Entrevista exclusiva com Sick Individuals: “O Tomorrowland Brasil é melhor que o da Bélgica”
No ano passado, a colaboração com Dannic na track Blueprintacabou em primeiro lugar na categoria dance do Beatport; isso pra não falar no imenso sucesso de I AM, ao lado de Axwell. Essas vitórias fizeram com que a Sick Individuals ganhasse um grande destaque nessa onda de novos artistas que surgiram recentemente. Sempre se certificando de manter o foco na energia positiva, suas apresentações levam o público às alturas do house, com um sentimento de euforia inigualável!
A dupla também provou que é bem habilidosa na hora de remixar, com a sua versão de I Love It, de Icona, Addicted To You, de Avicii, e Right Now, da Rihanna com David Guetta. Eles passam horas e horas no estúdio preparando isso, e o resultado faz valer a espera! Muitas labels já os procuraram recentemente, como a Big Beat/Atlantic, Virgin, Axtone, Spinnin’, Armada, Interscope, EMI, e Size Records.
Seja através de suas tracks originais, grandes remixes, ou shows lendários como na Sensation, Mysteryland, e no mainstage do Ultra, eles vêm provando que o som da Sick Individuals anima qualquer pista do mundo! Com novos trabalhos se aproximando, parece que não tem nada que segure essa dupla em seu caminho para o estrelato; então não deixe de conferir a entrevista exclusiva que a Play EDM preparou para vocês. ;)
Ah, com certeza. Nós queremos cada vez mais voltar lá, mas é um mercado difícil, então você tem que encontrar as pessoas certas pra levar com você, ter a equipe certa. Nós estamos trabalhando bastante em cima disso, então provavelmente vamos em breve!
Sim, com certeza. Nós somos grandes fãs do Axwell, o cara é uma lenda. Nós mandamos a track para a label dele e ele disse que gostou bastante, mas parecia inacabada. Daí fizemos algumas modificações e enviamos de volta, e ele acabou colocando mais algumas coisas dele, e no fim das contas acabou virando uma colaboração. Foi muito gentil da parte dele colocar o nosso nome primeiro, muito humilde para um artista tão grande. Nós na época não éramos nada, e isso foi uma grande ajuda para alavancar nossa carreira. Um momento muito importante.
Energia é o mais importante. Uma boa vibe, sempre positiva. Existe muita EDM agressiva por aí, muito house agressivo… É legal gritar e tudo mais, mas também é bom ter um pouco de sentimento no negócio. E hoje em dia, é bem raro encontrar esse tipo de vibe em festivais; quando tocamos em clubs é mais fácil. Nós sempre tentamos mirar nessa vibe, com um som que permita que as pessoas dancem do jeito que quiserem. Valorizamos muito a emoção do negócio, entende? Aquele tipo de sentimento que te dá calafrios. Algumas pessoas esquecem isso às vezes, e acabam criando uma atmosfera mais “pula! pula! pula!”… Nós, em contrapartida, tentamos contar uma história.
Dividir o dinheiro (risos)! Não é bem um lado negativo, e sinceramente, nós nunca nem pensamos nisso. Alguns outros DJs até tentam sacanear a gente, dizendo que o carro deles é mais caro, mas a gente só ri mesmo. Os benefícios são muitos… Tem sempre uma segunda opinião em qualquer projeto, e tudo o que fazemos é uma combinação dos nossos estilos. Minhas origens (Joep Smeele) são no hiphop, jazz, música clássica, e as dele (Rinze Hofstee), dance, trance… E essa combinação é o que fez o Sick Individuals. Se não tivéssemos um ao outro, nunca teríamos alcançado esse nível. Sem contar que é menos solitário, né? É bem chato voar por aí e tocar em festivais que você não conhece ninguém. Isso não existe pra gente, tem sempre alguém pra conversar no avião (risos).
É bom e ruim. Esse ano, as coisas parecem estar ficando bem malucas. Muitos promoters e festivais vêm tendo um enorme sucesso, então muita gente acha que pode fazer a mesma coisa. Aí eles fazem um festival de qualquer jeito, e a qualidade cai bastante. Nós tocamos em alguns festivais novos, e não promoveram direito, a organização não cuidou dos detalhes… Não dá pra simplesmente começar algo assim do nada, chamar DJs aleatórios da lista da DJ Mag, colocar umas luzes, e esperar que tudo seja perfeito. Só que, infelizmente, muita gente pensa assim. Mas a gente acha que esse é um problema que vai acabar se resolvendo sozinho, conforme esse pessoal for percebendo que esse tipo de festival não dá muito certo. E felizmente, ainda existem muitos festivais excelentes por aí… O que estamos nesse momento é um ótimo exemplo (risos)!
Um dos motivos é que todo mundo sabe que a festa realmente acontece aqui. Outra coisa forte é que vem gente de todos os cantos do mundo. A indústria toda vem pra cá, grandes DJs, os lineups são excelentes, a produção excepcional, te tratam bem, você pode acampar… Não é só um festival, é toda uma experiência, todo um mundo. O pessoal que organiza isso aqui é muito bom no que faz, e realmente criam uma experiência mágica.
Nós não ligamos nem um pouco para esse ranking, pois sabemos como ele funciona. É uma votação popular, as pessoas olham pra ela, mas em nossas cabeças, é impossível comparar artistas e dizer quem é o melhor. Cada pessoa vai gostar de algo diferente. É a mesma coisa que tentar colocar a Madonna, Britney Spears, e N-Sync na mesma lista. Nesse ranking, tem sempre gente que você olha e pensa “como eles foram parar lá?”, já que eles não tem quase nenhuma apresentação registrada. Então por que tentar fazer uma pressão pra chegar lá, se estamos felizes desse jeito? Você não precisa estar numa lista para se divertir; nós fazemos o que fazemos por amor. É claro que somos extremamente gratos aos fãs que votaram na gente – muito obrigado, isso significa muito para nós! Mas implorar por votos é algo q que nunca faríamos.
Bom, para os fãs brasileiros em específico, acho que o fato de que vocês são muito especiais. O Tomorrowland daí é incrível, e achamos até melhor que o da Bélgica. Tanta energia, tantas meninas bonitas, pessoas bem-vestidas… Todo mundo é muito aberto por lá, e existem tantos tipos de música diferentes… O mainstage nunca fica chato, e isso é algo muito legal de se ver. Fora isso, temos uma nova colaboração com o DANNIC saindo no mês que vem, uma com o DVBBS, e uma com o Thomas Newson, que ainda não foi pra crítica… Muitas colaborações por vir! Também estamos trabalhando em cima de um novo material nosso, mas isso vai demorar mais um pouco.
____________________
Entrevista: Victor FlosiTexto: Rodolfo Reis e Felipe CapelTradução: Felipe Loureiro