Entrevista exclusiva com Deorro: “Os níveis de energia da platéia são absurdamente cativantes”
Nos últimos anos, o DJ originário de Los Angeles, Deorro, se tornou um dos produtores/DJs mais cobiçados do mercado. O jovem prodígio do house music acumulou uma discografia inspiradora, incluindo uma lista de produções originais, além de colaborações/remixes com Hardwell, Steve Aoki, Chuckie, Axwell, Cazzette, Krewella, Laidback Luke, Carnage, Diplo, MakJ, J-Trick, Tommie Sunshine, e R3hab – além de um repertório de faixas originais imenso, que nem o DJ mais dedicado do mundo seria capaz tocar em uma semana. Todas as faixas foram lançadas através do SoundCloud para os seus mais de 286.000 seguidores, atingiram mais de 30 milhões de plays, e constantemente chegam ao Top 10 entre todas as paradas do Beatport.
Durante a primeira edição do Electric Daisy Carnival Brasil, conversamos com Erick Orrosquieta, que nos contou um pouco sobre a sua vida pessoal e profissional. Confira a entrevista abaixo! ;)
Sim, eu mencionei que ia parar por uns tempos. Na verdade, eu estava indo ficar um pouco em casa com a minha família, pois estava me sentindo meio distante, afinal, eu só costumava ir uma vez por mês, por uns dois dias. Então decidi aumentar um pouco o meu tempo por lá (risos). Aproveitei para ajudar todo mundo, cuidar das coisas… E era exatamente isso que eu tinha dito pra internet, que só voltaria a trabalhar quando me sentisse satisfeito com a minha participação no meu ambiente familiar. E foi exatamente o que aconteceu! O negócio é que isso me fez perceber que eu queria mesmo ficar o mais perto possível da minha família… Então, eu decidi cortar um pouco a minha carga de trabalho; ainda toco umas duas ou três vezes por mês, mas vou tirar uns dois meses por ano pra passar em casa mesmo. Digamos que isso seja parte do meu processo criativo!
Então, todas as vezes que toquei por aqui foi em um grande festival… Nunca toquei em clubes pequenos, e eu gosto muito deles, porque a experiência é bem mais íntima; você conversa com o público, se comunica… Em festivais é aquela coisa, o palco gigante com um espaço imenso entre você e a multidão. É algo mais impessoal. Mas mesmo assim não tenho do que reclamar… Os níveis de energia da platéia são absurdamente cativantes! A vibe é muito acolhedora. Infelizmente, eu só estive em São Paulo até agora – que não deixou a desejar! Mal posso esperar para conhecer o resto!
Nem tanto. Sim, existem poucos artistas latinos e hispânicos na indústria eletrônica, mas o efeito que isso tem em mim é o oposto. Não me sinto tímido nem nada. Tem gente que acha que essa é uma oportunidade rara, e que para mantê-la, é preciso trabalhar de um jeito diferente. Mas se você começar a pensar assim, vai ser pior. Eu tento me certificar de mostrar pra todo mundo que eu sou um cara normal, tenho uma família, filhos… Ao invés de ser visto apenas como “um cara de descendência hispânica. Só quero compartilhar a minha música com todo mundo, proporcionar boas vibes, e levar felicidade! E vejo isso como uma oportunidade, não como pressão.
Cara, eu tenho tantas coisas incompletas ainda… Mas se eu tivesse que escolher uma só, seria… É, complicado (risos)! Eu e meu assistente estávamos no YouTube há dois dias procurando músicas antigas minhas. E achamos tanta coisa, mas tanta coisa, que até eu me espantei… E isso só torna a situação mais difícil ainda na hora de escolher a melhor, né? Mas acho que uma boa candidata é Five Hours. E entre as que não foram lançadas ainda, eu diria que Rise In The Shine, por causa da batida num estilo mais suíngue, com a percussão e tal… Eu curto incorporar esse tipo de coisa nas minhas músicas.
Sim, claro! Meus planos são basicamente continuar a tocar. Quero viajar ao redor do mundo, conhecer gente, e proporcionar a eles boas experiências através de minha música. Quanto aos planos, tenho um novo álbum de música espanhola que será lançado em breve! E também o fato de que eu estava querendo focar mais na minha carreira de produtor. Digo, produzir coisas para os outros também, não só obras minhas. Eu curto esse tipo de energia, e é isso que eu quero fazer.
__________
Tradução: Felipe LoureiroAgradecimentos: Sony Music, Yohan Augusto e EDC Brasil
Sobre o autor
Rodolfo Reis
Sou movido por e para a música eletrônica. Há 7 anos, idealizei trabalhar com esta paixão, o que me levou a fundar a Play BPM. 3 anos depois, me tornei sócio da E-Music Relations. Morei na Irlanda por 2 anos, onde aprendi a conviver e respeitar ainda mais outras culturas. Já tiquei 28 países do globo, mas ainda sonho em ser nômade. Apelidado carinhosamente pelos amigos de "Fritolfo": quando o beat começa a tocar, eu não consigo parar de dançar.