Em entrevista exclusiva, Bruno Barudi fala sobre sua redescoberta na música eletrônica
O trabalho como DJ e produtor rendeu a Bruno Barudi uma pequena legião de fãs, e por conta disso, ele hoje é um dos artistas da musica eletrônica com mais seguidores na redes sociais no país. Suas apresentações são conhecidas por atrair um público que busca música de qualidade. Seus sets oscilam entre o progressivee o electro-house, atraindo sempre olhares de todos os cantos da pista com suas performances enigmáticas e interessantes. Músico por formação, Bruno toca piano, teclado, e instrumentos de corda, mas é no estúdio que sua face criativa se revela. Suas produções e remixes estão em cases de artistas como Fedde Le Grand, MOBY, Porter Robinson até mesmo do musicólogo Ritchie Hawtin.
Confira a entrevista exclusiva que Bruno Barudi concedeu à Play EDM! :D
Vou para Ibiza há 5 anos. Sou totalmente apaixonado por aquele lugar, principalmente por escutar sons que não escutamos aqui. Me perguntaram outro dia o porque eu fui para a EDM ou o Big Room. Respondi que o motivo era o caminho que a música estava levando, e eu também estava adorando aquela roupagem; porém, o meu gosto musical não está mais condizendo com a mesma, e por conta disso venho escutando muitas músicas antigas, novas, e trabalhando para chegar em algo diferenciado. Uma dica muito valiosa para quem tem interesse nisso é comprar o livro “1001 discos para ouvir antes de morrer”. Não vou dizer que voltei já sabendo o que quero, mas que estou com a cabeça bem mais aberta, estou, deixando simplesmente a mente fluir!
Cara, faz tanto tempo que nem me lembro direito. Só lembro que para mim era música no geral, desde Ace os Base até Gigi D’Agostino. Quanto à motivação para trabalhar, na verdade eu nunca levei como um trabalho, sempre levei como um belo hobbie que no final deu muito certo! Claro que digo que “não trabalho” como uma força de expressão, para mim é tudo muito natural.
Sabe que eu nunca tive muitas definições de estilos? Antigamente fazia sets de cinco horas, viajando por vários estilos. Eu amo desde o comercial que Calvin Harris faz, até o techno que o Hawtin toca. Sou de fato uma pessoa bem eclética, que tem dificuldades em definir o que prefere tocar e o que prefere produzir.
Ah, foi sem dúvidas incrível! Pouco antes eu já tinha outras músicas minhas, como Never Get to Heaven & What, tocada pelo Hardwell, então quando conseguimos assinar com a Revelead foi um sentimento único de objetivo alcançado!
Foi singular, porque vai além de uma música feita e de um B2B entre duas pessoas; é a concretização de um sonho de dois amigos! O Felipe é um irmão que conheci no meio da música eletrônica e que me ajudou muito. Hoje, sem dúvidas, ele é o melhor produtor brasileiro que temos, independente de estilos.
No caso, as pessoas costumam olhar só para o momento do Tomorrowland, mas para mim foi a realização de um trabalho de 12 anos de carreira. Como eu disse em outras respostas, são momentos únicos que ficam guardados para o resto da vida! Confesso que para essa data eu preparei um playlist especial. O nervosismo era muito grande por tocar no mainstage, mas fui bem sensato. Eu quis mostrar uma outra proposta, algo além do bigroom que estava rolando. Quem quiser conferir, o set está no meu SoundCloud.
Acho excelente, é uma evolução para nosso país. O problema maior é só a alta do dólar, que acaba dificultando line-ups recheados de atrações. Quanto à influência, ela é tremenda, principalmente para a melhoria dos nossos festivais. Não que eles sejam ruins, mas o padrão de qualidade eleva! Vejo pela XXXPerience que está vindo com uma cenografia gigante e com uma estrutura de gente grande. No final, quanto mais festas rolarem no Brasil, melhor é para o público!
Eu sou muito fã de vários artistas, sejam eles mainstream ou underground. No lado comercial, alguns dos nomes que eu mais admiro são o Axwell, Ingrosso, e o mestre Prydz; além da produção ser diferenciada, os seus sets são incríveis! Um outro artista que esse ano está me chamando muito a atenção novamente é o Chris Lake. Ele estava meio sumido, mas voltou com tudo em 2015! Já do lado B, eu adoro, principalmente pelos sets, o trabalho do Hawtin, Carola, e agora o Solomun, que está seguindo uma linha muito legal!
É muito relativo dizer quais as três músicas que eu mais gosto. Estou sempre mudando o set e tentando coisas novas, mas uma que eu gosto bastante é a La Fuente – Selecta.
A dica principal é a determinação e força de vontade, juntamente com estudo! Não tem muito segredBo, a questão maior é você se focar e trabalhar muito. Hoje, depois de ter passado por muitas coisas, eu ainda não sei de tudo, e nunca irei saber, portanto é importante estar sempre se reciclando!
Sobre o autor
Rodolfo Reis
Sou movido por e para a música eletrônica. Há 7 anos, idealizei trabalhar com esta paixão, o que me levou a fundar a Play BPM. 3 anos depois, me tornei sócio da E-Music Relations. Morei na Irlanda por 2 anos, onde aprendi a conviver e respeitar ainda mais outras culturas. Já tiquei 28 países do globo, mas ainda sonho em ser nômade. Apelidado carinhosamente pelos amigos de "Fritolfo": quando o beat começa a tocar, eu não consigo parar de dançar.