“Não sou mais o cara do eletro-house ou do Big room, e sim da música boa”, afirmou Repow em entrevista
Nesse último final de semana, aconteceu a primeira edição brasileira do Electric Daisy Carnival. A Play EDM estava presente, e conferiu para vocês tudo em primeira mão – incluindo entrevistas exclusivas! O DJ e produtor brasileiro Repow tocou no palco principal na sexta-feira, e logo após sua apresentação, veio bater um papo com a gente. Confere aí:
Aquele dia foi inesquecível. Acho que tudo foi legal pra mim naquele momento que todo DJ espera: uma oportunidade perfeita no lugar perfeito. Isso é algo que me arrepia até hoje quando falo. Acho que Deus olhou e disse: “vai lá que é a sua hora”! A única coisa que passava pela minha cabeça era fazer o melhor set possível, pra poder conquistar aquele público e fazer o meu nome no Brasil.
Eu me preparei muito antes do Dream Valley. Na época, eu tocava somente em Curitiba, e em clubes pequenos. Eu trablhava com o que eu podia, e com o dinheiro que eu tinha pra investir nessa carreira. Eu dei o meu máximo – acho que esse foi o verdadeiro diferencial. Eu dei o meu sangue pela profissão que eu amo. Deixei de seguir uma carreira profissional tradicional, como meus pais queriam, e fui atrás do que eu amava. O amor pela música foi meu diferencial.
É mais um exemplo de como as coisas podem acontecer rapidamente nessa carreira de DJ. Eu fico muito lisonjeado por tudo isso. Há dois anos, eu não imaginava que um dia estaria nesses festivais; muito menos abrindo o palco principal em ambos. Isso é uma verdadeira honra. Espero que ano que vem eu possa voltar! O segredo é manter o profissionalismo e voltar no ano seguinte com melhores horários, melhores músicas.
A música eletrônica está cada vez mais forte e popular hoje em dia. Em cerca de 5 a 10 anos, acredito que ela alcançará o status completo de popular, como bandas e cantores como a Madonna tiveram (e ainda têm!) no passado. Isso vem dominando o público aos poucos; tem muito a crescer ainda. Os DJs gringos elogiam muito o Brasil e os fãs brasileiros, pela vibe incrível e diferente que encontram aqui e não veem em outros países. Eles sentem a paixão do brasileiro além dos grandes visuais e paisagens do país. É uma pena que na parte financeira eles se prejudiquem, por conta dos organizadores não pagarem o que eles merecem de fato.
Primeiramente, eu me sinto muito agradecido pelos fato de meus fãs me acharem carismático. A situação mais engraçada que já passei foi uma falha técnica ao vivo. Nunca vou esquecer de quando estava tocando em uma balada em Floripa, loopei na hora do break, e pedi pra galera bater palma. Quando fui tirar o loop para continuar a música, o loop não saía porque o CDJ travou. Peguei o microfone e pedi pra galera bater palmas pro CDJ que estava nos traindo. São momentos como esse que me fazem rir. E diferente de outros DJs que ficam muito bravos com situações como essa, eu me divirto e tento tirar o melhor do momento!
Hoje no EDC eu estreei um novo set, uma nova fase de linha de som pra mim. Eu estou indo mais pra uma linha de Trap, Hip-hop, open format. O Repow não é mais o cara do electro-house ou do Bigroom, e sim da música boa; daquilo que me agrada, e que é bem aceito pelo público. Hoje, também estreei uma nova música com os meninos do Tropkillaz, metade Bigroom e metade Trap, e acredito que tenha sido a track ideal pra começar esse novo estilo. A galera pode esperar muitas novidades nesse sentido!
https://soundcloud.com/repow/repow-live-edc-brasil-kinectfield