Viktor Mora é um DJ e produtor brasileiro nascido na cidade de Sorocaba, localizada à 100km de São Paulo. Mora – como é carinhosamente chamado pelos fãs – está no cenário da música eletrônica desde 1994. Em 2004, teve sua track Action Mandingolançada pela gravadora Gumprod, que pertence ao aclamado DJ e produtor francês David Guetta. Após tamanho sucesso alcançado com essa música, Mora conseguiu realizar outros lançamentos em grandes gravadoras pelo mundo; dentre elas, a britânica Cr2 e a alemã Tiger Records.Entre tantos festivais e casas de eventos consagradas pelo Brasil e pelo mundo a fora, ele marcou presença no Sirena, Green Valley, Anzu Club, Carambas, P12, Café de La Musique, Privilege, XXXPerience, Tribe, Some, Aokify Splash, David Guetta Tour, Morumbi Stadium Carnival Festival, Hardwell Tour, Playground, Ultra Music Festival Brasil, Space Ibiza (melhor clube do mundo por 5 anos consecutivos), além de passagens por diversas grandes cidades ao redor do mundo, como Nova Jersey, Miami, Barcelona, e Mallorca.Neste ano, Viktor Mora teve mais duas tracks lançadas pela label alemã Tiger Records – e ainda ganhou o suporte de grandes nomes como Nicky Romero, Quintino, e Ummet Ozcan. Mora ainda tocou no maior festival do mundo, o Tomorrowland Brasil. Ele se apresentou no Main Stage durante o primeiro dia de festival ao lado de seu parceiro, Naccarati – e realizou também outra performance durante o evento; desta vez no palco Anzuclub Stage, sozinho, e no último dia de festa.
Eu acho que o mercado nacional cresceu muito. Não tem como comparar o mercado que tinha lá atrás com o mercado de hoje em dia. Esse crescimento é algo bom, mas ao mesmo tempo não é tão bom, porque você amplia, mas não melhora proporcionalmente o quanto amplia. Os DJs tinham muito aquilo de comprar discos exclusivos, músicas exclusivas – por exemplo, quando você me ouvia tocar, com toda a certeza você iria ouvir 10 ou até mais musicas que você nunca ouviu e provavelmente nunca conseguiria encontrar. Hoje em dia, o acesso ficou muito mais fácil graças a internet, o que é bom pra nós que somos DJs e também pro público que pode saber o que o DJ tocou. Então eu acho assim, com as músicas mais exclusivas, os DJs conseguiam se diferenciar um pouco mais. Hoje em dia, se o cara não produz ele não consegue se diferenciar tanto quanto se via no passado.
Primeiramente, o DJ vive desse frio na barriga, né?! Todo dia que tem esse frio na barriga é muito bom. Quando tem um evento grande como uma XXXPerience, uma TRIBE, um festival, ou inclusive uma festa grande aqui na Anzu, onde eu sou residente há 15 anos, e eu sinto esse frio na barriga, já acho de cara que é uma coisa boa. Se o DJ perder este momento dele, acabou a carreira, acabou a paixão com aquele negocio de ‘nossa, agora é a hora’.O Tomorrowland foi um episódio que me deixou assim por um mês. A gente preparou muito o set pra estar lá. Todas as músicas foram realmente exclusivas! A gente fez mashup, a gente fez abertura… A gente pensou se estaria tão cheio ou não, então preparamos dois sets, porque queríamos realmente ver como iria rolar. Então o frio na barriga ficou assim: falava de Tomorrowland, e minha barriga já embrulhava. Três dias antes era uma forte dor de barriga que me fazia pensar “o que é isso?”. A hora que eu subi naquele palco foi uma mistura de emoção com realização, e foi de fato um momento histórico pra mim, pra minha carreira com o Nacca, e também pro Brasil né!
Eu acho que é um pouco diferente na realidade. Acredito que os festivais só estão vindo pra cá porque todos os DJs do mundo inteiro querem estar aqui, então eles olharam pra o Brasil com uma visão diferente. Como é que tem Tomorrowland no Brasil? Como é que tem os próprios festivais nacionais colocando milhares de pessoas em festas. Green Valey que cabe 10 mil pessoas! Então eu acredito que foi diferente. Os festivais que vieram atrás do Brasil, não o contrario como era antes quando o Brasil ia atrás do Ultra para sediar uma edição. Hoje em dia o Ultra quer estar aqui e por isso vem propondo uma edição brasileira como aconteceu com o Tomorrowland. Eles querem estar aqui porquê viram que o Brasil tem potencial pra isso, colocaram mais de 50 mil pessoas por dia no Tomorrowland. O Brasil virou uma capital mundial da música eletrônica. É o centro mundial da música eletrônica e todos os DJs querem estar aqui, eles falam que a vibe do brasileiro é inacreditável. O Brasil realmente conquistou pela energia da galera.
Isso é até engraçado. Eu sou um cara muito pé no chão com essas coisas de ‘vamos comprar seguidor’ porque rola muito hoje em dia. Principalmente os DJs novos que querem dar um salto na carreira então o que acontece, pra mim esses 60 mil seguidores são realmente muito importantes. É realmente quem gosta do meu trabalho! Eu não quero ficar pagando por seguidor porque não vai adiantar, eu vou jogar dinheiro fora e são pessoas que podem não gostar do meu trabalho. Então eu acho que assim, a cena eletrônica ta crescendo e o meu nome também, apesar de eu tocar a tantos anos ele continua crescendo o que pra mim é muito importante.
Exatamente! ‘A gente não pediu, a gente não falou nada, mas vocês colocaram a gente ali, obrigado’. E isso é de mais!
Músicas né! Agora é o momento de minha carreira que eu tenho tido mais suporte dos DJs internacionais. Isso é muito importante porque o brasileiro gosta muito disso. O que funciona lá fora parece que vem pra cá com uma outra energia, vamos dizer assim. Eu tenho suporte do Sedrick Nevaski, Ummet Ozcan, Nicky Romero… São vários caras que eu sou muito fã e que também viraram meu fã porquê tocam a minha música. É aquele momento em que você fala que ‘trabalha pro seu herói ser seu fã e isso ta rolando muito e eu fico muito feliz e lógico, to sempre aprendendo no estúdio para produzir mais.
Escuto de tudo, o que você imaginar eu escuto. Rock é um deles. Eu escuto muitos sets, baixo de mais. Sigo vários podcasts, principalmente do estilo que eu gosto, mas também de outros. Como no Brasil virou uma febre essa vertente de deep house com tech house eu acabo escutando muito porquê eu quero saber o que estão tocando. Eu sou muito antenado, eu gosto de viver tudo o que está acontecendo e não deixar de lado a minha carreira que é o que eu gosto. Eu vejo tudo o que está rolando no mercado brasileiro já que eu gosto de participar e ver o que estão tocando e também nunca deixo de lado o meu estilo que é o que eu sigo.
Minha vida, música é minha vida, eu nasci pra isso.
Sobre o autor
Renan Fernandes
28 anos, fotógrafo e jornalista que fala sobre política, sociologia, filosofia e música.