estão com esse super lançamento pela Definitive Recordings… antes de entrarmos no assunto, como está o coração de vocês com isso tudo?!
Batendo acelerado! Estamos bem felizes com esse novo capítulo, que já vem sendo plantado há seis anos. É muito gratificante colher os frutos desse trabalho todo.
E já puxando pro assunto principal, essa compilação na Definitive Recordings… desde quando vocês estão trabalhando nela e como foi pra fazer a curadoria das faixas que entrariam no release? Quais foram os critérios utilizados por vocês?
Bem, a gente sempre brincou dizendo que clássicos nunca envelhecem porque essa é uma verdade que levamos para nossos sets e produções. Nossa pesquisa passa muito pelas sonoridades das décadas de 1980 e 1990, principalmente nas labels dessa época. Então, receber um convite para trabalhar no catálogo da Definitive Recordings foi realmente incrível. Ele chegou até nós através do Roland Lesker, fundador da Get Physical, em outubro do ano passado (2023), durante um encontro em Berlim. Na ocasião, Roland nos contou sobre a aquisição do catálogo e seus planos de relançá-lo (ele até nos mostrou uma caixa contendo as fitas K7 originais dos masters finais daquela época). Foi daí que surgiu o convite para uma compilação com novos remixes e sugeriu a brincadeira com o título "From House to Disco apresenta Disco House for All", que adoramos, é claro, e imediatamente aceitamos!
Sobre a escolha das músicas, recebemos uma parte do catálogo remasterizado e fomos pesquisar um pouco mais sobre a história dessas músicas e dos artistas ali envolvidos, pensando já em mostrar toda a diversidade que existia dentro deste selo. Lembro que a primeira que escolhemos foi "Blunted Dummies: House for All", um hino da época, não tinha como ficar de fora. Na sequência, veio "Jetstream: Seriously", que além de ser linda de morrer, foi a primeira a ser lançada pelo selo. E claro, foi difícil escolher uma só do John Acquaviva, então, ficamos com duas, " A Woman In Love (Disco Mix)" e "Boomjak". E assim, de uma lista grandona, fomos afunilando e fazendo rodadas de aprovação com a Get Physical até chegarmos na compilação final, que também contou com as nossas favoritas de Wax Fruit, Barada, Tropical Underworld e Omega Man.
A compilação ainda ganhou um toque pessoal de vocês com quatro novos remixes entregues, uau! A gente soube que foi bem desafiador produzir esses remixes, né? E que teve uma ajuda importante do L_cio… Conta um pouco mais pra gente de como foi o processo?
Foi super legal fazer esse trabalho e, na empolgação inicial, a gente nem se tocou de que não existiam stems ou partes dessas músicas digitalizadas, estavam todas em K7. Então, para criarmos os remixes, precisávamos primeiro recriar as partes originais de cada uma dessas músicas. Foi aí que entrou o Laércio, com toda a sua bagagem de musicista. Praticamente nos trancamos na casa dele por uma semana e, com a "cozinha feita" pudemos partir para elementos novos e inéditos.
Dá pra considerar esse como o release mais especial da carreira? De alguma forma vocês sentiram pressão por trabalhar ao lado de um selo tão icônico como o Definitive Recordings?
Com certeza! É o nosso primeiro trabalho para um selo de fora do Brasil e um grande selo, diga-se de passagem, além de também inaugurar novas aventuras em vinil. Então, é sim um release muito especial pra nós. A pressão veio mais da gente mesmo e do respeito que temos pelos artistas envolvidos. Fazer remixes parece um processo mais "mais fácil", mas no fundo é o contrário, porque você precisa chegar perto do nível das originais, e estamos falando de originais que marcaram uma época. Mas ficamos bem felizes com o resultado!
A gente sabe que a experiência de ouvir música ao vivo é muito diferente de ouvir em casa, e em Setembro vai ter a festa de lançamento da compilação, em São Paulo. O que vocês esperam desse dia? Vai ser uma preparação diferente das outras gigs?
Reunir amigos e celebrar, essa é a nossa única expectativa. Estaremos com os discos em mãos, então essa festa marca o "início das vendas no Brasil" e os interessados podem já comprá-lo ali mesmo, sem taxas internacionais. No mais, traremos o amigo Leo Janeiro no line conosco e o resto será pura diversão. Estamos animadas para tocar não só a compilação, mas diversas outras músicas do selo que ficaram de fora.
Uma outra comprovação muito legal do trabalho que vocês vêm fazendo chegou recentemente, um suporte de Tove Lo e SG Lewis pra faixa “Ode”, que vocês lançaram lá em 2022… ver uma música assim ser tocada agora por nomes tão especiais deve dar uma dose extra de motivação, não é?
Demais! Ver um produtor como SG Lewis, que já colaborou com ícones como Nile Rodgers (Chic), Robyn, Dua Lipa e Khalid, tocar sua música ao lado de outra grande artista como Tove Lo, já indicada ao Grammy, em um dos mais prestigiados festivais do mundo, se não o maior, é simplesmente sensacional. Esse é o segundo ano consecutivo que “Ode” toca nos palcos do Glastonbury, um festival onde ainda não tocamos, mas se pararmos para pensar, estamos sendo ouvidas há dois anos. É muito emocionante ver até onde a nossa música pode chegar.
Então, pra gente finalizar, olhando para o futuro, o que está no horizonte do From House To Disco? Como vocês imaginam que o projeto evoluirá nos próximos anos, tanto musicalmente quanto em termos de impacto? Obrigado, meninas!
Muita coisa boa acontecendo ao mesmo tempo. A gente sonha grande e trabalha bastante pra isso, dentro e fora do Brasil. O que podemos adiantar são novidades sobre os lançamentos do primeiro semestre de 2025: em março teremos um EP pela brasileira Jardineira Records, em agosto outro EP pela uruguaia U're Guay Records, além de um convite direto de Berlim, mas que ainda não podemos dar mais detalhes. Prometemos que não sairemos do radar de vocês tão cedo. Muito obrigada, pessoal, foi um prazer conversar com vocês novamente!
Imagem de capa: Divulgação.